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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Notas sobre o efeito da rede social no âmbito familiar, quando bem usada

1) Aqui em casa, eu repassei muitas informações importantes aos meus pais. A tal ponto que eles criaram um perfil no facebook e estão sempre buscando informações relevantes.

2.1) Com isso, dentro de casa, uma rede interna corporis acabou se formando, onde as informações são cruzadas.

2.2) Se por um lado, eu acabo informando meus pais onde eles não sabem, por outro eu acabo sendo esclarecido de certas coisas contidas nas informações que recebo, dado que alguns elementos que se dizem de "direita" (mas que são tão esquerdistas quanto os esquerdistas, nas suas posturas) tendem a induzir os sensatos ao erro, por força de seu doutrinarismo e de seu conservantismo maldito. Por conta disso, eu deleto essa gente que não presta.

3) Se eu tivesse uma famíla grande que soubesse usar a rede da forma como se deve, que é para se informar, uma verdadeira cultura de conhecimento acaba se distribuindo por todo o âmbito familiar, seja na própria casa ou nas casas dos nossos outros parentes que amam e rejeitam as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento.

4) Se as circunstâncias me fossem favoráveis - a ponto de ter um ir e vir seguro, a ponto de não ser alvo de tentativa de assalto -, eu poderia perfeitamente obter o e-mail dos meus pares e repassar as informações que recebo para eles, de modo a que possam se informar melhor. Com isso, nasce uma pequena comunidade, que é a dos amigos, que é tão próxima quanto a da família.

5) É graças a essa riqueza gerada por essas redes que a verdade vai se propagando mais rápido, tão rápido quanto a velocidade da luz. Basta ter uma ter uma vida reta, uma fé reta e uma consciência reta, além de saber usar a rede social como uma ferramenta, bem como circunstâncias favoráveis que você fará um bom trabalho.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2016. 

Notas sobre minha experiência como aluno em sala de aula, em tempos de rede social (ou como a rede social favorece a nefasta cultura da patota)

1) Quando estava na faculdade, o pessoal usava o orkut para se informar das coisas sem sair de casa. Como na época eu morava longe da faculdade e não havia rede social pelo celular, eu acabava terminando que nem marido traído: eu era sempre o último a saber, dado que ninguém me contava as coisas. Se eu ficasse doente, eu terminava me ferrando.

2) No curso de polonês, os colegas de minha turma sabiam das coisas através do what's app. Como não tinha what's app, eu não recebia a informação antecipadamente - a tal ponto que eu ia à paróquia desnecessariamente, dado que ninguém me fazia a caridade de me informar.

3) É por conta dessas coisas que atualmente estou preferindo cursos online a cursos presenciais, já que colega de turma, estas atuais circunstâncias, mais atrapalha do que ajuda. Nos cursos online eu aprendo no meu próprio ritmo e não fico refém dessas palhaçadas - afinal, ninguém colabora comigo de modo a passar a informação necessária, dado que ninguém se importa com quem se encontra na mesma situação que você, que é a da sala de aula.

4) Ao mesmo tempo em que rede social favoreceu a uma maior circulação de informação, ela favoreceu ao mesmo tempo a cultura da impessoalidade, a cultura do sigilo, mesmo que naturalmente não haja. A tal ponto que aquele que não sabe das coisas, por não ter tempo de se dedicar à rede social, termina sendo prejudicado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2016.

Notas sobre a importância de um Código de Honra dos Estudantes nas escolas

1) Nos EUA, as escolas possuem um Código de Honra dos Estudantes - e nele você vê os direitos e deveres próprios do coleguismo, estando numa sala de aula. Para quem vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, este Código de Honra decorria do fato de que devemos nos amar uns aos outros, tal como Cristo nos amou. Por força disso, não era preciso que isso fosse escrito.

2) Por conta do fato de a ética protestante, fundada da não crença em fraternidade universal, ser uma realidade sociológica, este Código de Honra precisa ser necessariamente escrito, pois virou uma regra de conduta que precisa ser melhor observada, dado que as pessoas não estão se importando com quem se encontra na mesma situação que a dela, em sala de aula. E em tempos de rede social, de individualismo exacerbado, as escolas deveriam ter um Código de Honra dos Estudantes, justamente para se combater a nefasta cultura de patota.

3) Se eu fosse dono de escola, eu criaria um. E quem não fosse um bom colega terminava suspenso, dado que é ato de indisciplina. E da indisciplina sistemática, por força disso, terminaria expulso do colégio. Afinal, para estar em sala de aula, é preciso ser gente primeiro  - e as pessoas estão deixando de ser isso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro de 31 de agosto de 2016.

As grandes corrupções nascem das pequenas corrupções

1) É fato verdadeiro que as grandes corrupções nascem das pequenas.

2) Em ambiente de sala de aula, turmas heterogêneas tendem a ser fragmentárias, a ponto de formarem verdadeiras patotas. Essas patotas, ao invés de repassarem informações a quem está na mesma situação que você, elas retêm a informação, criando uma cultura de sigilo onde naturalmente não há, a ponto de prejudicar o progresso estudantil de quem está só comprometido com o estudo, sobretudo quando este está doente ou não pode, por força das circunstâncias, usar da mesma tecnologia de rede social que quase todos usam.

3) O que cria a cultura de exclusão digital não é a tecnologia, mas o efeito corruptor da patota. E esta pequena corrupção produz um efeito gigantesco na alma.

4) De nada adianta lutar contra o atual estado de coisas em que nos encontramos se não combatermos, primeiramente, a corrupção que há em sala de aula, coisa que temos através da cultura de patota. Se minha turma é composta de 30 colegas, então esses 30 colegas são a minha circunstância - e eu devo tratá-los igualmente naquilo que decorrer do curso em sala de aula. Se há alguém que não usa a tecnologia, isso não quer dizer necessariamente que ele não tenha o direito de saber - como colega, eu tenho o dever de informá-lo, de modo a que não fique pra trás. Enfim, o coleguismo deve favorecer uma cultura de caridade - e não posso enxergar o meu próximo como um competidor, enquanto melhor me preparo de modo a servir a quem pede os meus serviços.

5) Enfim, mesmo em âmbito paroquial, existem elementos sociológicos decorrentes da ética protestante que deu origem ao capitalismo - a maior prova disso é a constituição das patotas, coisa que se funda no fato de que as pessoas, no fundo, não crêem em fraternidade universal, fraternidade essa que decorre da conformidade com o Todo que vem de Deus. Não é só um aspecto econômico - esse dado é também cultural. E isso é odioso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2016.

Se o amarelo é a cor da atenção, então é a partir dela que conhecemos as outras duas: uma que leva ao céu (azul) e outra que leva ao inferno (vermelho)

1) Se o amarelo é a primeira das cores primárias, é através dela, já que simboliza a razão natural que temos, que conhecemos as outras duas: o azul, que simboliza o Céu, e o vermelho, que simboliza o inferno.

2.1) A partir do estado permanente de atenção e de investigação em que nos encontramos, nós conservamos o que é conveniente e sensato - e por conta disso, passamos a percorrer a estrada por onde Jesus andou. E esta estrada termina quando aprendemos a conservar a dor de Cristo - e é a partir desse senso de conservar a memória dessa dor que compreendemos que Ele é o caminho, a verdade e a vida - logo, a verdadeira liberdade. Como essa liberdade edifica ordem e essa ordem é magnificente, então o verdadeiro liberalismo é edificado a partir do conservadorismo.

2.2) E este é, pois, o verdadeiro conservadorismo liberal de que tanto falo - é preciso que se domine muito bem a linguagem de modo a entender bem o que estou a falar. Como a maioria dos "conservadores" de facebook não faz isso, então acabam conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, a tal ponto que fazem da tradição que herdamos dos Santos Apóstolos tábula rasa, a ponto de criar uma sola traditio nos mesmos moldes da sola scriptura ou da sola fide, a ponto de edificar má consciência sistemática. Não é à toa que o conservantismo é estar à esquerda do Pai no seu grau mais básico, pois nasce de uma escolha que edifica uma falsa ordem, de uma heresia.

3) Quanto mais aprendemos a conservar o que é conveniente e sensato, mais estamos perto do Céu - logo, tudo para nós será azul, já que o fazemos isso tendo compromisso com a excelência; quanto mais nós conservamos o que é conveniente e dissociado da verdade, mais estamos perto do vermelho, do fogo eterno - logo, nós seremos eternamente devedores, a tal ponto que sairemos desse estado quando pagarmos o único centavo. E o começo disso se dá no arrependimento. E é neste ponto que trocamos o inferno pelo purgatório.

4) Como são três as cores primárias, então esta é a trindade mais básica que devemos conhecer, antes de nos aperfeiçoarmos naquilo que decorre da dor de Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2016.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Por que a República Brasileira é infinitamente pior do que a República Romana? (ou notas sobre os estágios da evolução da república para a monarquia, enquanto evolução da república)

1) Na República Romana, o cônsul era uma espécie de juiz, voltado para questões políticas, destinadas à promoção e à conservação do bem comum (a res publica). Um sancionava às regras, o que corresponde hoje à figura do primeiro-ministro, e outro vetava, exercendo o Poder Moderador, o que hoje compreende a figura do Rei ou do Imperador.

2) Na República Romana, os cônsules tinham o mesmo status, o que criava atrito entre eles, a tal ponto que a sociedade era dividida entre duas facções: uma, que apoiava os interesses dos cidadãos que não tinham passado de escravidão (os patrícios, os que compunham a aristocracia); e outra, que era composta dos que tiveram no passado marca de escravidão e que foram libertos (os plebeus, que compunham o partido popular). Nos termos da Lei das 12 tábuas, o cônsul que sancionava era ligado ao partido dos plebeus, o que fazia com que a República Romana descambasse num verdadeiro populismo, fonte de todas as corrupções e abusos. E não foi à toa que isso levou o país a uma guerra civil.

3) Depois de uma ditadura, Roma passou a adotar um regime de triunvirato, onde os territórios foram divididos entre três pessoas de mesmo grau hierárquico. Como não havia Poder Moderador, a rivalidade crescia e novas guerras civis surgiram, culminando no nascimento do Império Romano, em que o Imperador exercia o Poder Moderador. Ainda assim, o Poder Moderador sozinho não garantiu todos os problemas; Roma era uma sociedade pagã e pragmática - a cultura de liberdade, do nascimento sem marca de escravidão, era voltada para o nada, dado que o pai tinha poder de vida e de morte sobre os filhos, a mulher era tratada como se fosse coisa e os povos recém-conquistados podiam ser reduzidos a coisa e mortos como escravos - isso sem contar que o divórcio era permitido e que a prostituição era uma atividade de prestação de serviço, sujeita à cobrança de impostos. Só com a vitória do Cristianismo é que o Império Romano passou a deixar um legado relevante para as civilizações posteriores, coisa que desaguou na Idade Média.

4.1) Na República Brasileira, cada estado tem uma bancada de três senadores. Por esta razão, a federação é composta de 27 triunviratos estaduais, todos em pé de igualdade, embora defendam posições ideológicas diametralmente opostas umas às outras, o que favorece o relativismo moral. E onde houver relativismo moral não haverá justiça reinando naquele lugar, o Senado.

4.2) Esses senadores são como os cônsules que vetavam, pois são eleitos diretamente pelo povo e não pelos melhores de sua gente local. Como são juízes, eles serão capazes de cometer decisões teratológicas e não terão a postura própria de juiz, de modo a julgar um presidente por crimes contra a coisa pública (crimes de responsabilidade).  Não é à toa que populismo e oligarquia produzem uma verdadeira sinonimia.

4.3) Se a composição do Poder Legislativo se dá desse forma, então imaginem o Executivo, diretamente eleito pelo voto popular? O Chefe do Executivo, que preside a federação, a união dos estados e dos municípios, é tanto chefe de governo quanto chefe de Estado, tendo um poder muito grande nas mãos de uma só pessoa, a tal que o Poder Executivo está acima do Legislativo e do Judiciário. E um desses poderes é o de nomear ministros dos tribunais superiores - como os senadores são verdadeiros plebeus, uma amostra do que há de pior do povo de seu Estado, eles acabam legitimando as piores escolhas, de modo a fazer com que a liberdade no país seja servida para o nada sistematicamente.

5.1) Enfim, a República brasileira é composta de triunviratos e subtriunviratos. Como os triunviratos não duram muito, então a república é instável, visto que falta alguém para moderar a política de modo a manter o que é conveniente e verdadeiro, fundado naquilo que foi edificado em Ourique.

5.2) A estrutura política brasileira é complexa - e sua complexidade não está devidamente traduzida numa fórmula política prática de modo a fazer frente a isso. A república não passa de um simplismo que não atende a essa realidade.

5.3) A monarquia, que era a verdadeira república, é que conseguia fazer um verdadeiro governo de conciliação e coalizão, dado que o povo como um todo era tomado como se fosse parte da família do Imperador - e ele ouvia a todos do povo, de modo a melhor atendê-lo, de modo a que o país seja melhor tomado como se fosse um lar em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2016.

O conciliador deve ter múltiplos perfis na rede social, dado os múltiplos papéis sociais que assume

1) Para os não propensos à vida intelectual, o seu perfil deve ser uma escola e deve ser aberto aos sensatos. Por essa razão, é preferível que você conheça os sensatos pessoalmente ou aqueles com que você tem histórico de boas conversas em outras redes sociais onde você não exerce a atividade intelectual. A razão pela qual digo isso é que devemos confiar nos sensatos, pois é para eles que você deve servir, já que o nosso verdadeiro sustento deve vir das mãos dos pios, que são os verdadeiros amantes da verdade, que é Cristo - e a piedade se constrói através da sensatez.

2) Para os que são propensos à vida intelectual, seu perfil deve ser uma universidade de fato.

3) O fundamento da educação é o mesmo do distributivismo. Primeiro, você forma a elite, a aristocracia - e os melhores, pela força do exemplo, distribuem o que você ensina às pessoas comuns, a ponto de a aristocracia se desdobrar em democracia.

4) Por isso mesmo, você precisará necessariamente de dois perfis: um para formar os melhores, que será a universidade de fato, que deve servir tanto de redação de um jornal como também de oficina de idéias onde o intelectual-artesão trabalha; e outro, que deve servir de colégio de aplicação, onde a linguagem dos textos deve ser trabalhada de modo a que os comuns bem compreendam.

5.1) Um dos maiores pecados que há na rede social é reunir diferentes pessoas num único perfil, de modo a atender públicos distintos, com necessidades distintas. Isso cria atritos e conflitos, pois na rede social você não tem aquilo que bem caracteriza a realidade concreta: o uso de máscaras.

5.2) Para cada lugar, você tem uma persona, um modo de ser, um modo de agir, um modo de lidar com as pessoas, de modo a fazer com que as pessoas possam melhor trabalhar com você - como na rede social, você não tem persona, então seu estilo conciliador cai. E a melhor forma de se ter este estilo é ter vários perfis, cada um para atender a uma necessidade específica - e cada papel dever refletir um papel que você assume na realidade, pois no mundo virtual o múltiplo se desdobra em vários unos, embora a essência do ser, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, seja a mesma.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2016.