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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A vida intelectual pede que imitemos constantemente a Santa Mãe de Deus, em suas atitudes

1) Uma técnica de leitura que eu adoto é a técnica mariana: para cada parágrafo relevante que encontro no livro ou que ouço, eu guardo tudo na carne. Não o faço na forma de recitação, mas na forma de meditação - eu medito sobre cada coisa que encontro nos textos, de modo a ver as coisas do modo mais claro possível.

2) Com a ajuda do Espírito Santo, eu chego à verdade, mais cedo ou mais tarde. Mais do que uma leitura lenta, você precisa meditar sobre cada palavra relevante que você encontra, nos textos e nas falas, e de que maneira essas palavras se coordenam e se subordinam de tal modo a que você tenha compreensão clara daquilo que está a compreender, dentro daquilo que nos leva à conformidade com o Todo que vem de Deus. 

3) Para se ler um livro e saber discernir a verdade do erro, você precisa ser um imitador de Nossa Senhora. Você precisa ser um servo de Deus e deixar que a verdade entre em sua carne de modo a que possa ser distribuída a todos aqueles dela necessitam, para se viver a vida em santidade da maneira mais plena possível. Se Nossa Senhora disse "faça-se em mim segundo a vossa palavra", então todo aquele que serve a Cristo em terras distantes através do conhecimento deve agir do mesmo modo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de dezembro de 2015 (data da postagem original).

Da importância da tecnologia para os trabalhos fundados naquilo que se edificou desde Ourique

1) Para uma tecnologia se disseminar, é preciso que as pessoas que amem e rejeitem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, que tenham consciência do quanto isto pode ser útil para as suas vidas, na medida em que prestam o seu trabalho de servir a Cristo em suas próprias terras ou terras distantes, tal como foi estabelecido desde Ourique.

2) Para quem toma vários países como se fossem um lar só, teclados multilíngües são extremamente necessários. Com eles posso falar tudo aquilo que é necessário para os meus contatos num jeito que possam compreender. Basta que eu conheça as nuances de cada língua e que encontre pessoas que amem e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

3) A ação humana, na rede social, leva à simultaneidade. E a simultaneidade leva à distribuição de tudo aquilo que é bom e sensato, fazendo com que aquilo que digo - fundado no senso de se tomar o meu país como se fosse um lar, por conta de Ourique - seja distribuído por todos os lugares ao mesmo tempo, o que leva ao distributivismo da sensatez, da inteligência. 

4) Enfim, eis aí uma ferramenta muito útil à serviço da verdadeira ordem econômica, fundada no senso de se tomar o país como se fosse um lar. Ela se funda no fato de que a verdadeira riqueza não é o dinheiro, mas aquilo que enobrece a alma que se santifica através do trabalho ou do estudo - e a sabedoria é uma dessas riquezas, pois ela não se esgota, além de ser tão bela quanto o ouro e a prata.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de dezembro de 2015 (data da postagem original).

Do potencial do what's up

1) Outro dia, minha mãe descobriu uma coisa muito interessante no what's up: ela encontrou não só os acentos da língua portuguesa, como também os da língua polonesa e que também é possível executá-los num mesmo teclado virtual.

2) Para quem estava pensando em comprar um laptop com teclado em língua polonesa, só para lidar com os poloneses, isso é uma mão na roda. Posso simplesmente conversar com os meus pares em língua portuguesa e conversar com os meus pares em polonês, de modo a praticar a língua de São João Paulo II, coisa que aprendi com o padrinho, que foi ordenado por ele, quando arcebispo em Cracóvia.

3) Eis aí uma razão para eu usar what's up - ele me permite fazer algo que não poderia fazer no facebook desde o teclado do meu laptop - escrever de maneira multilingüe.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Notas sobre cooperação intelectual online

1) O lado bom de se estar com os meus contatos online está no fato de que eu os vejo fazerem comentários sobre um ou outro autor conhecido, de tempos e tempos - por conta disso, acabo me valendo desses comentários de modo a escrever minhas próprias reflexões. Não é preciso perder tempo lendo as balelas de uma filosofia ruim, como a do Nietzsche, se já tenho alguém enviando resenhas mastigadinhas - o que acaba me gerando um atalho para o conhecimento.

2) Quando era estudante do segundo grau, isso na aula de geografia era chamado de "efeito demonstração". Posso não saber nada sobre o assunto, por conta de não ter feito a leitura direta da fonte, mas acabo sabendo uma ou outra coisa por conta de ouvir falar. Se o comentarista for digno de atenção, algo dele acabo assimilando, como se fosse por osmose. 

Sobre os dois tipos de fraqueza

1) Existem dois tipos de fracos: os fracos que são vítimas de um governo canalha, que rege as coisas do mundo fundado em sabedoria humana dissociada da divina, e os fracos que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de agirem por covardia, quando a lei natural os obriga moralmente a agirem da maneira contrária: com coragem e firmeza, em face do mal praticado.

2) Nietzsche chama o cristianismo de "protetorado dos fracos". O problema é que ele define fraco de uma maneira errada, justamente porque existe uma cultura civilizatória em se tratar o conservador e o conservantista como se fossem sinônimos.

3) O fraco - o cativo que espera o seu libertador - é, na verdade, um forte, pois suportará por todas as cargas a opressão - ele enfrentará o mal com dignidade, pois sabe que Cristo virá para libertá-lo. Olhando por este ponto de vista, o Cristianismo é, sim, o verdadeiro protetorado dos fracos e dos oprimidos, pois ele é a verdade e justiça.

4) O fraco que conserva o que é conveniente e dissociado da verdade é um covarde. E a covardia leva à desobediência, pois ele não fará boa obra, ao não lutar o bom combate - o combate contra o mal. 

5) O conservantismo, o governo dos covardes, dos descristianizados, edifica o inferno na terra. É neste ponto que se encontra o pensamento de Nietzsche, ao definir o cristianismo de maneira falsa. Hitler, como seguidor desse pensador, criou uma ordem extremamente totalitária e anticristã.

Do mundo do cru e do mundo do cozido

1) A terra é o mundo do cru, o mundo do "aqui se faz, aqui se paga". O mundo da dor, marcado por conta do pecado original, por conta da sabedoria humana dissociada da divina.

2) O mundo do Céu é o mundo do sábio, do experimentado. O que é algo cozido senão a arte ou a ciência de preparar algo a partir do cru e que possa alimentar o corpo e a alma?

3) Para adquirir experiência, precisamos sofrer. E ao sofrer, nós conservamos a dor. Nós conservamos o que é sensato - e quanto mais conservarmos isso, mais próximos estaremos da verdade - até o momento de conservar a dor definitiva, que decorre do fato de se conservar a dor de Cristo. Ele é o caminho, a verdade e a vida - e não existe outro caminho que não isso.

4) O homem é um ser que sabe - e ele sabe as coisas provando e experimentando de tudo, de modo a ficar com o que é conveniente e sensato. Ou seja, ele troca o mundo do cru pelo mundo do cozido.

5) Se a eucaristia é o pão da vida, e pão é algo cozido, então o mundo do céu é o que mais devemos desejar - e é para ele que devemos nos preparar. Não existe nada mais claro do que isso.

Quem conserva a dor de Cristo guarda os mandamentos

1) Quem conserva a dor de Cristo guarda os mandamentos. E quem guarda os mandamentos ouve a Cristo - por essa razão, está em conformidade com o Todo que vem de Deus, pois ama e rejeita as mesmas coisas que Cristo amou e rejeitou. Logo, o conservador sempre será católico, pois a política deve ser buscada no alto dos céus, tal como se estabeleceu em Ourique.

2) Quem conserva o que é conveniente e dissociado da verdade escolhe o que quer acreditar - e rejeita a verdade, ao jogar fora o que não é do seu agrado. Ele faz isso baseado em sabedoria humana dissociada da divina e tende a edificar ordem diversa daquela que Cristo edificou, Se o herege é um revolucionário - por estar à margem da Lei Natural, à margem da verdade -, então o conservantista está necessariamente à esquerda do pai, pois está se revoltando contra a boa razão, fundada na fé verdadeira. E protesto sem um bom motivo leva ao desligamento da pátria no céu -  e o que é desligado no céu é também desligado na terra. Nada mais apátrida do que isso.