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terça-feira, 30 de novembro de 2021

Olavismo: retrato cultural da crise brasileira fundada nas nossas atuais circunstâncias

1.1) Nestes tempos loucos de pandemia, quando o seu país é governado pelo único governante no mundo que defende a sua liberdade para ser alguma coisa nesta vida enquanto os demais restringem o máximo que podem o ir e vir das pessoas de modo a se criar um controle social sobre a população, uma vez que elas acreditam piamente que o poder está acima da sociedade (essa falácia de Maquiavel, bem apontada pelo professor Olavo de Carvalho), não é de bom tom criticar o governo, sobretudo se você não tem um histórico de 20 anos de previsões políticas acertadas. 

1.2) Neste quesito, só os que têm resultados comprovados nestas questões difíceis e sensíveis podem criticar publicamente as más decisões do presidente Bolsonaro, no sentido de aperfeiçoar a liberdade de muitos, pois a verdade é o fundamento da liberdade. É nestas horas que somente as pessoas mais gabaritadas e mais experimentadas do debate público brasileiro podem criticar o presidente, pois elas têm licença para isso, por conta do serviço que prestaram ao Brasil. E neste ponto, não conheço muitas pessoas além do professor Olavo de Carvalho para fazer isso.

2.1) Agora, se eu fosse o professor Olavo, eu deveria me revestir de Cristo de tal maneira a aperfeiçoar a liberdade de muitos, pois estou valendo da minha autoridade para assessorar outras autoridades naquilo que melhor sei. 

2.2) Se, todavia, sou cheio de mim e só conservo o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de idolatrar um José Bonifácio da vida, que inventou a mentira de que o Brasil era colônia de Portugal, e faço desse homem um "founding father brasileiro", então toda a minha sapiência só edificará má consciência no mundo, a tal ponto que os inimigos da Santa Cruz, como os maometanos, acabarão proliferando feito bactérias nesta terra porque acusei injustamente D. Afonso Henriques de ter inventado um império da noite pro dia a ponto de sair matando muita gente. 

2.3) Desse conservantismo vou ter que prestar contas ao justo juiz no dia do juízo final, pois agi como um apátrida - e, neste ponto, não teria autoridade nenhuma para criticar o presidente, pois ataquei as bases sobre as quais o Brasil está assentado. E se eu não renegar o que fiz, o destino ser-me-á o fogo eterno.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2021 (data da postagem original).

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