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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Por que a República Brasileira é infinitamente pior do que a República Romana? (ou notas sobre os estágios da evolução da república para a monarquia, enquanto evolução da república)

1) Na República Romana, o cônsul era uma espécie de juiz, voltado para questões políticas, destinadas à promoção e à conservação do bem comum (a res publica). Um sancionava às regras, o que corresponde hoje à figura do primeiro-ministro, e outro vetava, exercendo o Poder Moderador, o que hoje compreende a figura do Rei ou do Imperador.

2) Na República Romana, os cônsules tinham o mesmo status, o que criava atrito entre eles, a tal ponto que a sociedade era dividida entre duas facções: uma, que apoiava os interesses dos cidadãos que não tinham passado de escravidão (os patrícios, os que compunham a aristocracia); e outra, que era composta dos que tiveram no passado marca de escravidão e que foram libertos (os plebeus, que compunham o partido popular). Nos termos da Lei das 12 tábuas, o cônsul que sancionava era ligado ao partido dos plebeus, o que fazia com que a República Romana descambasse num verdadeiro populismo, fonte de todas as corrupções e abusos. E não foi à toa que isso levou o país a uma guerra civil.

3) Depois de uma ditadura, Roma passou a adotar um regime de triunvirato, onde os territórios foram divididos entre três pessoas de mesmo grau hierárquico. Como não havia Poder Moderador, a rivalidade crescia e novas guerras civis surgiram, culminando no nascimento do Império Romano, em que o Imperador exercia o Poder Moderador. Ainda assim, o Poder Moderador sozinho não garantiu todos os problemas; Roma era uma sociedade pagã e pragmática - a cultura de liberdade, do nascimento sem marca de escravidão, era voltada para o nada, dado que o pai tinha poder de vida e de morte sobre os filhos, a mulher era tratada como se fosse coisa e os povos recém-conquistados podiam ser reduzidos a coisa e mortos como escravos - isso sem contar que o divórcio era permitido e que a prostituição era uma atividade de prestação de serviço, sujeita à cobrança de impostos. Só com a vitória do Cristianismo é que o Império Romano passou a deixar um legado relevante para as civilizações posteriores, coisa que desaguou na Idade Média.

4.1) Na República Brasileira, cada estado tem uma bancada de três senadores. Por esta razão, a federação é composta de 27 triunviratos estaduais, todos em pé de igualdade, embora defendam posições ideológicas diametralmente opostas umas às outras, o que favorece o relativismo moral. E onde houver relativismo moral não haverá justiça reinando naquele lugar, o Senado.

4.2) Esses senadores são como os cônsules que vetavam, pois são eleitos diretamente pelo povo e não pelos melhores de sua gente local. Como são juízes, eles serão capazes de cometer decisões teratológicas e não terão a postura própria de juiz, de modo a julgar um presidente por crimes contra a coisa pública (crimes de responsabilidade).  Não é à toa que populismo e oligarquia produzem uma verdadeira sinonimia.

4.3) Se a composição do Poder Legislativo se dá desse forma, então imaginem o Executivo, diretamente eleito pelo voto popular? O Chefe do Executivo, que preside a federação, a união dos estados e dos municípios, é tanto chefe de governo quanto chefe de Estado, tendo um poder muito grande nas mãos de uma só pessoa, a tal que o Poder Executivo está acima do Legislativo e do Judiciário. E um desses poderes é o de nomear ministros dos tribunais superiores - como os senadores são verdadeiros plebeus, uma amostra do que há de pior do povo de seu Estado, eles acabam legitimando as piores escolhas, de modo a fazer com que a liberdade no país seja servida para o nada sistematicamente.

5.1) Enfim, a República brasileira é composta de triunviratos e subtriunviratos. Como os triunviratos não duram muito, então a república é instável, visto que falta alguém para moderar a política de modo a manter o que é conveniente e verdadeiro, fundado naquilo que foi edificado em Ourique.

5.2) A estrutura política brasileira é complexa - e sua complexidade não está devidamente traduzida numa fórmula política prática de modo a fazer frente a isso. A república não passa de um simplismo que não atende a essa realidade.

5.3) A monarquia, que era a verdadeira república, é que conseguia fazer um verdadeiro governo de conciliação e coalizão, dado que o povo como um todo era tomado como se fosse parte da família do Imperador - e ele ouvia a todos do povo, de modo a melhor atendê-lo, de modo a que o país seja melhor tomado como se fosse um lar em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2016.

O conciliador deve ter múltiplos perfis na rede social, dado os múltiplos papéis sociais que assume

1) Para os não propensos à vida intelectual, o seu perfil deve ser uma escola e deve ser aberto aos sensatos. Por essa razão, é preferível que você conheça os sensatos pessoalmente ou aqueles com que você tem histórico de boas conversas em outras redes sociais onde você não exerce a atividade intelectual. A razão pela qual digo isso é que devemos confiar nos sensatos, pois é para eles que você deve servir, já que o nosso verdadeiro sustento deve vir das mãos dos pios, que são os verdadeiros amantes da verdade, que é Cristo - e a piedade se constrói através da sensatez.

2) Para os que são propensos à vida intelectual, seu perfil deve ser uma universidade de fato.

3) O fundamento da educação é o mesmo do distributivismo. Primeiro, você forma a elite, a aristocracia - e os melhores, pela força do exemplo, distribuem o que você ensina às pessoas comuns, a ponto de a aristocracia se desdobrar em democracia.

4) Por isso mesmo, você precisará necessariamente de dois perfis: um para formar os melhores, que será a universidade de fato, que deve servir tanto de redação de um jornal como também de oficina de idéias onde o intelectual-artesão trabalha; e outro, que deve servir de colégio de aplicação, onde a linguagem dos textos deve ser trabalhada de modo a que os comuns bem compreendam.

5.1) Um dos maiores pecados que há na rede social é reunir diferentes pessoas num único perfil, de modo a atender públicos distintos, com necessidades distintas. Isso cria atritos e conflitos, pois na rede social você não tem aquilo que bem caracteriza a realidade concreta: o uso de máscaras.

5.2) Para cada lugar, você tem uma persona, um modo de ser, um modo de agir, um modo de lidar com as pessoas, de modo a fazer com que as pessoas possam melhor trabalhar com você - como na rede social, você não tem persona, então seu estilo conciliador cai. E a melhor forma de se ter este estilo é ter vários perfis, cada um para atender a uma necessidade específica - e cada papel dever refletir um papel que você assume na realidade, pois no mundo virtual o múltiplo se desdobra em vários unos, embora a essência do ser, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, seja a mesma.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2016.

Notas sobre a importância de se ter um perfil específico para fazer as idéias circularem no facebook

1) Da mesma forma como no funcionalismo público, o tempo que você passa na rede social elaborando idéias e debatendo com pessoas do mesmo nível que você ou acima disso pode ser aproveitado na rede social nova ou mesmo num perfil novo. A maior prova disso é que você pode postar mensagens já prontas com o intuito de fazer estas circularem pela rede nos momentos de pico de audiência.

2) Por isso que eu digo, por experiência, que todo usuário de facebook que trabalha com idéias deve, pelo menos, ter duas contas: uma, que deve servir de oficina para as suas idéias, cujo perfil deve ser povoado somente com pessoas com forte propensão à vida intelectual; e outra para fazer as idéias circularem, quando houver pico de audiência no facebook, que deve ser composta só de pessoas comuns, não propensas à vida intelectual.

3) Um dos maiores problemas dos que trabalham com idéias está no fato de que não lidamos com pessoas comuns, o que acaba criando um ambiente muito impessoal. Com isso, perdemos o senso da realidade das coisas - e idéias servidas fora da realidade comum acabam edificando uma liberdade sem ordem, voltada para o nada, já que o abstrato não produz nenhum efeito na realidade, que é fundada na carne, no concreto. Por estar consciente dessa experiência, estou sempre tentando estar em outras redes sociais de modo a lidar com pessoas comuns, de carne e osso. Se eu não souber falar a linguagem comum, o meu pensamento não será eficaz e não produzirá a influência necessária de modo a se tirar os mais sensatos da letargia em que nos encontramos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2016.

Notas sobre o amarelo, enquanto cor primária

flavo - amarelo, em latim

flavor - sabor em inglês

1) Se o homem que sabe prova o sabor de todas as coisas de modo a ficar com o que é conveniente e sensato, então está dando atenção especial a esta coisa, pois isto pode levar ao que bom, correto, conforme o Todo que vem de Deus. Não é à toa que a cor da atenção é o amarelo.

2) Quando se experimenta algo que é novo, no sentido de que não existe experiência anterior a dele de modo a ser tomada por referência prévia, ele precisa ser prudente. Se a cor preta é a cor da prudência, então ele sai do estado de repouso, já que preto é ausência de cor, e vai direto para o amarelo, que é uma das cores primárias, junto com o vermelho e com o azul. Não é à toa que amarelo é a cor da atenção, da investigação. É a primeira das cores primárias.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2016.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Notas a respeito da minha experiência com gente prepotente

1) Não respeitam o princípio de estudar antes de falar. Para eles, a Constituição deu-lhes carta branca para falarem sobre qualquer coisa, desde que não façam isso sob o manto do anonimato - o que, do ponto de vista da Lei Natural, é uma verdadeira carta de marca, dentro da esfera íntima, privada - e esse comportamento predatório, fisiológico, prepara o caminho para o político inescrupuloso de amanhã, quando estiver na esfera política, fora do espaço da intimidade.

2) São altamente competitivos, a tal ponto que sabotam as boas idéias de seu próximo. Quando estão diante de pessoas que são inseguras, rebaixam as qualidades ou as vrtudes desse próximo, da mesma forma como rebaixam o preço das coisas que vão comprar de modo a maximizar o preço das coisas quando vão vender.

3) Discordam peremptoriamente das coisas quando o que é exposto fere o que é conveniente e dissociado da verdade, coisa que alimenta a sua vaidade natural. Não fazem a caridade de estudar o pensamento de seu próximo, de modo a corrigi-lo fraternalmente.

4) Tal como os protestantes, não crêem, tal como é demonstrado em suas atitudes, em fraternidade universal. São pessoas que só querem desfrutar o agora, pois para eles o amanhã, a vida eterna, simplesmente não existe.

5) Tal como os libertários e conservantistas, crêem fortemente no fato de que cada um tem a verdade que quiser, justamente porque isso é conveniente para eles, ainda que isso esteja dissociado da verdade. E por conta disso, impõem suas verdades, suas crenças e opiniões como se fossem verdades absolutas. Não acreditam no debate racional, dado que são seres autoritários.

6) Dado que muita gente não domina a linguagem, essa gente é incapaz de perceber as nuances que há entre o liberalismo e o libertarismo, muito menos as do conservadorismo e do conservantismo. E por não dominarem essas nuances, para essa gente tudo é reduzido a uma falsa sinonímia, a ponto de terem o horizonte de consciência reduzido - e por conta disso ficam a vociferar o mais odioso doutrinarismo. E não é à toa que isso favorece a manutenção da mentalidade revolucionária que mantém esta república maldita de pé.

7) Se a prepotência, a arrogância precede a queda, então são, por conta de sua natureza, apátridas. O Brasil que tomam por religião, na verdade, é um espectro do Brasil verdadeiro fundado em Ourique, sua negação. E é este falso Brasil, este falso verde-amarelo, que deve cair, pois ele prepara o caminho para o vermelho, para o comunismo, para o totalitarismo.

8) Boa parte da classe pensante do´País está presa na má consciência - e o mau exemplo deles arrastará muita gente para a porta larga do inferno.

9) Quem rezar pela conversão destes seres, que são inimigos muito piores do que os comunistas, estará predestinando sua alma ao Céu. E esta é necessidade espiritual de momento. Afinal, não podemos servir a Cristo em terras distantes se não pudermos converter nossos inimigos, os apátridas, àquilo que se edifica na conformidade com o Todo que vem de Deus. Esta é a mais pura verdade!

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de agosto de 2016.

Comentários à lição do professor Alexandre Seltz

1) Levemos em conta o que disse o meu colega Alexandre Seltz. Se não é preciso ser titular de um mandato político de modo a se ter poder político, então o poder que terei será através do trabalho que faço de fato, de modo a semear consciência nas pessoas para que possam viver a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus, coisa essa que se funda no fato de tomarmos nosso país como se fosse um lar em Cristo, por força da missão de servirmos a Ele em terras distantes, as mais estranhas.

2) Olhando em retrospectiva, eu consegui fazer algumas coisas:

2.A) Consegui converter minha colega Ana Rita de Luna à causa monárquica.

2.B) Fiz meu colega Genário Silva perceber que conservador é quem conserva a dor de Cristo e que vive a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus. Logo, o conservador é necessariamente católico - e quem não for isso só conserva o que é conveniente e dissociado da verdade, dado que o conservantista está à esquerda do Pai no seu grau mais básico. Tanto é que passou adotar o meu jeito de falar as coisas, de modo a passar essas coisas aos seus pares.

2.C) Juliana Miranda voluntariamente está organizando slides do meu trabalho e usou sua influência junto aos contatos dela de modo criar um logo pro meu trabalho.

2.D) Alguns dentre os meus contatos estão contribuindo regularmente para me manter neste bom trabalho que faço.

3) Enfim, não é muito, mas é o que pude fazer, ao longo de 3 anos de muito trabalho, escrevendo quase que diariamente pra vocês todos. Pelo menos, este foi o poder que construí. Não é muito grande, mas é o que pude fazer, com muito empenho e esforço.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de agosto de 2016.

Notas sobre uma lição do professor Alexandre Seltz

1) Não é necessário ter mandato político para se ter poder político.

2) Alunos do Prof. Olavo de Carvalho que ainda não aprenderam esta preciosa lição merecem uma surra de pau mole, pois se  provaram absolutamente despreparados para este tipo de tarefa. Se fossem atentos, acabariam se inspirando no exemplo do próprio professor - ele nunca teve um mandato de vereador numa cidadezinha de interior qualquer, mas exerce tanta influência e tem tanto poder político quanto vários senadores da República ou mesmo vários deputados federais.

3) Toda uma espécie de poder muito maior emana da alta cultura e da vida intelectual - e este poder jamais virá a partir de um mandato político. Um grande filósofo, um grande jornalista, um grande professor podem ter mais poder que milhares de políticos juntos. Basta o leitor olhar à sua volta - muitos esquerdistas jamais tiveram um mandato, mas têm tanto poder quanto presidentes. Eric Hobsbawm, um famoso historiador comunista, é a prova do que falo. Ele nunca foi político - embora já seja falecido, exerce mais influência do que mil Lulas e mil Dilmas juntos.

4) A História é a prova viva do que acabo de dizer. Não podemos descartar o plano político - no entanto, colocar a política no primeiro plano é suicídio.

Alexandre Seltz