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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Convém não confundir erudição com falta de clareza

1) Confesso que já estou ficando cada vez mais intolerante a textos de linguajar sofisticado e rebuscado. Quanto mais sofisticado e rebuscado for um texto, maior o risco de ser mal escrito.

2) Além disso, texto escrito num estilo sofisticado ou rebuscado tende a ser desinteressante de se ler, pois ele não é direto ao ponto. E o texto deixa de ser bom porque não cumpre a sua real finalidade, que é informar o leitor para aquilo que é realmente relevante, bom e necessário.

3) Muitos estão a confundir erudição com falta de clareza. Se atentassem bem para isso, eles perceberiam que erudição implica dizer as coisas de um jeito claro e simples ao maior número de pessoas possível - e isso é fazer da língua portuguesa uma obra de arte. Isso implica dominar o caminho das belas letras e dos bons modos - e isso é o fundamento de ser culto.

4) Dominar a arte de bem dizer as coisas implica dizer as coisas do modo mais simples e claro e possível e para o maior número de pessoas possível. Pois o ofício do escritor é o mesmo do catequista - promover a verdade a quem interessar possa. O catequista o faz falando; o escritor o faz pela via da pena ou do teclado. A diferença é o meio empregado.

A verdade sobre o Estado mínimo

1) A fobia contra o Estado, coisa essa que liberais e conservantistas compartilham, é uma das maiores tolices de nosso tempo.

2) O ''Estado mínimo'' dos liberais e dos conservantistas é o Estado máximo da heresia, do secularismo, do indiferentismo religioso, do capitalismo liberal, do ateísmo social, dos estrondosos sucessos revolucionários, das ideologias insanas, do socialismo, do feminismo, do aborto, do ''casamento'' homossexual, do divórcio, da desordem social, da pedofilia, da corrupção generalizada dos costumes, do globalismo, da destruição da família, enfim, da ruína do próprio Estado e da religião, e, por conseguinte, da própria civilização.

3) O "Estado mínimo" dos liberais e dos conservantistas é uma quimera. Os pretensos católicos metidos a liberais não conseguem compreender esta questão com clareza - e isso basicamente se dá por três razões:

3.1) A primeira razão é que eles ainda não entenderam que a liberdade não é um fim; trata-se de meio, e meio para fazer o bem, para se promover o bem comum. E sendo meio para se fazer o bem, essa liberdade é limitada pela autoridade pública, de modo a atender a um fim bom, de modo a que tudo fique em conformidade com o Todo que vem de Deus - e essas finalidades têm tanto cunho moral quanto espiritual.

3.2) A segunda razão é que eles ainda não compreenderam que o Estado fundado na democracia liberal pode ser despótico, pois ele pode edificar liberdade para o nada, quando dissociado da Santa Religião. Nele, vemos a constituição conceder uma autêntica "carta de marca" de modo a se praticar o mal em nome de um suposto bem, fundado em sabedoria humana dissociada da divina - licença essa que é feita de modo a se relativar a moral e os bons costumes e para promover o vício como se fosse virtude, assim como a mentira em nome da verdade. Além disso, por meio dessa carta, dessa folha de papel, temos a promoção do bizarro e do grotesco em nome do belo e a promoção da tirania em nome da liberdade - isso sem falar em outras tantas coisas. Tudo isso escraviza os homens e fomenta a noção de que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele.

3.3) A terceira razão é que eles ainda não entenderam que o Estado não pode assegurar ordem, justiça e os legítimos direitos individuais e coletivos se ele não estiver em conformidade com o Todo que vem de Deus, se não estiver submetido a uma autoridade que é eterna e maior do que a dele, que é temporal.

4) Quando esses pseudocatólicos começarem a compreender essas verdades, eis aí o dia em que começarão também a aprender a pensar como católicos de verdade.

5) Enfim, a razão pela qual digo tudo isso é que um Estado não deve ser reprovado apenas pelo fato de intervir na sociedade onde isso for necessário, seja em maior ou menor intensidade - o que deve ser reprovado é o Estado que não é conforme o Todo que vem de Deus, por não seguir os ensinamentos da Santa Madre Igreja e por não favorecer a verdadeira e santa religião.    
  
(Filipe Lustosa) - texto adaptado por José Octavio Dettmann

domingo, 23 de agosto de 2015

Uma proposta decente

1) Em vez de darem dinheiro para a Globo ou a Folha, ou para a autora do Cinqüenta Tons de Cinza, por quê não investir em mim?

2) Eu escrevo coisas de qualidade - e aceito de bom grado qualquer valor que vocês me derem, desde que dado com generosidade. Tenho mais de 1400 textos de qualidade escritos em pouco mais de 1,5 anos de trabalho. Para cada linha que aprendo do Curso Online de Filosofia do Professor Olavo de Carvalho, vários artigos são criados em torno disso.

3) Muitos dos meus doadores aprenderam muito comigo e aprenderam a tomar o país como se fosse um lar.

4) Garanto que vocês não vão se decepcionar. Faço um trabalho de primeira e tenho certeza de vocês logo serão como todos os que me são ou foram doadores: vocês entenderão porque valho cada centavo, pois sei semear boa consciência nas pessoas, de modo a que possam ter esperanças num Brasil melhor, através do trabalho que faço. E custo menos do que essas marcas de grife que vocês consomem e que nada edificam.

5) Não seria melhor fazer um troca mais inteligente? Que tal trocar a ignorância que essas marcas fomentam por conhecimento, produzido por este escriba que vos fala? Eis aí algo made in Brazil que vale tanto quanto algo produzido nos EUA ou no Japão. 

6) Pensem nisso.

7) Ao longo do mural, vocês podem ver uma enorme quantidade de artigos que já produzi. Vocês podem me pedir inbox, que vos mando as coisas.

8) Que tal a proposta? É só falarem comigo e podemos fazer um bom negócio juntos.

Tomar o país como se fosse um lar também pode ser engraçado

1) Hoje fui perguntar sobre as aulas de polonês ao meu padrinho e por coincidência me apareceu um casal: ela era polonesa; ele, brasileiro e que freqüenta a mesma paróquia que eu freqüento, só que num outro horário - como a paróquia vive cheia aos domingos, é natural que eu nunca o tenha visto antes. Os dois se conheceram na JMJ. Ao que me pareceu, ela convidou o meu padrinho para o casamento, que vai se dar na Polônia. 

2) Estava acompanhando a conversa da noiva e do meu padrinho em polonês, mas meu nível ainda está muito abaixo para compreender tudo isso. E o monsenhor me apresentou aos dois, pois eu sou o único remanescente da turma de polonês. Quando o monsenhor puxou conversa comigo em polonês, algumas coisas ainda não aprendi, a tal ponto que meu instinto natural foi responder em português, pois não sabia o que fazer naquele momento.

3) Eu fiquei muito feliz em presenciar uma conversação em polonês - e quero conversar com ele no mesmo nível em que estava conversando com aquela polonesa. Num primeiro momento, ela me lembrou uma colega que conheci no Curso Glioche, a Cristiane Siqueira - só percebi que se tratava de outra pessoa quando estava a conversar em polonês com o meu padrinho.

4) Enquanto conversavam e esperava a minha vez, eu olhava pra cruz, implorando a Deus para que meu padrinho pudesse continuar com as aulas de polonês. O dia que me sentir confortável com a nova língua, aí eu encaro poloneses aqui mesmo no facebook, nem que eu tenha de adaptar o teclado do meu computador para os acentos dessa língua, que são bem diferentes do português.

5) Esta é a segunda vez que meu padrinho me apresentou a conhecidos dele, por conta de ser o único remanescente das aulas de polonês. 

6) Meu padrinho reconheceu a determinação que eu tenho de aprender a língua dele - e essa determinação está me rendendo histórias interessantes por conta desse meu desejo de aprender a língua. 

7) O dia em que meu polonês melhorar, o inesperado não vai me pegar de surpresa - e poderei responder melhor à circunstância, da forma como se exige. Até agora tive poucas aulas de polonês - por isso que não estou pronto para conversar com poloneses ou conhecidos do monsenhor, na língua polonesa. Como meu conhecimento é pouco, acabo ficando numa verdadeira "saia justa", sem saber o que fazer naquele momento.  

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Sobre a questão da enfiteuse e o caso de Petrópolis

1) No tempo dos patriarcas, as terras deles eram também de todo o povo. Pois o patriarca era o pater familias, o pai dos pais - o primeiro senador, se fosse lúcido. Era natural que houvesse um patrimonialismo, em que a terra do pai fosse, por herança, de todos - e que os bens dos filhos fossem também bens dos pais, pois acessório segue a sorte do principal. Era muito comum dispor sobre herança de pessoa viva - a tal ponto que o pai tinha poder de vida e de morte sobre os filhos.

2) Quando surgiu a república romana, que se baseava no ideal de que ninguém podia exercer poder de vida e de morte sobre outra pessoa do mesmo sangue, surgiu a distinção entre bens públicos - bens esses que pertencem a todo o povo romano - e bens privados, bens particulares do pater familias, que por sua vez, eram diferentes dos bens dos filhos, que passavam a ter economia própria, por conta da vida castrense, já que a atividade mercantil era considerada marginal, naqueles tempos.

3) Como o Império é a evolução da república (é a república com um poder moderador, que a protege da corrupção e dos abusos dos pretores), natural que se estabelecesse de vez a distinção entre o patrimônio do imperador e o patrimônio do Estado.

4) Como houve um tempo em que a riqueza da nação se media pela riqueza do Imperador, era natural que ele, de modo a desenvolver uma extensa área desocupada de sua propriedade, fizesse concessões a arrendatários, de modo a que as terras fossem desenvolvidas, na forma de domínios úteis - e esses domínios úteis, por sua vez, eram cedidos a outras pessoas; com o passar do tempo e da especialização econômica, ali nascia uma cidade imperial, uma província imperial. Por conta disso, o imperador recebia laudêmios nos terrenos de sua propriedade privada, verdadeiros latifúndios. A idéia se estendeu para o Estado, na forma de terrenos de marinha, pois o comércio pelo mar necessitava da proteção da marinha e do fomento à marinha mercantil. O nome desse instituto colonizador e civilizador era chamado enfiteuse.

5) O laudêmio percebido nas terras privadas do imperador era privado e não público - por essa razão, o prêmio que lhe era devido era de direito privado, um direito pessoal e real. Não era tributo, pois havia a clara distinção entre bens públicos e bens privados. Como gerações ficavam nessa terra, o laudêmio pago se tornava costumeiro, pois a relação jurídica era permanente, uma vez que a propriedade é perpétua.

6) O caso de Petrópolis se enquadra em um laudêmio que é pago por conta de uma enfiteuse antiga - a cidade se desenvolveu por conta do arrendamento que a Família Imperial fez de suas terras a colonos alemães, de modo a povoar a região, de modo a que essa parceria fosse um modelo de se fazer tomar o país como se fosse um lar. Como a Família Imperial é o modelo pelo qual se toma o país como se fosse um lar, então Petrópolis é a cidade-modelo dessa referência, pois o acessório segue a sorte do principal.

7) Com a república, essa referência se perdeu. E a cidade foi começando a sentir os efeitos da propaganda republicana, que lançava a mentira de que "a monarquia era atraso" como se fosse verdade. A tal ponto que estão confundindo laudêmio com a figura do imposto, por conta da falta de educação sistemática e proposital que os sucessivos governos republicanos foram promovendo na região, pois fomentar ignorância é fomentar poder absoluto, assim como poder de vida e de morte sobre todos.

8) Isso sem contar que o Código Civil atual aboliu o instituto da enfiteuse, das concessões privadas sistemáticas, de modo a que se fizesse abolir a noção de nacionidade gerada pelo instituto da enfiteuse - como esse Código tem a marca do governo Lula, nele está a sutil alegação, falaciosa, de que latifúndio gera subdesenvolvimento. O fim do instituto acabou gerando uma economia impessoal e fundada em relações temporárias e voltadas para o dinheiro - como isso é contrário às tendências da ordem social argentária, da especulação imobiliária, muitos advogam o fim da enfiteuse, de modo a que Petrópolis possa progredir economicamente. Eis os efeitos perversos da República. Eis o ponto onde liberais e comunistas se associam, por serem "progressistas" e revolucionários.

9) Mais do que uma guerra política, existe uma guerra cultural - e Petrópolis é o estudo de caso desse problema.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Lições da geopolítica nacionista

1) Se, tal como foi na República Velha, governar é povoar - abrir escolas, estradas, hospitais e prestar serviços públicos essenciais -, então conquistar é libertar as pessoas de tudo aquilo que leva a que um determinado país seja tomado como se fosse religião de Estado, pois povoar implica tomar o país como se fosse um lar, em Cristo.

2) E um governo perfeito implica dizer que o trono está sempre em aliança permanente com o altar, de modo a que tudo esteja em conformidade com o Todo que vem de Deus.

Considerações sobre a geopolítica nacionista

1) Nenhuma geopolítica será válida se o componente do território, as pessoas que vão ocupá-lo, também não for pensado de modo que tudo fique em conformidade com o Todo que vem de Deus. 

2) A geopolítica, para ser ciência, precisa ser conforme o Todo que vem de Deus, e fundada no sentido de se tomar o país como se fosse um lar, de modo que a missão que Cristo nos confiou, por força de Ourique, seja facilitada. Sem o componente espiritual, da forma como São João Paulo II nos mostrou, como Papa peregrino que foi, a geopolítica será mera sabedoria humana dissociada da sabedoria divina, pois tudo estará no Estado e nada estará fora dele.

3.1) A geopolítica começa a ser pensada a partir do momento em que pessoas de um país mudam-se de um lugar para um outro, de modo a tomar a nova terra onde vão se instalar como se fosse um lar tanto quanto o seu país de origem com o intuito de criar uma relação complmentar, não de oposição. 
 
3.2.1) A imigração e a emigração de pessoas de um lugar para o outro é um termômetro crucial, pois nisso se mede se o governo é ou não conforme o Todo que vem de Deus. E um governo dessa natureza tem o direito natural de servir a todos aqueles que ocupam um outro território, principalmente quando o povo deste outro território se sente prisioneiro e pede sua ajuda, pois quem manda nele é um tirano maldito, que precisa ser deposto. E você, na qualidade de governante, tem a missão de socorrer estas pessoas nos méritos de Cristo.
 
3.2.2) Por isso, a questão da intervenção se torna uma questão de servir a verdade, tendo por Cristo fundamento, pois esse negócio de não-intervenção é uma grande balela, pois é ilusório pensar que todos são soberanos, a ponto de todos terem sua própria verdade, sem Cristo. Eis aí o porquê de pacifismo ser, na verdade, guerra total, no âmbito cultural e espiritual.
 
José Octavio Dettmann
 
Rio de Janeiro,  20 de agosto de 2015 (data da postagem original).