1) O conceito de crédito tem relação direta com o conceito de justiça - quem faz as coisas de maneira conforme ao Todo que vem de Deus, este sempre será bem atendido. Se este serve bem a Deus e se Deus sempre atende a todos os desejos dele, nós também devemos bem servir a ele, de modo a que tenhamos os mesmos favores de Deus. E esse crédito se distribui a todas as pessoas.
2) A justiça implica dizer o direito de tal forma a que a verdade prevaleça entre nós, pois Jesus é Emanuel, Deus entre nós - então, se a lei natural não estiver internalizada na carne de cada um que toma o país como se fosse um lar em Cristo, então fica impossível darmos crédito a alguém, pois não seremos capazes de reconhecer Deus naquilo que está sendo dito ou feito por alguém.
3) Num país tomado como se fosse religião, justiça implica estar conforme o Todo de leis que decorrem de uma sabedoria humana dissociada da divina. Se as leis estiverem pervertidas, elas criam obrigações pervertidas - se as obrigações são pervertidas, o seu fiel cumprimento, a sua fiel execução para satisfazer um crédito se torna impossível. Se o cumprimento se torna impossível, aí ocorre a perda da autoridade e da credibilidade.
4) Um dos sintomas de país tomado como se fosse religião está no fato de que o dinheiro compra a felicidade das pessoas - e neste ponto, ele é tomado como se fosse um Deus. Nele, as pessoas buscam se endividar a todo o custo de modo a ter o maior número de prazeres que só o dinheiro pode proporcionar.
4.1) Como esse dinheiro não é fruto de empenho, de trabalho, a prosperidade é ilusória. E é de um estilo de vida ilusório, perdulário, que nasce o assistencialismo igualitarista, pois o pobre, por ser cidadão do estado que toma o país como se fosse religião, é iludido a pensar que tem os mesmos direitos que os ricos, por conta de leis escritas pelo homem - e essa idéia de falsa caridade nasce justamente dos ricos que rejeitam a Cristo, que é a causa de todas as coisas. Onde o Estado está separado da Igreja, a fraude será institucionalizada.
4.2) E aí começa-se toda uma sorte de tributação sobre os ricos e sobre a classe média em geral, de modo a dar dinheiro para os pobres. E aí, começa o empobrecimento geral da sociedade, por conta da corrupção e por conta dos custos da crescente burocratização do poder público.
5) A sociedade brasileira é uma das mais dinheiristas do mundo - as carreiras são escolhidas por conta da remuneração e não da vocação. E eis aí a nossa falência, pois negamos a santidade que nasce do trabalho.
6) Some-se a isso o fato de que a sociedade brasileira é uma das mais impessoais. A impessoalidade é a marca da deserto urbano. E quem é virtuoso tem mais dificuldade de prosperar numa terra assim, pois o material humano encontrado é o pior possível. Impossível haver uma cultura de doação, onde houver a marca da impessoalidade, um reflexo do país tomado como se fosse religião.