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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Como a prestação in natura pode resolver o problema da corrupção do Estado e a crise de vocações, decorrente do carreirismo?


01) Pelo que venho observando, a idéia do pagamento de obrigação tributária de forma in natura não só resolve o problema da corrupção do Estado, visto que o pagamento se dará com trabalho concreto e não na entrega forçada de moeda, como também revela o problema da crise de vocações que há no Brasil. Enfim, isso destrói o problema do carreirismo, que mata a nacionidade da pátria, através da indiferença e da vadiagem sistemática.

02) Citemos o exemplo de uma advogado recém-formado, que está endividado por conta de um financiamento educacional que recebeu e que deu causa para que ele se formasse em direito. Se esse financiamento educacional for de caráter público, ele pode perfeitamente pagar os créditos desse financiamento atuando como procurador dos processos em que o Estado é parte, seja em âmbito estadual ou federal.

03) Se ele se mostrar ser um bom procurador, buscando uma solução rápida para os litígios, promover a conciliação entre as partes e não perder os prazos processuais, então um talento como procurador de Estado se revelou. Tendo um bom procurador à disposição, ele então é efetivado nos quadros profisionais e passa a ser remunerado, como bom servidor público que ele é (isso se ele desejar fazer isso, é claro).

04) Para que concurso público? Pela minha experiência de vida, os concursos públicos não cobram aquilo que é necessário para se bem desempenhar a função almejada - além disso, eles cobram todo um monte de idéias jurídicas furadas que só partem de sabedorias humanas dissociadas da divina e que só fazem apenas o trabalho de corromper a inteligência alheia, que é obrigada a esquecer de Deus enquanto estuda esses infernos. O fato é que concurso público não passa de ilusão - só beneficia quem busca a estabilidade e o carreirismo, enfim, quem busca o dinheiro fácil, sem nunca trabalhar de verdade. 

05) Se as pessoas trabalhassem com algum objetivo real, seja para satisfazer a um crédito tributário ou a um financiamento público que deu causa ao diploma profissional, quando não se tem dinheiro para pagar pela dívida, então a crise vocacional já estaria resolvida, pois só os realmente necessitados e vocacionados seriam os verdadeiros funcionários públicos. Essas pessoas, por sua natureza, têm um objetivo para o trabalho e vão dar tudo de si por esse trabalho. Jamais faltarão e jamais farão simulação de trabalho, tal como vemos no carreirismo público.

06) Em vez de estabilidade, elas estarão presas a uma cláusula de bem servir. Enquanto servirem bem suas funções, elas poderão ficar no serviço pelo tempo que desejarem, uma vez findo o prazo de servidão necessária de quatro a sete anos, por conta das dívidas fiscais ou do financiamento educacional de caráter público. Jamais poderão ser demitidas, se forem bons profissionais. Se forem desidiosos, relapsos, incompetentes ou atenderem a algum necessitado com descaso, estes serão demitidos, pois tudo isso é justa causa de demissão.

07) A maioria dos que compõem os quadros do serviço público no Brasil não são pessoas vocacionadas - são todos seres acomodados que se valem da estabilidade, de modo a pedir mais benesses do estado. Não é à toa que são criminosos esquerdistas da pior espécie. Quando não são concursados poluídos por ideologia revolucionária que tiveram de estudar, de modo a exercer a função que ocupam, são pessoas que estão no cargo por conta de um cargo de confiança, arranjado por algum correligionário na política, percebendo DAS generosos e agravando ainda mais o inchamento do Estado. Uma reforma dos quadros do serviço público seria muito necessária, visto que as provas, por estarem viciadas de ideologia, não resolvem o problema da crise de vocações, como também não resolvem o problema da eficiência do Estado, bem como o da redução dos custos com o pessoal.

08) Uma reforma dessa natureza certamente vai trazer consigo uma mudança de mentalidade. Em vez de os melhores talentos buscarem o carreirismo público como um fim em si mesmo, e desperdiçarem suas vidas numa busca vazia, muitos deles buscarão o serviço público para devolver, em serviço in natura, aquilo que receberam, através das universidades públicas ou via financiamento educacional de caráter público - um sistema de servidão contratual, muito parecido com aquele que foi usado para o povoamento da América do Norte. Se elas fizerem bem o seu trabalho, elas serão efetivadas e perceberão seus vencimentos por isso, por conta de serem bons trabalhadores e por fazerem jus à função que estão exercendo - e fica muito fácil saber quem é que está fazendo um bom trabalho e quem não está fazendo. E enquanto bem servirem, elas podem ficar - pois a estabilidade, sem produtividade, gera a indiferença pelo zelo da coisa pública, o comodismo e a impessoalidade, que dá causa à vadiagem sistemática, causa de grave prejuízo ao Erário.

09) E quem quiser buscar se aventurar na vida privada por uma melhor remuneração ou explorar outras áreas, uma vez encerrada a servidão contratual, esta pessoa pode se desligar livremente. O que ela leva do funcionalismo são os contatos e as experiências profissionais que são tão necessárias no mercado de trabalho.

10) Quem trabalha pelo seu sustento ou para saldar uma dívida tem o direito qualificado de tomar o seu país como um lar, bem como o legítimo direito de cobrar do Estado que não o prejudique em seus negócios; quem trabalha visando a se acomodar no carreirismo vazio tende a tomar o Estado como se fosse religião, a ponto de querer mais benesses do Estado e prejudicar ainda mais a população em geral. Enfim, os parasitas todos nascem da vadiagem sistemática, da má administração da coisa pública.   

terça-feira, 1 de julho de 2014

O exame de uma casa ardendo chamas não é como examinar as ruínas de uma casa


segunda-feira, 30 de junho de 2014

Sobre como se deve fazer sociologia


1) Tal como falei num artigo anterior, se Dürkheim diz, em suas regras de metodologia sociológica, que os fatos devem ser tomados como coisas, então essas coisas serão tomadas em si, pois elas têm sua própria verdade. Isso é fatal.


2) Se elas forem contextualizadas, quando muito o que será buscado é o contexto materialista e não o verdadeiro contexto, que é o todo estabelecido por Deus.



3) Se todas coisas e todos os seres têm sua própria verdade, há quem diga que não existe verdade nenhuma. Enfim, vira um samba do crioulo doido. Enfim, eles buscarão a síntese a partir do fato de a coisa existir por si mesma ou a partir do nada. Enfim, as coisas se reduzirão ao mero existencialismo e o Criador das coisas visíveis e invisíveis não será contemplado.

4) Santo Agostinho nos afirma uma grande verdade: a verdade não precisa ser minha ou sua para ser nossa. O verdadeiro método sociológico deve se basear sempre em estudar as circunstâncias pelas quais determinado povo toma seu país como se fosse seu lar. E quando este toma seu país como um lar, é óbvio que ele não o tomará como se fosse religião, pois não toma seu país como um fato em si, pois a liberdade de um povo não tem fim em si mesmo - pois a nação existe porque Cristo deu a ela uma missão, de modo a servir à Cristandade, tal como vemos em Portugal, desde a Batalha de Ourique, em 1139. E isso se chama nacionidade.

5) É da experiência de cada povo, que toma seu país como se fosse um lar, que aí comparamos quais são os melhores caminhos que podem nos levar à verdade. 

6) A pátria pequena do lar, a família e a vinhança, nos preparam para a pátria grande, que é o céu - e é analisando isso que se pode fazer uma sociologia ou uma antropologia segura, séria, conforme o todo.

Sobre o problema de se tomar os fatos sociais como coisas em si

01) O grande problema de se "tomar os fatos sociais como coisa em si" está no fato de que esses fatos têm sua própria verdade, onde o objeto às vezes se tona sujeito ou até mesmo causa da transformação social, deixando-a menos cristã e mais corrupta, influenciável à ação criminosa marxista.

02) Se eles, os fatos sociais, têm sua própria verdade, então eles se tornam monumento de algo que parece ter se derivado do nada. De certo modo, tornam-se ídolos.

03) Numa sociedade descristianizada, quem prega que todos têm sua própria verdade admite que veio do nada. Logo, o pregador é um ser morto em vida. E um ser morto em vida não pode falar ou pensar, pois não tem o dom de si, que se funda em Deus.

04) Se as coisas vieram do nada, nenhuma edificação faria sentido, nem mesmo as leis da Física. E a cultura seria toda voltada para a morte e não para vida, como deveria ser. Por negarem Deus, negam a autoria e a causa das coisas serem o que são.

05) É justamente por causa desse péssimo hábito de se fazer sociologia que os marxistas manipulam as coisas de modo a que as coisas se pervertam em uma verdadeira mentira. Enfim, o sociólogo, ao tomar os fatos sociais como causa, passa um verniz de legitimidade sobre a transformação social, que está sendo criminosamente implementada de modo a nos afastar de Deus e da conformidade com o todo.

06) Se as coisas têm sua própria verdade, elas podem dizer o que bem entenderem, seja no sentido humano ou anti-humano do termo ao mesmo tempo, quase que simultaneamente. Enfim, a coisa não tem verdade - o que se alega é que ela é fruto de uma tese, antítese e síntese que se deu ao longo do tempo, através de marchas e contramarchas, cujas razões derivam da paixão dos homens, já que eles têm sua própria verdade. Como a dialética deriva de coisas subjetivas, a análise sociológica ou antropológica que se funda no fato de que a coisa tem a sua verdade é uma tremenda de uma ilusão; logo, ela não é conforme o todo e não pode ser científica.

07) É justamente por saberem que tudo que edificaram se funda na mentira que os revolucionários promovem o verdadeiro conservantismo dessa mentira através da falsa sociologia e da falsa antropologia, pois justificam que isso tudo é um fato social que deve ser tomado como coisa, pois a coisa, que se funda na sabedoria humana, tem sua própria verdade.

07) Eles, os marxistas, são os que melhor compreenderam a sociologia de Dürkheim, pois compreendem muito bem o sentido do que é edificar as coisas de modo a promover a cultura da morte. E um dos métodos de corrupção que adotam se dá através da catalogação das coisas, tal como se deu através do estruturalismo antropológico de Claude Lévi-Strauss.

08) Eis aí a razão pela qual eu não levo a sério o fato de se usar uma disciplina que aplica métodos de ciências naturais a realidades que decorrem do fato da vida humana se desenvolver bem em sociedade, cujo estudo exige que estejamos em conformidade com o todo estabelecido por Deus.

Por que eu odeio o patriotismo de copa

1) Uma das razões pelas quais eu odeio o patriotismo de copa é que nós realmente achamos que o amor à camisa amarela, que representa a nossa pátria, é realmente assumido pelos jogadores. Nós realmente achamos e tomamos como natural que os jogadores joguem pela seleção por amor à camisa e pelas coisas boas que o país pode oferecer.

2) Isso é uma pura ilusão:


2-A) O país, do jeito que está, não dá causa para que o tomemos como um lar, pois a ordem política é tão corrupta que a nação está sendo tomada como religião de Estado, a ponto de chamar de brasileiro quem nasce na república federativa do Brasil, ponto de se tomar como natural que o "ser brasileiro" é quem abraça a (falsas) virtudes republicanas. E esta sabedoria humana é dissociada da sabedoria divinal



2-B) Diante de uma ordem política corrupta, nós temos um governo tão totalitário, tão interventor que ele não nos permite liberdade alguma, nem mesmo para servir aos nossos semelhantes naquilo que temos de melhor. Resultado: temos empobrecimento geral do povo, por conta do Estado agigantado.

2-C) Com pouca grana, pouco vamos aos Estádios, principalmente porque não há segurança e porque o entretenimento custa caro.

2-D) Os jogadores, para poder ganhar mais, vão para a Europa. E lá passam toda a carreira. E o futebol brasileiro vai perdendo a sua identidade.

2-E) A seleção brasileira sempre foi mais vitrine que os clubes. A tal ponto que muitos querem ir pra seleção brasileira de modo a ter o seu valor de mercado maior do que teria se jogasse em clube brasileiro.

2-F) A política republicana sempre se valeu do futebol, por se valer da política do pão e do circo. É o sintoma mais claro de populismo, coisa de governo revolucionário.

3) Estas são as razões porque eu odeio o patriotismo de copa. Ele dá causa a um nacionalismo estatólatra e imbecilizante, como nós vemos num Zagallo da vida, que dá causa a um esquerdismo. Basta que se tome a coisa em si que caímos numa grande falácia.

Nenhum partido da República tem caráter nacional


1) Se for olhar a ferro e fogo, nenhum partido tem caráter nacional, muito menos o regime.


2) Estamos tão contaminados de processo revolucionário que o País mais lembra a França que o próprio Brasil.



3) Basta ver que a França é modelo de referência para comparações com o Brasil, quando vemos esse povo de academia.



4) Se o Brasil fosse visto como parâmetro, levando em conta nossas circunstâncias históricas, só haveria dois partidos: um partido brasileiro e um português. E o diálogo permanente desses partidos, através da colaboração e da conciliação, é que nos faria o país ser tomado como um lar, seja no império independente, seja como parte do Reino Unido a Portugal.

5) Nós fugimos muito da nossa estrutura política, fundada das nossas circunstâncias. E tudo começou na fase regencial - naquilo que se chamou de "experiência republicana" no Império. Bastou que se perdesse essa estrutura política que o país foi marchando para o progressismo revolucionário.

6) Para se restaurar o sentido de pátria tomada como um lar, nas suas próprias circunstâncias o próprio diálogo entre Portugal e o Brasil na política precisa ser restaurado, através da figura dos partidos português e brasileiro. E não basta só isso: é preciso se restaurar a aliança do altar com o trono e a monarquia. E isso pode levar gerações.

O nacionalismo nasce da perda da causalidade

1) Confundir nacionalismo com nacionismo é estupidez primária.

2) O nacionismo leva em consideração as causas pelas quais tomamos o país como um lar. E isso leva a Cristo.

3) O patriotismo é tomar a pátria como um lar, mas ela não leva em consideração as causas, já que ela já é uma coisa tão consolidada que tomamos o fato como coisa em si. Nós confiamos tanto nessa crença que não a questionamos. Quando não a questionamos, corremos o risco de a sabedoria humana dissociada da divina perverter isso a ponto de esta se tornar nacionalismo.

4) Quando se perde a noção de causalidade, vira nacionalismo, isto é, a nação vira religião de Estado totalitário, já que se perdeu a noção de que Deus nos deu uma missão, que nos levou a tomarmos o nosso país como um lar. Eis o risco do patriotismo, quando deixamos de refletir permanentemente sobre as causas pelas quais o país é tomado como um lar.