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quarta-feira, 5 de março de 2014

A ordem natural do Cristão não é a ordem natural do pecador


1) Dizem que o capitalismo é a ordem natural dos seres humanos. Mas dos seres humanos contaminados pela marca do pecado original, que só enxergam seus interesses em detrimento dos que lhes são semelhantes.

2) Quem tem vocação para ser santo não pode defender como boa uma ordem econômica e moral fundada no pecado e na negação do que é divino.

3) Sirva ordem fazendo do dinheiro instrumento para a organização da caridade e no fomento da liberdade responsável, amparada na verdade em Cristo Jesus. É distribuindo liberdade que se distribui responsabilidade. E isso é dar a Deus aquilo que é de Deus. Isso se chama distributivismo.

4) A ordem natural do Cristão está acima da ordem natural dos pecadores.

Eis aí algo que merece uma profunda reflexão!

Somos tão estrangeiros quanto os que não nasceram aqui, por sermos mais brasileiros que os idiotas daqui

1) Às vezes, eu me considero tão estrangeiro quanto os estrangeiros, por ser mais brasileiro que os imbecis que se dizem brasileiros. Isso é o que eu chamo de "jeito pseikone de ser".

2) O jeito pseikone de ser decorre disto que falo: rejeição ao quinhentismo, por saber que Cristo Crucificado deu aos portugueses a tarefa de servir a Ele em terras distantes como esta daqui, e por conhecer a renovação da pátria através da ação dos imigrantes, que vieram com trabalho e virtudes combater os vícios desta terra.

3) O jeito pseikone de ser deriva da combinação destes dois elementos. E da necessidade da aliança entre o altar e o trono.

4) Queria poder fazer uma obra literária nesta direção, mas minha imaginação é limitada neste ponto.

5) O pseikone nasceu no Brasil e conhece a vocação da pátria. Toma-a como um lar - por essa razão, ele é brasileiro por virtude. Bem diferente dos tupiniquins sem-vergonha que se dizem brasileiros, mas que tomam o País como se religião fosse. Estes de quem falo são apátridas.


José Octavio Dettmann 

Rio de Janeiro, 05 de março de 2014.

terça-feira, 4 de março de 2014

Incentivar a liberdade de bem servir é servir amor: o caso do empréstimo de dinheiro


1) Santo Tomás de Aquino costumava destacar a diferença entre empréstimo e investimento.

1-A) Se o empréstimo não implicar participação do risco do negócio, não se faz sentido receber prêmio, dado que não houve participação no risco. O empréstimo foi meramente instrumental, impessoal. Remunerá-lo seria injusto, abusivo.

1-B) Se o empréstimo for fundado de modo a se dar liberdade para que a pessoa possa crescer e bem servir seu semelhante, se o empréstimo tiver essa conotação moral de que é preciso ajudar seus semelhantes, por serem a imagem e semelhança de Deus, o empréstimo na verdade foi um investimento. Não meça o tempo do empréstimo - deixe Deus cuidar disso, de modo a que o trabalho se furtifique

1-C) Se o beneficiário do empréstimo tiver Deus no coração e se ele for muito grato pelo serviço prestado, ele te dará uma remuneração fundada no tempo em que usufruiu do dinheiro e na proporção em que esse empréstimo foi decisivo para a sua atividade. Aí os juros são legítimos.

1-D) Há o caso de que o beneficiário, fundado na generosidade, dê algo diverso do que foi emprestado:

1-D-A) Se o que ele oferecer for necessário a você, aceite-o. Trata-se de uma dação em pagamento.

1-D-B) Se o que ele oferecer for de interesse para outra pessoa que você conheça, promova a integração entre os contatos. E o terceiro te remunerará nessa generosidade.

Em vez de dinheiro chamar dinheiro, a gentileza deve chamar a gentileza. Essa é a causa da capitalização moral. Pois a bondade é um empreendimento organizado, a serviço de Deus. E causa de uma ordem econômica justa.

(José Octavio Dettmann)

Que tipo de conservadorismo eu defendo?

Defendo o conservadorismo luso-brasileiro, fundado a partir das nossas circunstâncias: país fundado a partir da missa, Cabral como conseqüência daquela visão que el-Rei D. Afonso Henriques teve do Cristo Crucificado e outras tantas coisas. Pois "conservadorismo americano", numa ordem fundada pela heresia do Rei Henrique VIII, não é conservadorismo, mas conservantismo sistemático. Pois o que se conserva é a heresia daquele rei inglês e não a visão do Crucificado.

A imigração redefine a nacionidade

1) Há quem faça apelo para que Portugal volte a colonizar o Brasil.

2) O que esse pessoal não percebe, por falta de conhecimento mesmo, é que a vinda dos imigrantes, durante o Império e início da República, redefiniu o sentido da pátria como um lar: a ética de trabalho imigrante trouxe novos elementos que, se forem convertidos em ação sistemática, pode por si só combater os vícios decorrentes da nossa estrutura colonial deficiente.

3) Se combinarmos o sentido da missão que herdamos de Portugal com a ética de trabalho dos imigrantes alemães, italianos e japoneses, certamente o país pode ser tomado como um lar, o que restaura por si a grandeza e soberania do Império, sem a necessidade de um novo Reino Unido.

4) O Reino Unido só virá quando não houver mais herdeiro qualificado a ocupar o trono. Aí caberá a um descendente de D. Duarte (que é descendente tanto de D. Pedro quanto de D. Miguel) ocupá-lo.

A monarquia será restaurada pela via da guerra cuttural

"Os monarcas não querem entrar na briga. Se o general não quer mandar seu exército para o campo de batalha então não há como vencer. E, infelizmente, o campo de batalha é a república. Mas elles a odeiam tanto, apesar de viver sob a sua sombra, que não admitem dar o bom exemplo dentro della." (Luís Panadés)

1) Quanto à alegação de que os monarcas não querem entrar na briga, o x da questão não é a covardia. O fato é que na república ele seriam mais um na conta a serem odiados pela população. Como a população vive sendo achincalhada sistematicamente e está faz muitos anos afastada de sua Família Imperial, o fato é que eles serão tratados com indiferença. Para uma população ignorante, tanto faz um presidente ou um Imperador, pois o bom será tomado como se fosse ruim, pois o que rege as coisas é o populismo, bem como o sensacionalismo eleitoral e midiático.

2) Além disso, na República, o mandatário não é nunca o primeiro cidadão, o príncipe, o elemento norteador de todas as virtudes cívicas e republicanas. O presidente é sempre um aventureiro querendo se locupletar às custas do Erário. Examinando sob esse prisma, faz mais sentido aos membros da Família Imperial ficarem na sombra, o que justifica o ponto 1.

3) O que muitos monarquistas não fazem é fazer o que estou a fazer: ganhar a guerra através da ação cultural. Isso é que pode fazer com que a monarquia seja restaurada no Brasil. Pois a guerra pode ser ganha sem se entrar em batalha - Sun Tzu já dizia isso, em sua Arte da Guerra.

4) Por isso que não desprezo o que aprendi com o Olavo sobre a mentalidade revolucionária. Embora o mestre sofra do mesmo problema de má consciência que afeta a muitos dos que se dizem conservadores, as lições valiosas dele sobre mentalidade revolucionária não podem ser desprezadas por parte daqueles que estão na linha de frente pela restauração da monarquia.

5) Talvez eu esteja entre os poucos monarquistas a tomar conhecimento disso e aplicar a isso a nossa realidade política.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Projeções de análise de um círculo vicioso


01) Em Economia, existe uma coisa chamada ciclo de Kondratiov. Este pesquisador descobriu que o ciclo econômico ocorre de 60 em 60 anos, tomando por referência análise de dados tomados a partir do século XVIIII. E havia uma regluaridade quanto a isso, o que facilitou a previsão macroeconômica. Trata-se de um ciclo de progresso, que vai do fomento à crise e estagnação.

02) Se houver um novo governo militar aqui, o que teremos é um ciclo de Kondratiov na linha política brasileira. Um círculo vicioso de estagnação e conservantismo, em que o positivismo é trocado pelo marxismo e vice-versa, não importando o meio pelo qual se toma o poder, se é pela urna ou pela via armada. O X da questão é a regularidade dessa questão, se ela se dá a cada 50 anos ou não - mas nenhum sensato que se preze quer pagar pra ver, pois é notório que já estamos num círculo vicioso. Basta que se cogite intervenção militar que um novo ciclo se inicia. Se não fizermos nada, enquanto monarquistas, é provável que isso realmente aconteça.

3) Mas não tenho vocação de cientista maluco, a ponto de esperar o ciclo se completar por mais 50 anos. O fato é que esse ciclo precisa ser quebrado e já. E isso se consegue restaurando a monarquia e a aliança entre o altar e o trono, causas da fundação da Pátria, enquanto lar.


Principais fatos que caracterizam o ciclo:

1964-2014: 1º Ciclo de mediocridade completo

1964: Vendo o risco de uma cubanização no Brasil, o povo chama os militares. O que era para durar um pequeno tempo, acabou se prolongando por 21 anos, até 1985. O quebra-pau entre os militares e os terroristas começou. O plano cultural, infelizmente, ficou aberto aos esquerdistas, até o ponto de haver hegemonia completa. Nenhuma propaganda anticomunista foi feita, segundo aponta Olavo de Carvalho.

1980: Lei da Anistia: voltam os esquerdistas. A ação cultural underground foi minando todas as ações militares, até o momento em que tiveram de deixar o poder. Marco da virada para a esquerda: atentado no Rio Centro, em primeiro de maio de 1981.

1988: Constituição da Nova República => uma constituição salvacionista, a mais longa de todas, em número de artigos, foi promulgada; profundamente analítica, estabelece diretrizes intervencionistas, inflacionistas e nacionalistas. Após 26 anos, esta carta já teve mais de 70 emendas.



1990: Lula e Fidel fundam o famigerado Foro de São Paulo, de modo a se executar a conquista do Poder.


2002: PT chega ao poder; após os esquerdistas tomarem conta das universidades, o processo de fabricação de ódio ao governo militar começou. Duas gerações: da universidade até a escola primária, foram vítimas desse festival de mentiras sistemático. Disso resultou na chegada de um partido que representa a síntese do marxismo cultural e totalitário: o PT. Mas para que o mal se completasse, uma versão moderada e fabiana, o PSDB, ficou no governo entre 1994 e 2002. Ela que abriu caminho de modo ao mal se consumar.

2014: Após anos e anos de mal sistemático e de falência proposital do Estado Brasileiro, o povo começa a chamar os militares de novo. Um novo ciclo começa.


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