01) Pelo que venho observando, a idéia do pagamento de obrigação tributária de forma in natura não só resolve o problema da corrupção do Estado, visto que o pagamento se dará com trabalho concreto e não na entrega forçada de moeda, como também revela o problema da crise de vocações que há no Brasil. Enfim, isso destrói o problema do carreirismo, que mata a nacionidade da pátria, através da indiferença e da vadiagem sistemática.
02) Citemos o exemplo de uma advogado recém-formado, que está endividado por conta de um financiamento educacional que recebeu e que deu causa para que ele se formasse em direito. Se esse financiamento educacional for de caráter público, ele pode perfeitamente pagar os créditos desse financiamento atuando como procurador dos processos em que o Estado é parte, seja em âmbito estadual ou federal.
03) Se ele se mostrar ser um bom procurador, buscando uma solução rápida para os litígios, promover a conciliação entre as partes e não perder os prazos processuais, então um talento como procurador de Estado se revelou. Tendo um bom procurador à disposição, ele então é efetivado nos quadros profisionais e passa a ser remunerado, como bom servidor público que ele é (isso se ele desejar fazer isso, é claro).
04) Para que concurso público? Pela minha experiência de vida, os concursos públicos não cobram aquilo que é necessário para se bem desempenhar a função almejada - além disso, eles cobram todo um monte de idéias jurídicas furadas que só partem de sabedorias humanas dissociadas da divina e que só fazem apenas o trabalho de corromper a inteligência alheia, que é obrigada a esquecer de Deus enquanto estuda esses infernos. O fato é que concurso público não passa de ilusão - só beneficia quem busca a estabilidade e o carreirismo, enfim, quem busca o dinheiro fácil, sem nunca trabalhar de verdade.
05) Se as pessoas trabalhassem com algum objetivo real, seja para satisfazer a um crédito tributário ou a um financiamento público que deu causa ao diploma profissional, quando não se tem dinheiro para pagar pela dívida, então a crise vocacional já estaria resolvida, pois só os realmente necessitados e vocacionados seriam os verdadeiros funcionários públicos. Essas pessoas, por sua natureza, têm um objetivo para o trabalho e vão dar tudo de si por esse trabalho. Jamais faltarão e jamais farão simulação de trabalho, tal como vemos no carreirismo público.
06) Em vez de estabilidade, elas estarão presas a uma cláusula de bem servir. Enquanto servirem bem suas funções, elas poderão ficar no serviço pelo tempo que desejarem, uma vez findo o prazo de servidão necessária de quatro a sete anos, por conta das dívidas fiscais ou do financiamento educacional de caráter público. Jamais poderão ser demitidas, se forem bons profissionais. Se forem desidiosos, relapsos, incompetentes ou atenderem a algum necessitado com descaso, estes serão demitidos, pois tudo isso é justa causa de demissão.
07) A maioria dos que compõem os quadros do serviço público no Brasil não são pessoas vocacionadas - são todos seres acomodados que se valem da estabilidade, de modo a pedir mais benesses do estado. Não é à toa que são criminosos esquerdistas da pior espécie. Quando não são concursados poluídos por ideologia revolucionária que tiveram de estudar, de modo a exercer a função que ocupam, são pessoas que estão no cargo por conta de um cargo de confiança, arranjado por algum correligionário na política, percebendo DAS generosos e agravando ainda mais o inchamento do Estado. Uma reforma dos quadros do serviço público seria muito necessária, visto que as provas, por estarem viciadas de ideologia, não resolvem o problema da crise de vocações, como também não resolvem o problema da eficiência do Estado, bem como o da redução dos custos com o pessoal.
08) Uma reforma dessa natureza certamente vai trazer consigo uma mudança de mentalidade. Em vez de os melhores talentos buscarem o carreirismo público como um fim em si mesmo, e desperdiçarem suas vidas numa busca vazia, muitos deles buscarão o serviço público para devolver, em serviço in natura, aquilo que receberam, através das universidades públicas ou via financiamento educacional de caráter público - um sistema de servidão contratual, muito parecido com aquele que foi usado para o povoamento da América do Norte. Se elas fizerem bem o seu trabalho, elas serão efetivadas e perceberão seus vencimentos por isso, por conta de serem bons trabalhadores e por fazerem jus à função que estão exercendo - e fica muito fácil saber quem é que está fazendo um bom trabalho e quem não está fazendo. E enquanto bem servirem, elas podem ficar - pois a estabilidade, sem produtividade, gera a indiferença pelo zelo da coisa pública, o comodismo e a impessoalidade, que dá causa à vadiagem sistemática, causa de grave prejuízo ao Erário.
09) E quem quiser buscar se aventurar na vida privada por uma melhor remuneração ou explorar outras áreas, uma vez encerrada a servidão contratual, esta pessoa pode se desligar livremente. O que ela leva do funcionalismo são os contatos e as experiências profissionais que são tão necessárias no mercado de trabalho.
10) Quem trabalha pelo seu sustento ou para saldar uma dívida tem o direito qualificado de tomar o seu país como um lar, bem como o legítimo direito de cobrar do Estado que não o prejudique em seus negócios; quem trabalha visando a se acomodar no carreirismo vazio tende a tomar o Estado como se fosse religião, a ponto de querer mais benesses do Estado e prejudicar ainda mais a população em geral. Enfim, os parasitas todos nascem da vadiagem sistemática, da má administração da coisa pública.