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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Notas sobre economia industrial e integração ibero-americana

1) Como a riqueza sempre vem da terra, então a terra que se notabiliza por produzir tal riqueza deve ser tomada como um lar em Cristo.

2) Como a indústria transforma a matéria-prima como um produto acabado, então o país que se notabiliza pela economia industrial deve ser tomado como um lar em Cristo quando sintetiza as riquezas importadas e as transforma em algo que sintetiza o fruto da integração desses países, a ponto de serem tomadas como um mesmo lar em Cristo em união.

3) Afinal, a economia fabril, de certa forma, seria antropofágica, pois processaria as riquezas primárias dos países de modo a assimilar as qualidades dos que produzem tal riqueza, tal como o pau-brasil que é processado de modo a virar uma tinta vermelha, que será empregada na veste de um cardeal, de um príncipe da Igreja que se compromete a derramar seu sangue por Cristo, tal como foram os mártires. Ou tal como ocorre com o trigo da Argentina e a uva da qual se faz o vinho do Porto - eles são esmagados tal como o corpo e o sangue de Cristo, a ponto de evangelizarem nações inteiras, já que eles acabam fazendo dos nossos lares verdadeiras igrejas domésticas, umas vez que boa alimentação é evangelização. E se estiverem numa boa taverna ou num bom restaurante, é também apostolado da diversão.

4) A transformação de matéria-prima deve ser local de diálogo onde as riquezas se transformam em riquezas que simbolizem a união ibero-americana. E aí a moeda terá por lastro a síntese que se dá na indústria.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2018 (data da postagem original).

Notas sobre a integração ibero-americana, ditada por aquilo que se funda em Ourique

1) Se o Brasil tivesse lastreado sua moeda com base naquilo que produz de melhor, outros países seguiriam seu exemplo, como a Argentina, que se notabiliza por produzir trigo, a ponto de servir a Cristo em terras distantes sendo o celeiro do mundo.

2.1) Se houvesse uma integração entre essas duas nações, a ponto de ambas serem tomadas como um mesmo lar em Cristo por força de Ourique, então poderia haver um união ibero-americana com base no que cada país teria de melhor.

2.2) Seria o contrário da União Européia, em que o Euro matou a nacionidade de pátrias inteiras ao desnacionalizarem a moeda, a ponto de fazê-la sinal de salvação, onde tudo está em Bruxelas e nada pode estar contra ou fora de Bruxelas.

3.1) Se houver União Ibero-americana, então isso será por força do que há de melhor de cada país, a ponto de juntas criarem um patrimônio comum de tal maneira que o mundo ibero-americano seja tomado como um lar em Cristo na forma de um bloco, que é o vir-a-ser de uma nação ao longo de sucessivas gerações.

3.2) Por força de Ourique, a Espanha acabaria se consagrando a Cristo novamente, convalidando o erro de ir aos mares em busca de si mesma.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2018.

A santificação através do trabalho leva à santificação da economia, conseqüência direta de se tomar o país como um lar em Cristo

1) Tenho meditado muito sobre a santificação através do trabalho, coisa que foi defendida por São Josemaría Escrivá.

2) Isso pode levar à santificação da economia como um todo, enquanto ciência de organização do lar de tal maneira a edificar um bem comum, a ponto de preparar o maior número de pessoas possível até a pátria definitiva, que se dá no Céu.

3) Isso separa de vez a economia da plutologia, do estudo da riqueza como se fosse coisa, como sinal de salvação, num mundo divido entre eleitos e condenados.

4) O estudo sério do pensamento de São Josemaría Escrivá leva ao estudo econômico do nacionismo, a um estudo sério sobre a ética católica e o espírito do distributivismo.

5.1) Como brasileiro é quem extrai pau-brasil, então é perfeitamente possível cumprir a missão de servir a Cristo em terras distantes trabalhando, seja extraindo pau-brasil ou produzindo alguma outra riqueza diversa.

5.2) Neste ponto, o Brasil é de fato a jóia do mundo português. E essa pérola foi atirada aos porcos com a mentirosa alegação do José Bonifácio de que ele foi colônia de Portugal, fazendo com que buscasse a si mesmo e agisse tal como o filho pródigo. Quando o Brasil se separou de Portugal, ele acabou indo à deriva, a ponto de decair na barbárie, sistematicamente falando.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2018.

Observações sobre História do Brasil com base em suas principais riquezas

1) A História do Brasil pode ser contada por suas riquezas mais notáveis. Podemos falar do pau-brasil, podemos falar do ouro das Minas Gerais, da borracha na Amazônia, do café-com-leite na República Velha, da soja no atual agronegócio e do nióbio.

2) Se a moeda fosse lastreada com base em cada riqueza nacional, diferentes histórias do Brasil poderiam ser contadas, por conta de suas diferentes eras de ouro. Seria uma história muito rica, pois a riqueza da pátria acabaria servindo a Cristo em terras distantes, uma vez que a profissão que produz essas riquezas terminaria sendo santificada por força daquilo que decorre de Ourique.

3) A moeda terminaria tendo três lastros: o lastro da riqueza nacional, o lastro da credibilidade do governo e o lastro espiritual, uma vez que a commodity é acessório que a sorte do principal, que é a santificação da profissão, por força daquilo que São Josemaría Escrivá tanto nos ensina. Os três lastros são uma trindade, uma unidade fundada em três elementos. Como a política reflete os elementos da trindade, o país acabaria se tornando forte por conta de sua forte ética católica, bem como pelo espírito do distributivismo que lhe é inerente.

4) Infelizmente, por força da vã cobiça, o que vemos é que essas riquezas nacionais não passam de capítulos sucessivos de perdas sucessivas de uma chance de se tomar o país como se fosse um lar, por força de Ourique e por força dessas riquezas que tivemos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2018.

O que aconteceria se a política do café-com-leite fosse usada para o bem?

1) Se a política do café-com-leite fosse usada para o bem, São Paulo poderia lastrear sua moeda em café e Minas poderia lastrear sua moeda em leite.

2) Como essas eram as duas províncias mais ricas e mais influentes do país, muitos acabariam dando mais valor à moeda dessas duas províncias do que a moeda da República tomada como fosse religião. Isso terminaria ferindo de morte do centralismo, restaurando o modelo das antigas câmaras republicanas portuguesas.

3) A nacionalidade brasileira necessita que todas as províncias sejam tomadas como um mesmo lar em Cristo e que suas peculiaridades sejam levadas em conta. A riqueza de São Paulo e a riqueza de Minas fariam com que essas províncias sejam tomadas como um mesmo lar em Cristo, acabando com a mentalidade anticristã da República, bem como da maçonaria, restaurando aquilo que se fundou em Ourique. A riqueza dessas duas províncias, tal qual o pau-brasil, acabaria servindo a Cristo em terras distantes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2018.

Comentários:

Flávio Fortini:  A politica do café-com-leite, enquanto forma de alternância do poder, foi péssima uma vez que ela não escolhe o melhor politico, o candidato que favoreça este ou aquele lado. E isto é ideológico, uma vez se conserva aquilo que é conveniente e dissociado da verdade

José Octavio Dettmann: Exatamente. Do ponto de vista político, serviu de base para a oligarquia, uma vez que a República foi feita à imagem e semelhança da maçonaria, que é anticristã e antimonárquia. Logo, contrária ao modelo de federalismo pleno implementado pela monarquia portuguesa e que resultou neste país continental que temos.

José Octavio Dettmann: O café-com-leite econômico que defendo pede uma sociedade amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, tal como havia em Ourique, e que as principais riquezas da época fossem ainda a realidade em nosso tempo. Por isso, estou olhando do ponto da possibilidade.

Notas sobre a conseqüência de se lastrear a moeda numa commodity - o caso do pau-brasil

1) Quando um país se notabiliza por ser produtor de uma determinada commodity, ele pode ser tomado como um lar em Cristo, por força dessa commodity. O maior exemplo disso é que somos brasileiros, uma vez que a extração de pau-brasil pode ser usada como um instrumento de santificação, se o pensamento de São Josemaría Escrivá for aplicado. A santificação desse trabalho acaba servindo de lastro para a santificação de outros trabalhos.

2) Se a anilina não tivesse sido descoberta, o pau-brasil poderia até ter servido de lastro de nossa moeda, o que fomentaria a sua preservação, bem como uma produção sustentável. A moeda lastreada no pau-brasil acabaria sendo valorizada não só por conta do vermelho produzido, que tinge a roupa dos cardeais, bem como a produção de violinos, essencial para a produção de música erudita, um dos componentes da alta cultura.

2) Além do seu valor econômico, a moeda lastreada no pau-brasil teria um valor intrínseco muito grande, por força de seu símbolo, a ponto de muitos quererem adquirir essa moeda, uma vez que muitos querem tomar o país do pau-brasil como um mesmo lar em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2018 (data da postagem original).

Comentários adicionais:

Arthur Rizzi:

1) Já reparou como Keynes quebra com a assertiva central do liberalismo, de que os vícios privados, a busca do homem auto-centrado em suas próprias satisfações, gera o bem comum? Essa tese é inclusive aceita pelo satanista Anton LaVey, que diz que o satanismo é a filosofia de Ayn Rand com rituais. 

2) Para Keynes, o capitalismo é inerentemente instável tanto quando a busca desenfreada dos agentes privados por seu próprio lucro e bem-estar, de modo que cabe ao Estado, na figura do responsável pelo bem comum, redistribuir a riqueza de modo a equilibrar o capitalismo.

3) Óbvio que Keynes, quando pensava na justiça distributiva, não pensava de um modo católico, mas não deixa de ser interessante que ele tenha concordado com a visão escolástica tradicional (ainda que sem saber dela) de que os anima spirits não poderiam trazer uma ordem pública decente para a economia. 

José Octavio Dettmann: Foi isso que pude perceber, quando levei esse argumento da moeda fiduciária ao extremo. 

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Reflexões sobre a questão da moeda fiduciária

1) Passei o dia coletando dado na Wikipedia sobre economia e contabilidade. Não sou formado em economia - sou formado em Direito, mas gosto desses assuntos. Com o tempo é que vou colhendo a bibliografia necessária.

2.1) Sinto que o argumento do ciclo econômico dos austríacos é muito fraco.

2.2.1) O problema do free banking está relacionado à questão de desestatizar a moeda, uma vez que a sua emissão é matéria de soberania, de dizer o direito. Logo, a moeda é símbolo de justiça, uma vez que significa que fiz ao meu semelhante aquilo que ele desejava, pois fui leal para com ele.

2.2.2) E como bem apontou o Rizzi, é através da moeda que eu tenho direito a uma parte das riquezas do país, uma vez que colaborei com o meu semelhante para que pudéssemos tomar juntos o país como um mesmo lar em Cristo, o que gera uma espécie de solidarismo, uma integração entre as pessoas a ponto de distribuir responsabilidades a todos de modo que possam colher benefícios por força disso, dessa integração social. E por essa razão, o lastro desse solidarismo, dessa integração social sistemática, está na credibilidade do governo, da autoridade do príncipe, o qual deve coordenar o esforço de construção do bem comum de modo que prepare o maior número de pessoas possível para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu.

2.2.3.1) A moeda é a representação de uma dívida, sinal de que o Estado se compromete com o povo de modo a edificar o bem comum e assim todos poderem tomar o país como um mesmo lar em Cristo.

2.2.3.2) Como moeda é símbolo de obrigação, de compromisso com a excelência, então acreditar no valor dessa moeda é acreditar na palavra de honra do príncipe, um tipo de investimento. É por essa razão que tal investimento tem natureza produtiva - e por força disso, os juros fundados nessa emissão são devidos.

2.2.3.3) Esse investimento é como se fosse uma ação onde tenho direito a uma parcela de todas as riquezas do país somadas. Como união faz a força, então a principal riqueza do país, a que define o país como símbolo de excelência, acaba servindo de lastro - e esse lastro é garantido pela palavra do governo, criando uma espécie de distributivismo, pois o poder de usar, gozar e dispor da moeda está pulverizado, a ponto de estar na mãos do maior número possível de pessoas.

2.2.4.1) É fato sabido que o Estado não produz riqueza, mas é agente garantidor, fiduciário.

2.2.4.2) Talvez o principal problema da moeda fiduciária esteja no risco de o pais ser tomado como se fosse religião, uma vez que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele. Isso é conseqüência direta da mentalidade revolucionária - de uma cultura onde Deus está morto, a ponto de muitos pretenderem buscar liberdade fora da liberdade em Cristo. E nesse ponto, a palavra do Estado não terá valor nenhum, uma vez que não está submetido aos ensinamentos da Igreja, a ponto de sua função de servir ao homem acabar se voltando para o nada.

3.2.1) Afinal, o liberalismo é filho da ética protestante e do espírito do capitalismo.

3.2.2) Por conta da riqueza vista como sinal de salvação, adotou-se o ouro por ser considerado "um padrão universal de valor" - um dado que decorre de consenso, um dado subjetivo. Como esse bem é escasso, a escassez desse metal levou a políticas metalistas e protecionistas - de tal maneira que a prosperidade levava necessariamente à inflação - à malvadez da fortuna, como diria Maquiavel. Foi o que aconteceu na Espanha, quando descobriu as minas de Potosi e passou a extrair muito ouro e prata das Américas.

3.2.3.1) Não é à toa que os argumentos da Escola de Salamanca estão corretos, por força do que havia na realidade de sua época.

3.2.3.2) Como isso decorre do comportamento da ganância, do fato de os homens irem aos mares em busca de si mesmos, então essa explicação está correta em toda e qualquer época, pois esta conduta afeta a todos os homens, de todas as épocas e lugares. Por isso, é uma explicação científica, universalizante, pois aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de agosto de 2018.

Comentários adicionais:

Paulo Manuel Sendim Aires Pereira: Assim como o comunismo falha no preço, o liberalismo falha na emissão da moeda. Até hoje ninguém me explicou como ter um sistema monetário absolutamente isonômico. Nem nenhum país tem nem nenhum país terá. O cara que inventar isso vai ter prémio Nobel, com certeza.