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domingo, 11 de janeiro de 2015

A perversão da lei leva a perversão do crédito


1) O conceito de crédito tem relação direta com o conceito de justiça - quem faz as coisas de maneira conforme ao Todo que vem de Deus, este sempre será bem atendido. Se este serve bem a Deus e se Deus sempre atende a todos os desejos dele, nós também devemos bem servir a ele, de modo a que tenhamos os mesmos favores de Deus. E esse crédito se distribui a todas as pessoas.

2) A justiça implica dizer o direito de tal forma a que a verdade prevaleça entre nós, pois Jesus é Emanuel, Deus entre nós - então, se a lei natural não estiver internalizada na carne de cada um que toma o país como se fosse um lar em Cristo, então fica impossível darmos crédito a alguém, pois não seremos capazes de reconhecer Deus naquilo que está sendo dito ou feito por alguém.

3) Num país tomado como se fosse religião, justiça implica estar conforme o Todo de leis que decorrem de uma sabedoria humana dissociada da divina. Se as leis estiverem pervertidas, elas criam obrigações pervertidas - se as obrigações são pervertidas, o seu fiel cumprimento, a sua fiel execução para satisfazer um crédito se torna impossível. Se o cumprimento se torna impossível, aí ocorre a perda da autoridade e da credibilidade.

4) Um dos sintomas de país tomado como se fosse religião está no fato de que o dinheiro compra a felicidade das pessoas - e neste ponto, ele é tomado como se fosse um Deus. Nele, as pessoas buscam se endividar a todo o custo de modo a ter o maior número de prazeres que só o dinheiro pode proporcionar. 

4.1) Como esse dinheiro não é fruto de empenho, de trabalho, a prosperidade é ilusória. E é de um estilo de vida ilusório, perdulário, que nasce o assistencialismo igualitarista, pois o pobre, por ser cidadão do estado que toma o país como se fosse religião, é iludido a pensar que tem os mesmos direitos que os ricos, por conta de leis escritas pelo homem - e essa idéia de falsa caridade nasce justamente dos ricos que rejeitam a Cristo, que é a causa de todas as coisas. Onde o Estado está separado da Igreja, a fraude será institucionalizada.

4.2) E aí começa-se toda uma sorte de tributação sobre os ricos e sobre a classe  média em geral, de modo a dar dinheiro para os pobres. E aí, começa o empobrecimento geral da sociedade, por conta da corrupção e por conta dos custos da crescente burocratização do poder público.

5) A sociedade brasileira é uma das mais dinheiristas do mundo - as carreiras são escolhidas por conta da remuneração e não da vocação. E eis aí a nossa falência, pois negamos a santidade que nasce do trabalho. 

6) Some-se a isso o fato de que a sociedade brasileira é uma das mais impessoais. A impessoalidade é a marca da deserto urbano. E quem é virtuoso tem mais dificuldade de prosperar numa terra assim, pois o material humano encontrado é o pior possível. Impossível haver uma cultura de doação, onde houver a marca da impessoalidade, um reflexo do país tomado como se fosse religião.

O conservantismo é a causa da mesquinhez, da falta da cultura de doação


1) Quando peço aos meus contatos para financiar minhas atividades, através de doação, é como se eu falasse com as paredes. Será que eu devo culpar a Deus por não ter nascido nos Estados Unidos, onde lá o povo, embora protestante, é mais bem generoso que o nosso, quando o assunto é doação? É claro que não poderia culpá-lo - para a missão de servir a Cristo em terras distantes, cujo compromisso foi firmado em Ourique, Deus manda seus melhores soldados pra cá, como, por exemplo, este que vos fala. Se a culpa não é de Deus, então de quem é a culpa? Dos que abraçaram o positivismo e o liberalismo - essas doutrinas nefastas aqui fizeram sucesso de tal forma que muitos acabaram se corrompendo, como ainda se acabam - e os que nasceram para ser bons soldados tornaram-se o que há de pior, em termos de material humano. E este problema é permanente, enquanto as forças revolucionárias não forem removidas de vez.

2) Enfim, o que acontece aqui, como pátria, é mais ou menos a mesma coisa tal como se dá entre a Igreja e a Sociedade Fraternal São Pio X, mal comparando. A corrupção é a causa da desobediência e a desobediência torna a corrupção a ordem do dia. - da nossa desobediência nasce a desgraça; dela, um governo que nega a Deus sistematicamente. Se ele rompeu a aliança entre o altar e o trono que se deu em Ourique, que credibilidade um governo republicano terá com as obrigações contraídas no âmbito interno ou internacional? Nenhuma! Se eu fosse banqueiro, jamais emprestaria meu dinheiro para o governo. Do mesmo modo, o dinheiro que me confiariam à administração, através da relação bancária.

3) Há quem diga que a direita brasileira é mesquinha. Se ela é conservantista com relação a esse mal edificado pelo positivismo e liberalismo, então ela é tão esquerdista quando a esquerda radical, revolucionária. Não consigo conceber uma direita política que não esteja fora daquilo que está à direita do Pai, conforme o Todo daquilo que vem de Deus.

4) Aliança entre o altar e o trono é o fundamento sob o qual podemos conceber a verdadeira direita. E ela necessariamente deve conservar aquilo que decorre da dor de Cristo, que morreu por nós na Cruz.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Sobre a ciência política

A propósito deste ato terrorista cometido na França, é conveniente relembrarmos as análises dos professores Olavo de Carvalho e Luiz Gonzaga de Carvalho sobre o que constitui a ciência política: 

1) Em primeiro lugar, só é ciência política aquela que consegue apresentar e analisar os factos concretos, para poder prever com rigor o que irá acontecer. 

2) Em segundo lugar, para se fazer ciência política é necessário maturidade. Quando somos imaturos, tendemos a analisar a realidade em termos de ideais e idéias abstratas. Com a maturidade, o foco da análise política passa a ser os factos concretos, as acções concretas cometidas ou que vão ser cometidas no futuro por um indivíduo ou por um grupo ou grupos de indivíduos.

Artur Silva

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Dialética do conservador x dialética do conservantis


1) O pensamento do "pagão batizado", do conservantista, se apura na seguinte dialética: 

1.A) Deus me veio por conta do batismo e edificou um monte de coisa. 

1.B) O mundo, em que me encontro, também tem coisas interessantes

1.C) Somando os prós e contras, então vou conservar o que convém, ainda que isso esteja dissociado da verdade. 

2) Ao se negar aquilo que nos leva à conformidade com o Todo que vem de Deus, ele fez uma ação afirmativa, favorecendo o conservantismo.

3) O conservador deve buscar um pensamento dialético baseado nestas premissas.

3.A) Deus me veio por conta do batismo e edificou um monte de coisa fundada no amor. Se eu o amo, então devo estar em conformidade com o Todo daquilo que Ele edificou e estar sempre dizendo a Ele sim, não importa o que me aconteça.

3.B) O mundo edificou muitas coisas, é verdade, mas edificou um monte de coisa fundada em sabedoria humana dissociada da divina. Como isso não é sensato, então vou conservar o que me convém e que é por natureza sensato, pois é na sensatez que encontro Deus.  E mesmo que não O conhecesse, é pela sensatez que encontro a estrada por onde andou o Cristo Crucificado - e é por ela que vou me converter.

3.C) Somando-se os prós e os contras, vou conservar aquilo que me leva à lembrança constante da dor de Cristo, que morreu na cruz por mim. Vou conservar essa dor - não por dolorismo, mas porque isso é nobre e me santifica.

4) Quando conservo a dor de Cristo, estou fazendo uma ação afirmativa negando aquilo que decorre da negação sistemática de Deus entre nós. Enfim, estou fazendo um pensamento dialético, cuja síntese se volta para Deus - além disso, estou negando o falso pensamento dialético, fundado na sabedoria humana dissociada da divina.

5) Diante dessa situação, duas escolhas cabem ao conservantista:

5.1) Ao ver o argumento refutado, o conservantista se torna conservador, pois reconhece o seu erro e se arrepende. E Deus, como não se cansa de perdoar, o perdoa.

5.2) Ou insiste em ainda assim conservar aquilo que é dissociado da verdade e peca mais gravemente, por desobediência. Neste caso, a solução é oração e penitência e esmagar a heresia pela espada, quando estiver causando sérios distúrbios na ordem social.

O conservantismo nasce da falsa conversão


1) Existe uma definição mais precisa para se referir a todos aqueles conservam o que convém, ainda que dissociado da verdade: eles são pagãos batizados. 

2) Quem conserva o convém, fundado em sabedoria humana dissociado da divina, não se converteu de maneira verdadeira a Cristo. Logo, essa pessoa não está em conformidade com o todo que vem de Deus.

3) A única coisa que pode fazer com que o conservantista se converta em conservador é se arrependendo do pecado de se conservar o que convém, ainda que dissociado da verdade. Isso é parte do plano da salvação.

4) É preciso que se tenha prudência, no trato do combate aos conservantistas. O perdão deve ser, sim, dado aos pecadores arrependidos, sob pena de se cair em donatismo aqui.

Olavo de Carvalho, sobre o tratamento que precisa ser dado aos muçulmanos


Muçulmanos devem ter, nos países de maioria cristã, OS MESMOS direitos que os países muçulmanos concedem aos cristãos. Nem mais, nem menos. 
(Olavo de Carvalho)
 1) Trata-se do princípio da reciprocidade. Isso é matéria de Direito Internacional.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Sobre a importância dos padre do deserto nas atuais circunstâncias


1) Os Padres do Deserto eram felizes - para sobreviver à aridez do deserto, precisavam estar em conformidade com o Todo do deserto - e agindo assim, estavam em conformidade com o Todo que vem de Deus. Como Deus controla o deserto, o deserto era generoso com eles, pois Deus é generoso. E a vida contemplativa ficava fácil, pois é só você e Deus, numa relação de amizade e cooperação. Eis o fundamento da vida monástica, pois é a pátria do céu tomada como um lar na sua forma mais concreta. E o que é a vida em sociedade virtuosa senão a imitação daquilo que se edificou nos mosteiros?

2) Para se edificar sabedoria neste deserto urbano em que vivo, não basta só viver em conformidade com o todo que se dá Deus, pois este deserto se funda em sabedoria humana dissociada da divina. Para se bem viver nele, é preciso semear consciência e estar atento, de modo a que você se associe a quem ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. 

3) Aqui, é preciso saber ajuntar tesouros, de modo a poder sobreviver, pois há o problema da mentalidade de massa, da falsa cultura de se tomar o país como se fosse religião, coisa que nos ameaça constantemente de nos afastar daquilo que é conforme o Todo. Sem os amigos adequados, morreremos, pois as pessoas perderam a noção de Deus. Enfim, este deserto é mais inclemente do que o deserto de verdade.

4) Para ser um Padre do Deserto Urbano, há que se tomar o país como um lar em Cristo - é preciso ser a voz que fala do deserto, mesmo que não te ouçam. Mas Deus é o jardineiro - ele cuida dessa planta e uma floresta frondosa nasce onde só havia selva de pedra, onde só havia árvores ocas.

5) Nos vários desertos sistemáticos que compõem a pátria, o país vai sendo restaurado. E é com a fé de um Padre do Deserto que você aprende a servir a Cristo nestas terras distantes.