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terça-feira, 9 de agosto de 2016

Notas feitas a partir da realidade brasileira

1) Há uma nota de Tocqueville, não sei em qual livro se encontra, dizendo que o objetivo do Estado é fazer com que as pessoas não dependam mais dele. Ou seja, o Estado deve ensinar as pessoas a plantar o trigo e não ficar dando uma de Deus, de modo a dar o pão nosso de cada dia.

2) Na nossa realidade brasileira, o sonho das pessoas é fazer carreira no funcionalismo publico. Fazer carreira como um meio de vida honesto, digno.

3) Funcionalismo público, em si mesmo, é um meio honesto lícito de se ganhar a vida - isso não contraria o Direito Natural. muito pelo contrário, se houver uma aliança do altar com o trono ele favorece o processo de se tomar o país como se fosse um lar em Cristo, gerando uma liberdade com um propósito concreto, fundado em Cristo, que é o Rei dos Reis. O que é errado é fazer do carreirismo uma forma de comodismo, pois isso revela covardia espiritual.

4) Se nós ensinarmos os novos servidores públicos a serem empreendedores, de modo a que criem meios que possam fazer com que as pessoas aprendam a lavrar a terra, a pescar, a serem empreendedores, isso é uma solução distributivista. Pois se o Rei é pai de seu povo, então ele deve ensinar os filhos a serem livres independentes. Dentro dessa forma, o paternalismo não é odioso - é, na verdade, libertador, pois o Estado está atuando com caráter subsidiário, favorecendo a capacitação da população ao maior número de pessoas possível.

5) O maior desafio é tomar o Estado desde o funcionalismo público. Esta historicamente é classe mais esquerdista do país - e isso implica ocupar esse espaço. E esses novos servidores recém-ocupados precisam de toda uma estrutura, de modo a que possam suportar à cooptação ideológica que há lá dentro das repartições públicas. E não foi à toa que pensei sobre essas questões no artigo anterior.

Notas sobre a questão da ocupação de espaço no funcionalismo público - o caso dos cursinhos

1) Se eu fosse dono de cursinho preparatório para concurso público, eu faria uma escola preparatória, de modo a preparar o sujeito para ocupar o espaço e não se deixar ser cooptado pelos esquerdistas.

2) Trata-se de educação complementar àquela que o cursinho prepara, que é adestramento. Esta forma consciência e dá suporte aos que vão ocupar suas carreiras, num contexto de guerra cultural contra a esquerda.

3) Seria mais fácil se eu pudesse ocupar o espaço de uma escola já conhecida pela clientela. Mas, até ocupar esse espaço, eu precisaria algo que não tenho: um estômago de aço.

4) A minha natureza me pede que eu seja um colonizador - eu tendo a lançar as fundações e a começar as coisas desde o zero. Tal como crio um filhote de cachorro até a fase adulta, ele assume as feições do meu estilo de comando e livre dos vícios dos outros. Até ficar conhecido no mercado, o curso precisaria de tempo para isso. E é isso que a muitos falta, dado que é urgente ter paciência.

O que aconteceria se o Brasil fosse uma pátria educadora de verdade?

1) Se o Brasil fosse mesmo uma pátria educadora, o país seria uma nação de historiadores e de escritores de obras literárias.

2) Numa nação de historiadores, o hábito de cultivar homens de modo a serem guardiões da memória faria com que nenhum crime cometido em época passada se tornasse prescrito. Pois só quem pode lembrar é que tem o direito de perseguir e punir conforme os princípios da Lei Natural, pois se Deus se lembra de tudo, então os ilícitos cometidos, por força da ação do Santo Espírito de Deus, não serão esquecidos, o que favorece a aplicação da Lei Penal.

3) Numa nação de escritores, a linguagem é trabalhada de várias maneiras de modo a instigar a imaginação. E uma memória se faz a partir de imagens que não podem ser esquecidas - e a linguagem bem trabalhada favorece que se pense a realidade a partir das imagens que são feitas dela, com o uso de uma descrição bem adequada, bem articulada.

3) Uma nação de escritores e historiadores seria um desdobramento dos primórdios da civilização, composta de caçadores-coletores. Os caçadores-coletores culturais, com o uso da escrita, fazem verdadeiras maravilhas, experimentando as coisas de modo a ficar com o que é conveniente e sensato. O maior desafio é evitar que a mentalidade revolucionária floresça entre nós, por conta de sabedoria humana dissociada da divina. E isso pede eterna vigilância.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de agosto de 2016 (data da postagem original).


segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Da chatice como pobreza espiritual

nudny - chato, em polonês

1) Uma pessoa chata, desagradável, expõe toda a sua sabedoria humana dissociada da divina diante de todos. Logo, podemos dizer que ela está nua, espiritualmente falando. Se nudez desta natureza é um exemplo típico de pobreza espiritual, então ela merece ser castigada. Não só a nudez do corpo, como geralmente conhecemos, mas a que não podemos ver e que pode ser sentida através da compreensão da realidade, pois os ricos em sabedoria humana dissociada da divina conservam o que é conveniente e dissociado da verdade - o que revela caráter, dado que é um indicativo de má consciência, coisa que deve ser combatida a fio de espada.

2) Se é ato de caridade vestir os nus, então uma repreensão, essa espada moral que todos carregamos e que não usamos, se faz necessária. É preciso que o chato acorde de seu berço esplêndido, por ser do mundo, de modo a que viva a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus, pois o Reino para o qual estamos destinados não é deste mundo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de agosto de 2016

Mais notas sobre polonês

kośc - osso, em polonês.

cost - custo, em inglês

1) Tudo aquilo que é verdadeiro custa caro, por decorrer da dor de Cristo. Durante a Crucificação, os que a aplaudiram repartiram entre si as vestes do Salvador e Ele pôde contar todos os ossos.

2) Por isso que não existem soluções fáceis, uma vez que escolher o que é conveniente e dissociado da verdade é algo barato, muito cômodo, o que revela covardia para se viver a santidade. E não existe algo mais vergonhoso do que ver homens e mulheres fraquejarem, a ponto de conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade - e não é à toa que o conservantismo é estar à esquerda do Pai no seu grau mais básico.

domingo, 7 de agosto de 2016

Notas sobre nacionidade e geopolítica aplicadas ao estudo da Teoria do Estado

1) Todo estudo de geopolítica implica sempre que se estude a história através de exames de caso.

2) Se a História Universal é um recorte das histórias particulares, de modo a mostrar ações humanas como um exemplo de tudo aquilo que nos aponta para o Céu, então devemos estudar exames de caso de modo a saber o que foi feito de certo e de errado, de modo a se conservar o que é conveniente e sensato e não repetir os mesmos erros do passado, fundados no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, base para o estabelecimento de uma mentalidade revolucionária.

3) Através das ações humanas e do comportamento social decorrente dessas ações, nós podemos ver qual é o regime político mais adequado de modo a que o país, tomado como se fosse um problema, pode ser tomado como se fosse um lar em Cristo, dentro de suas circunstâncias.

4) É através de um regime político adequado, em aliança permanente com a Igreja e feito de modo a reger as coisas na conformidade com o Todo que vem de Deus, que se tem a construção de uma civilização. E a civilização pressupõe a construção de um projeto de poder de modo a fazer com que aquele país seja grandioso e admirado por todas as outras civilizações vindouras - e o maior desafio é fazer esta civilização resistir ao teste do tempo.

5) Enfim, o estudo da Teoria do Estado é o estudo de formas de civilização que resistiram ao teste do tempo e de que forma esses regimes políticos bem serviram a Igreja e ao seu povo, de modo a que o país fosse tomado como se fosse um lar em Cristo.

Notas sobre nacionismo e geopolítica

1) Para se tomar um país como se fosse um lar, isso implica fazer no macro aquilo a que estamos acostumados a lidar no micro - cada casa, dependendo de sua circunstância, tem seu problema e devemos lidar com a realidade do lar em que moramos.

2) Quando se trata de Portugal como um problema, devemos levar em conta o que é interessante para Portugal de modo a que possa melhor honrar aquele compromisso que foi firmado em Ourique, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo. Como nós somos herdeiros dessa missão, visto que o descobrimento do Brasil é um desdobramento dessa missão em terras americanos, então isso também nos interessa - por isso, a possibilidade de restaurar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves é parte do problema de se tomar o país como se fosse um lar, coisa que possui caráter permanente.

3) Como o lar é também Igreja doméstica, então não adianta examinar tão-somente os interesses econômicos ou militares do país - há que se levar em conta a questão espiritual da terra em que se habita, de modo a que a heresia e o relativismo moral não tomem conta do País, pois do vazio espiritual da terra os islâmicos se aproveitam e acabam com a civilização historicamente edificada em Cristo Jesus. Esta foi uma das maiores lições do papado peregrino de São João Paulo II - a chamada "nova navegação", coisa que nos trouxe a necessidade de restaurar a antiga, que se perdeu na Revolução Liberal do Porto, de 1820.

4) Exterminar a mentalidade revolucionária e restaurar a antiga ordem cristã não é só conveniente como também é ago necessário e bom, pois Deus é bom. É um problema estratégico - e como estamos numa guerra cultural, já que selará o destino de nossa civilização, então esta questão está além do Direito e além de tudo aquilo que está calcado no mero positivismo - e essas coisas se fundam na conformidade com o Todo que vem de Deus e devemos estar prontos para este desafio. É uma questão de vida e morte - por isso, o pacifismo é inócuo.