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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Atividade governamental não é indústria governamental

1) Toda vez que instalo um software, eles sempre me perguntam qual é o meu ramo de atividade (industry). E atividade governamental é um desses ramos, dentre as opções de escolha.

2) Ninguém no Brasil é idiota a ponto de dizer que o governo é uma indústria, a não ser a República Sindical de Luiz Inácio Lula da Silva, que começou nos sindicatos do ABC - e este é um fato da realidade.

3) Esse industrialismo governamental gerou não só o inchamento dá máquina pública como também criou uma legião de desvalidos no Brasil. Durante os 13 anos de poder, o PT aumentou ainda mais o número de pobres. E pior: empobreceu a todos prometendo combater a pobreza. Foi uma enganação monstruosa.

4) Uma coisa é certa: traduzir "industry" por "indústria", em vez de "ramo de atividade", é demonstrar um desconhecimento tremendo não só da língua inglesa como também da língua portuguesa. É falta de bom senso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de setembro de 2016.

Notas sobre a indústria acadêmica

1) No artigo "Para onde vão as nações e o nacionalismo", de Katherine Verdery, ao longo do texto eu vi esta usar uma expressão tenebrosa: "indústria acadêmica".

2) Na língua inglesa, "industry" pode significar ramo de atividade - e o meio acadêmico é uma dessas especializações. No sentido luso-brasileiro do termo, a tradução mais adequada seria meio acadêmico.

3) Aqui no Brasil, a expressão "indústria acadêmica" seria algo extremamente pejorativo: a maior prova disso é que há fábricas e fábricas de monografias feitas por obrigação - e quem escreve não se dá nem o trabalho de estudar ou pesquisar, fora todo aquele padrão e estilo de linguagem que é uma verdadeira camisa-de-força, feito de tal modo a ser incompreensível e para ficar mofando numa prateleira de biblioteca. Não é à toa que só no Direito saem 50 mil novos diplomados, muitos dos quais verdadeiros jumentos.

4) Enfim, indústria acadêmica é isso: fábrica de diplomas. É como imprimir dinheiro sem lastro - no final das contas, o papel não terá valor nenhum, pois o meio acadêmico é uma farsa. Se o ensino é uma farsa, então o diploma é um atestado assinado por uma autoridade falsa, que prega coisas fora da lei natural - portanto, ilegítimas, dado que decorre da violação da lei eterna. O problema por que estamos a passar é que essa falsificação é genuína - ela não só é mantida por todos os que pagam impostos como também cria todo o aparato burocrático para compor a estrutura de Estado do Brasil.

5) Se a revolução industrial levou a proletarização da sociedade, então a indústria acadêmica proletariza o conhecimento - e de lá saem hordas de jumentos. A USP é o exemplo mais famoso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de setembro de 2016.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Notas sobre economia enquanto um problema de coordenação

1) A relação entre oferta e demanda é uma relação coordenada. A é produtor, B é o intermediário e C é o consumidor final. A só poderá conhecer a demanda se B conhecer o que C demanda. B pede a A; A produz, B vende e C fica satisfeito. Como a demanda de C era eventual, então houve faturamento em função da incerteza (lucro).

2) Algumas demandas são sazonais - coisa que se dá por força de algum festejo específico, como o carnaval. Para essas coisas, a produção pode ser planejada e se antecipar à demanda.

3) Num mundo marcado por incertezas, quanto mais você conhecer as pessoas, de modo a saber o que elas estão precisando, melhor. Se você não puder fazer aquilo que é pedido diretamente, você precisará de alguém que ame e rejeite as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento e que seja capaz de fazer coisas que a população demande de modo a que você possa servir a seus semelhantes, enquanto intermediário. Dessa forma, o intermediário faz do produtor um colaborador,  uma espécie de sócio. Quanto mais produtores associados a um intermediário comum, maior a cooperação - e a rentabilidade tende a ser maior, pois sócios geralmente recebem partes iguais, pois estão unidos por valores, já que tudo é preparatório para a vida eterna e o trabalho é o meio de santificação. Com isso, há um processo de capitalização moral - e a riqueza é conseqüência desse trabalho, pois é um prêmio, pois quem serviu a seu semelhante merece ser bem recompensado

4) Quando bem aplicado, o cooperativismo se torna uma espécie de distributivismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de setembro de 2016.

Meditação sobre a lei da preferência temporal

1) Uma das razões pelas quais a maioria prefere bens presentes a bens futuros esteja no fato de vivermos numa sociedade materialista. E numa sociedade materialista e hedonista, o imediato é sinônimo de necessário.

2) Mas essas coisas demandam tempo para serem produzidas. Por isso, quem for organizado e se antecipar a demanda acaba colhendo os benefícios decorrentes das circunstâncias.

3.1) Por isso mesmo, a taxa de juros numa sociedade materialista e que rege suas relações pautadas na impessoalidade tende a ser maior numa sociedade onde as pessoas confiam uma nas outras e que tendem a fazer coisas como uma preparação para a vida eterna.

3.2) A taxa de juros tende a ser maior por causa do elevado risco de rescisão contratual - isso sem falar numa tendência a judicialização dos contratos, em que o Estado decidirá terminativamente a questão ainda que a lei esteja dissociada da Lei Natural, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

4) A questão é: vale à pena o risco? A resposta é um claro não. Se alguém responder sim, é porque este ama mais o dinheiro do que a Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de setembro de 2016.

domingo, 4 de setembro de 2016

Deletar insensatos é como podar um bonsai

1) Vou seguir um sábio conselho: vou deletar os insensatos.

2) Em geral, os insensatos discordam do que eu penso de maneira peremptória, sem estudar o que estudei e sem ler o que eu li. Se meu professor, Olavo de Carvalho, deixou uma obra vasta, da qual poucos a conhecem inteiramente, eu estou numa situação pior: tenho muitos artigos escritos e ninguém conhece a doutrina a fundo. E pela graça de Deus - após muito pregar - eu um dia terei essas pessoas, tal como ele tem.

3.1) Em geral, os insensatos tratam conservadorismo e conservantismo como sinônimos, quando na verdade são duas coisas diferentes.

3.2) Do mesmo modo, o liberal do libertário. Por isso, condenam o liberal-conservador, quando na verdade o que deve ser condenado é o libertário-conservantista. Afinal, nunca deram atenção para o conselho do professor Olavo de Carvalho quanto à necessidade de dominar as nuances da linguagem. Por isso, ficam a regurgitar odioso doutrinarismo.

4) Em geral, tratam o Sua Santidade, o Papa Francisco, como tratariam a empregadinha deles: como um qualquer.

5) Mesmo se dizendo "católicos", defendem até a morte esse odioso modelo econômico fundado na ética protestante e dizem que o modelo econômico fundado na sã doutrina, o distributivismo, é fascismo. Isso sem falar da tentativa de seqüestrar as idéias da Escola de Salamanca, feita de tal maneira a edificar liberdade para o nada.

6) Mandam para aquele lugar quem pensa de maneira diferente deles, mesmo que esse pensamento diferente esteja bem fundamentado em estudo sério, sensato.

7) Enfim, defenestrar essa turma é o que deve ser feito. Só não posso defenestrar o patrulhamento ideológico por que passo dentro de casa. Quem pensa que minha vida é mole não imagina como é difícil minha vida fora da internet.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de setembro de 2016.

sábado, 3 de setembro de 2016

Tomar o fato social como se fosse coisa pode ser abusivo

mistake - erro.

1) Em língua inglesa, entende-se por verdade tomar o fato social como se fosse coisa.

2) Ocorre erro quando há um abuso desse fato; coisas convenientes e dissociadas da verdade são tomadas como se fossem coisa - e por força disso fazem a descrição de uma falsa realidade, tomando por coisa um objeto fabricado de tal modo a retratar uma falsa realidade, coisa própria de um ídolo.

3) Se a verdadeira fé leva à verdadeira ciência, coisa que é produzida a partir do estudos dos ícones, então a falsa fé leva a uma falsa ciência que descreverá, mesmo corretamente, objetos que nos apontam para o falso, que são os ídolos.

4) Esse abuso é mais grave do que erro natural, não provocado. E esse abuso é alimentado através de falsificações genuínas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de setembro de 2016.

A lei da oferta e da demanda não é uma lei

1) A maior prova de que a "lei" da oferta e da demanda não é uma lei está neste argumento: ninguém será punido, sob a alegação de que não a conhece. Mesmo que a pessoa perca dinheiro, por fazer uma leitura errada do que ocorre no mercado, ela não vai se sentir penalizada - na verdade, só tenderá a ganhar mais experiência de modo a que faça uma leitura melhor. Os únicos que se sentirão punidos são aqueles que mais prezam o dinheiro do que a Deus, o que leva a uma certa neurose, a um fechamento da alma à verdade - é o que acontece comigo, quando boto o dinheiro à frente das coisas mais importantes.

2) Além disso, mesmo que a pessoa tenda a pagar mais caro ou mais barato, por conta de um produto estar em falta ou em abundância no mercado, esse ajuste não é automático: as pessoas precisam perceber isso e fazer os ajustes necessários, de modo que mantenham seus ganhos e sustentar o seu padrão de vida. E pode haver o senso de se conservar as coisas do jeito como se encontram, dissociadas da "verdade" econômica, e mesmo assim não haver prejuízo, pois tudo isso necessariamente pede escolha humana. Dentro deste ponto, a prática de conservantismo não é pecado capital - ele só passa a ser "pecado" se o dinheiro é mais amado do que o Deus vivo.

3) Não é à toa que é um falso dogma, dado que é uma verdade de fé decorrente do "deus" do dinheiro, que é o contrário daquilo que decorre do Deus verdadeiro. Além disso, como Jesus advertiu, não podemos ter dois senhores - e a lei da oferta e da demanda é um indício de que a pessoa está em conformidade com o Todo que vem desse falso senhor; se o dinheiro é mais amado do que as pessoas e mais amado do que a eventualidade, então a economia é impessoal, dissociada da realidade das relações sociais.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de setembro de 2016 (data da postagem original).