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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Dos limites da soberania


1) Não se deve confundir soberania com o direito de dizer o direito com base no fato de que cada povo tem a sua verdade. Pois a verdade não precisa ser minha ou sua para ser nossa.

2) O direito de dizer o direito em um determinado território se funda em Cristo - é Ele quem coroa os soberanos e é Ele quem determina e autoriza a fundação de determinados reinos, de tal modo a que estes sirvam a Ele, dentro dos limites da missão que Ele próprio determinou.

3) Enquanto um povo for capaz de estar na conformidade com o todo de Deus, ele será livre e soberano, de tal modo que pode tomar seu país como um lar, com base na pátria do Céu.

4) A partir do momento em que o pecado se torna o projeto de vida de uma nação, a soberania será pervertida de tal modo a que o país seja tomado como se fosse religião, o que dá causa ao inchamento do Estado, que passa a regular cada aspecto da vida privada dos cidadãos. 

5) Quando o pecado se torna o norte da vida de um povo, isso é um indício de que o país morreu. E só os poucos que são fiéis a Cristo é que podem restabelecer a missão que se perdeu.

6) No mundo em que nos encontramos, os poucos brasileiros que são fiéis à missão de servir a Cristo em terras distantes são tão estrangeiros quanto os que não nasceram aqui, justamente por serem mais brasileiros que os idiotas que nasceram aqui.

Todos os Impérios foram fundados por Cristo ou a mando d'Ele

Há quem diga:

"O Império Austro-Húngaro tem uma similitude espantosa com Portugal. Foi fundado pelo rei apostólico e santo Estêvão I".

Eu respondo:

1) Se Portugal foi fundado de modo a servir a Cristo em terras distantes, então o Império Austro-Húngaro foi fundado para servir a Cristo dentro do continente europeu, servindo como um contrapeso prático contra toda e qualquer tentativa de se conter a ideologia revolucionária dentro do continente.

2) Se formos ver atentamente, todos os reinos foram fundados por Cristo ou a mando de Cristo, de tal modo a que servissem a Cristo em algum trabalho específico. E enquanto bem servissem a Ele, seriam livres e regeriam seus povos com base em leis fundadas na conformidade com o Todo de Deus. E isso é o verdadeiro fundamento da soberania das nações - ele se funda na cláusula de bem servir, razão essa pela qual os países devem ser tomados como um lar, com base na pátria do céu.

A Europa não foi grande o bastante para vários países tomados como se fossem religião

1) O que é a Primeira Guerra Mundial senão uma guerra civil entre vários países que são tomados como se fossem religião? E o que é a Segunda Guerra Mundial senão uma prorrogação da primeira, por conta da paz humilhante que os franceses impuseram aos alemães, em Versalhes?

2) A Europa, contaminada pela ideologia liberal, se tornou pequena demais para vários países que queriam ser tomados como se fossem religião. 

3) E houve uma competição entre esses países por supremacia: seja buscando desenvolver um formidável exército para conquistar todos os outros países ou para "salvar" outras nações da ignorância e do atraso, levando a uma corrida neocolonialista, no século XIX.

4) Se a Europa se tornou pequena demais para esses grupos totalitários, então o sistema de equilíbrio forjado na Paz de Westfália não é capaz de frear a ambição estúpida. Muito menos um governo mundial.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O nacionalista leva à perda de informação, à ignorância

1) O nacionalista rejeita os dados externos que moldam o senso pelo qual o país é tomado como um lar. 

2) Ele toma as coisas prontas, edificadas a partir do senso de se tomar como um lar, e faz disso tábula rasa, a ponto de o país ser tomado como se fosse religião, tal qual o protestante que faz da Bíblia tábula rasa, uma crença de livro a ser interpretada fora da tradição que levou a compilar a Bíblia, de modo a que a tradição cristã seja melhor compreendida.

3) O nacionalismo causa um tipo de entropia, a perda de informações importantes pelas quais você só consegue se universalizando e comparando as diferentes experiências de modo a se tomar um país como um lar, de tal modo que você tome o Brasil como um lar da melhor maneira possível.

4) É da ignorância sistemática do nacionalismo que surge formas mais graves de ignorância, que resultarão em totalitarismo, seja em escala local ou global.

Para se tomar o país como um lar, você precisa aprender a experiência de outros povos antes

1) Para se tomar um país como um lar, você precisa aprender de outros povos as melhores experiências de como se tomar um país como um lar.

2) Não haveria Brasil se não tivéssemos o conhecimento da experiência de Israel, dos Gregos e dos Romanos reunida em torno da Igreja.

3) Não haveria Brasil se não houvesse o Reino de Portugal fundado de modo a servir a Cristo, em terras distantes.

4) Não haveria o desenvolvimento de uma civilização ocidental se não houvesse a Igreja Católica convertido povos inteiros e dado a esses povos uma razão pela qual eles devem tomar seus países como um lar.

5) Do compartilhamento das diferentes experiências de nacionismo surge uma ciência internacionista, que é nacionismo comparado e sistematizado.

6) Quando se busca tomar o país como um lar, a experiência leva a uma teoria constitucional natural, que se radica no próprio país tomado como se fosse um lar.

7) Para se tomar o país como um lar, é preciso se universalizar primeiro. É preciso estar conforme o Todo de Deus primeiro, de modo a que possa se responder a Ele, dentro das circunstâncias pelas quais seu país deve ser tomado como um lar.
 
José Octavio Dettmann
 
Rio de Janeiro, 29 de setembro de 2014

O internacionalismo leva o planeta Terra a ser tomado como se fosse religião


1) O internacionalismo deriva do nacionalismo, da crença de se tomar o país como se fosse religião.

2) O internacionalismo é planetarista, pois toma o Planeta Terra como se fosse religião.

3) E o modo de se tomar a terra como se fosse religião é através do retorno ao culto da deusa Gaia.

3) O planetarista buscará a colonização sistemática de outros planetas, de tal modo a que o universo inteiro seja tomado como se fosse religião.

4) Como a conquista se dará no infinito, essa concepção universalista e falsificada, fundada em sabedoria humana dissociada da divina, não suportará o peso do Estado, pois não haverá força humana suficiente para se dar cabo a uma expansão desenfreada, fundada numa ambição sem limites. Tal como o Império Romano, sucumbirá ao peso de sua própria expansão.

5) Esse império definitivo perecerá como tantos outros.

O verdadeiro internacionismo nasce da comparação e do compartilhamento das diferentes experiências de se tomar o país como um lar

1) Se você quer saber quem foi o infeliz que deu liberdade para que os partidos de esquerda tivessem direito de participar da política nacional, a resposta está nos liberais.

2) Esses infames revolucionários ousaram buscar uma liberdade fundada na sabedoria humana, de tal modo que buscaram se libertar da liberdade que se dá em Cristo. Eles trocaram a liberdade concreta e boa por si mesma por uma liberdade abstrata e desconhecida, fundada no fato de que cada tem um a sua verdade. É do relativismo do moderado que nasce o absolutismo tirânico do totalitário, coisa que é incarnada no comunista.

2) Não há nos liberais e nos comunistas um elemento fundamental e constitucional, de tal modo que possam ser parte da pátria: os seus partidos não possuem índole nacional. Todos eles são internacionalistas - os liberais são pacifistas que buscam uma paz indiferente à noção daquilo que é bom e correto, em Cristo fundado, e os comunistas são beligerantes, que querem ver a todos escravos do Estado, livre de toda a sorte de religião (sobretudo a Cristã).

3) E como é possível ser internacionalista abstraindo ilusões e matando a nacionidade de povos inteiros? Isso é impossível - esse internacionalismo tanto dos comunistas quanto dos liberais, que tentam matar a figura do Estado - que colabora com a Igreja no trato de servir ordem a todos os que necessitam de ordem -, é na verdade apatria sistemática.

4) Devemos estudar os diferentes sensos de se tomar o país como um lar. Devemos buscar o internacionismo e não o internacionalismo.

5) O internacionismo exige que as diferentes circunstâncias que moldam o senso de se tomar o país como um lar sejam compartilhadas enquanto uma experiência viva, enquanto um dado da realidade - isso é feito de tal modo a que os erros de um povo em um determinado lugar e circunstância não sejam repetidos por outro em outra época e em outra circunstância, quando se lida com algum problema social semelhante que possa dar causa a que um país deixe de ser tomado como um lar e que passe a ser tomado como se fosse religião, de modo a estar fora da conformidade com o todo de Deus. O estudo dessas experiências distribui a noção de liberdade que se dá em Cristo, fomentando noções de aliança e de cooperação entre os povos, de tal modo a que possam se desenvolver e se ajudar mutuamente, amando tudo o que Cristo ensinou e rejeitando tudo aquilo que Cristo rejeitou ou que rejeita a Cristo por si mesmo.

5) O compartilhamento e o estudo sistemático dessas diferenças leva os países, em razão de sermos todos irmãos em Cristo, a trocarem a suas eventuais rivalidades por algo maior e que dê causa à unidade, de tal modo que essas diferenças sejam reconciliadas em torno de algo que é maior do que nós mesmos: esse elemento unificador é Cristo Jesus, que é o príncipe da paz.

5) Não existe internacionismo sem haver uma base comum pela qual se deva comparar os diferentes modos e circunstâncias em que os países devam ser tomados como se fossem um lar e não como uma religião de Estado global. É por haver uma base comum de experiências que podem ser compartilhadas (desde aspectos da vida cotidiana, particular, à vida pública) que se pode afirmar, com propriedade, que há estudos internacionistas. Esses estudos  dependem de toda uma tradição civilizatória calcada numa noção de liberdade comum e natural, que se dá em Cristo. Fora de Cristo não há essa tradição, muito menos salvação.

7) Qualquer cosmopolitanismo fundado em abstração iluminista não passa de utopia. E qualquer debate nessa seara só produzirá centralismo e tirania, em âmbito global.

8) O processo de se tomar o país como um lar nunca será superado. No entanto, para reafirmá-lo é preciso combater o modo errado: o fato de se tomar o país como religião. Pois todo nacionalismo leva a um internacionalismo que dá causa à infame Nova Ordem Mundial.

9) Do mesmo modo como Marx decretou que a tirania deve ser plantada em cada país individualmente, o combate à tirania deve se dar do mesmo modo, até transbordar as fronteiras.