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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Da necessidade de se construir uma cultura de sobrevivência em face da mentalidade revolucionária

1) Nós temos bases fundacionais mais sólidas que as americanas. Entretanto, após 126 anos de governo marcadamente revolucionário -que fomentou ignorância como se fosse cultura, ao ensinar, ao longo das gerações, que monarquia é atraso  - o maior desafio de nosso tempo, e dos que logo virão, é restaurar essas bases que foram destruídas, por conta da queda da monarquia.

2) Se a base do poder está na sociedade, no senso de se tomar o país como se fosse um lar e não como se fosse religião, então a ação cultural é crucial, de modo que o país volte a ser uma sólida monarquia católica. Precisaremos adotar toda uma cultura de sobrevivência capaz de resistir às intempéries decorrentes da apatria e das perseguições. Ao contrário dos EUA, não precisaremos lutar contra a natureza - o maior desafio é sobreviver à intempérie revolucionária e nela prosperar, até ela ser sobrepujada por nossa força interior.

3) E a cultura de sobrevivência se dará na ação de escritores e numa cultura de forte pessoalidade. E é através de um apostolado exemplar, distribuído sistematicamente através dos livros e das gerações, que o país consegue resistir, pela força da iniciativa privada de alguns, aos vícios do totalitarismo nazi-petista.

4) Uma raça especial de pessoas vai se forjar, por conta dos abusos e dos desmandos desse governo nazi-petista - esses novos brasileiros serão como as superbactérias que resistem a todo tipo de antibiótico, que nos negam a vida em Cristo. Uma seleção natural está em andamento - os apátridas estão saindo do país ou estão morrendo de velhice; no lugar deles, entrarão os que conhecem o destino da pátria por força de Ourique. Esses resistirão ao longo das gerações, a ponto de forjar uma estirpe, tal como se deu na Idade Média. 

5) Pelo martírio, pela fé e pela edificação na alta cultura, esse povo novo derrotará o comunismo. E restaurará as bases do antigo Império Luso-Brasileiro.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de maio de 2015 (data da postagem original).

Da dialética dos conservantismos - o caso americano

1) Por conta da cultura de improvisação, o que era conveniente e sensato acabou se conservando, apesar de todo o conservantismo.

2) Essa luta permanente para se manter aquilo que é conveniente e sensato, apesar do conservantismo, é o que marca a cultura americana. A estabilidade de hoje é marcada pela constante instabilidade, por conta de seu governo marcadamente improvisado. São estáveis porque conservam o que é bom e sensato, pois isso leva à verdade. E isso se dá por conta da experiência prática, que imita a experiência romana pagã.

3) Esse conservantismo está num processo de vir-a-ser conservador - e para isso, o país precisará trocar suas bases protestantes por bases católicas, sem renunciar ao que é conveniente e sensato, coisa que se sabe por conta da longa história de cultura de perseguição e sobrevivência em terras estranhas.

O conservadorismo lá se funda em bases precárias

1) Bastou a influência kelseniana chegar aos rincões americanos que os Estados Unidos foram paulatinamente abandonando suas bases originais para abraçar toda uma hermenêutica radical, progredindo ainda mais na cultura da liberdade para o nada, problema esse endêmico, por conta de sua formação marcadamente improvisada.

2) O conservadorismo americano não é decorrente da dor de Cristo, pois não foi um reino católico, chamado a servir a Cristo em terras distantes, que fundou aquele país - o país nasceu por conta da organização privada, e o governo local se fundou com base na coalizão dos mais vários grupos que foram perseguidos por conta da tirania de um rei protestante - e o presidencialismo americano é uma monarquia fundada numa cultura de sobrevivência em terra estranha e em reação a um governo tirano. 

3) O país, enfim, nasceu do self-made man, do improviso. E tudo que é feito no improviso é, por efeito, provisório. O país carece de uma fé fundadora mais sólida, que faça trocar essas bases provisórias por bases definitivas - e isso só dará no catolicismo. E graças a Deus isso está acontecendo - a maioria da população já é católicos.

A constituição dos EUA é cristã, apesar de todo o libertarismo

1) Um país como uma base protestante, com uma base tão nula, marcado pelo libertarismo e pela maçonaria, só pôde prosseguir porque a Constituição, nas palavras de John Adams, foi feita para um povo cristão, apesar de todos os vícios libertários.

2) Se não tivesse essa teleologia, seria como são foram as constituições européias pós-1789 e as das repúblicas latino-americanas, após a descolonização. Ao edificarem liberdade para o nada, elas terminariam escritas e reescritas sucessivas vezes.

3) Outro fato que ajudou era o fato de que todos eram refugiados - então, buscaram cooperar uns com os outros, de modo a poder sobreviver e a prosperar na nova terra. 

4) Essa cooperação precisava de medidas políticas práticas - o que seria marcada pela adoção de fórmulas políticas que lembram muito aos tempos clássicos, onde a civilização greco-romana pagã floresceu. Como a maioria era protestante, o calvinismo foi o fator preponderante dessa sociedade - e com ele, a noção de predestinação fundada na riqueza material, causa de toda uma cultura materialista. Por outro lado, por não haver crença na fraternidade universal, o país praticou durante muitos anos uma diplomacia isolacionista, até o ponto em que começou a fomentar a doutrina Monroe, em que a América passou a ser tomada como se fosse religião, com sérias pretensões expansionistas e imperialistas.

5) Um país de refugiados, sem uma herança, precisaria criar uma história própria, e o caminho que sobrou foi forjar uma tradição própria, com base no fato do homem que faz o seu próprio destino, ainda que se Deus. É justamente por serem todos descendentes dos perseguidos de Henrique VIII que a Inglaterra não os considerava esses colonos descendentes de ingleses, mas verdadeiros apátridas, por estes terem sido infiéis à coroa, no passado - e é por isso que é tipico do americano acreditar no fato de que a vida de alguém não é marcada pelo passado do genitor, seja ele pobre ou rico. Esse é outro fato pelo qual os colonos não tinham representação no Parlamento, por conta da violenta tributação.

6) A gênese do vínculo com a terra, com o governo local, por conta do nascimento, como se fosse o homem uma folha de papel a se preencher, é a base pela qual se forjou a história desse país. Ele nasce de uma cultura criada nessas condições peculiares.

Se eu escolhesse amigos, meu país seria os Estados Unidos

1) Se os amigos fossem realmente aqueles que nós escolhemos, com base na sabedoria humana dissociada da divina, o resultado final seria a disseminação da idéia de que não deve haver fraternidade universal, causa de toda uma cultura fundada no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

2) Num país marcado por pessoas assim, cada rincão do país seria tomado como se fosse religião e uns brigariam com os outros - e no final das contas seria preciso um poder central forte de modo a manter os estados unidos, fundados na idéia de uma federação tomada como se fosse religião, já que todos são iguais e ninguém colabora uns com os outros,  por não haver desigualdades ou diferenciações que se marcam pelo fato de se tomar o país como um lar. E num país assim, onde todos têm a sua verdade e onde todas as opiniões têm igual peso, desde a mais imbecil até a mais ilustre, o que haveria seria uma completa anarquia, uma completa apatria.

3) Não é à toa que o culto ao humanismo neopagão, fundado na liberdade para o nada, tem a sua base nos Estados Unidos da América. A civilização moderna têm suas raízes por excelência lá.

Um cristão sempre será escolhido

1) Eu não acredito no argumento de que amigos são aqueles que escolhemos. Na verdade, somente aquele que fala que é o caminho, a verdade e a vida é que pode escolher sem errar, pois é livre de pecado. Por isso mesmo, Ele deve ser sempre o primeiro a ser escolhido.

2) Se eu escolhesse fundado numa liberdade para o nada, eu faria péssimas escolhas, pois levaria em conta uma sabedoria humana dissociada da divina.

3) Eu escolhi Jesus como amigo porque sei que ele fala a verdade e isso tocou o meu coração. Tudo o que disser terá fundamento n'Ele e tudo será feito para Ele. E meus amigos são todos os que foram tocados por Ele. Por isso, eu devo ser escolhido - por isso, sempre vou me abster de escolher. O que disser deve tocar a pessoa e a pessoa deve ver em mim o verdadeiro amigo por excelência: Jesus. Se não for isso, não haverá conformidade com o Todo.

5) No caso de fazer algum trabalho específico que implique algum conhecimento técnico para a produção de riqueza, de tal maneira a que o país seja tomado como um lar, aí poderei escolher os melhores dentre os meus amigos de tal modo a que possam cooperar comigo no projeto que eu vier a organizar - e eles serão meus sócios nisso. Só aí é que o campo da escolha cabe - mas, no campo da verdade, eu devo ser escolhido por reproduzir Cristo no que Ele falou e disse, assim como no que Ele fez por todos nós. Eu preciso ser um perfeito imitador de Cristo da melhor forma que posso, de modo a ganhar confiança do maior número possível de pessoas que estão em conformidade com o Todo que vem de Deus. 

6) Digo isso essas coisas porque não acredito em liberdade para o nada. Se tudo foi feito com o propósito, então a liberdade decorre do fato de amar e rejeitar as mesmas coisas que Cristo. E amizade é, pois, liberdade compartilhada, comungada.

O nacionismo, tal qual o cristianismo, não é ideologia

1) Houve quem me perguntasse se escrevi ou tenho intenção de escrever algum manifesto nacionista. 

Eis a resposta que dou:

2) Do mesmo modo como o Cristianismo não é ideologia, o nacionismo não é ideologia. Tomar o país como um lar em Cristo pede aliança do altar com o trono - e isso pede que essa aliança se dê na carne das pessoas. E o único caminho para o nacionismo é o mesmo que se dá no cristianismo: ensinar as pessoas a viverem na verdade e na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Tomar o país como um lar em Cristo pede que nosso país como um todo fique sujeito à lei eterna e que não a traia nunca, toda vez que elaborar algum estatuto que organize o Estado e o governo do Brasil de tal maneira a reagir tudo aquilo que destrói o nosso senso de tomar o país como um lar, ao mesmo tempo em que exercemos a nossa herança de servir a Cristo em terras distantes, tal como se deu em Ourique.

4) Como a verdade se impõe por si mesma, algum dia, quando a monarquia for restaurada, o nacionismo será chamado de modo a que possa ser a base pela qual se estabeleça uma civilização luso-brasileira por excelência. 

5) É por essa razão que nunca me preocupei com manifestos. Manifestos são para sociedades de massas, onde os indivíduos são reduzidos a uma massa proletária e alienada que, por sua vez, é reduzida a um órgão que confirma a vontade dos que estão no poder. E para manipular a vontade desse órgão, essa gente atua em bases culturais, de modo a chegar a hegemonia e ter poder absoluto sobre tudo e todos. Enfim, essa gente não está preocupada com a verdade, mas em conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

6) Para uma sociedade de impessoais, onde uns são mais iguais do que os outros, a resposta pede indivíduos bem preparados e responsáveis, vivendo em comunidade, em permanente cooperação uns com os outros. E isso pede que haja pessoas que amem e rejeitem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Enfim, sem amizade a sociedade não existe - ela é a base para a sociedade política, tal como apontou Aristóteles.