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domingo, 17 de junho de 2018

Notas sobre democracia e etnarquia

1) Se democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo, então etnarquia é o governo do povo eleito pelo povo eleito e para o povo eleito, a ponto de a polis ter sua razão de ser em si mesma. Eis a auto-determinação, pautada numa liberdade fundada no amor de si.

2) A Grécia é considerada o berço da cultura ocidental - e neste ponto, os gregos modernos, ao resgatarem o exemplo dos antigos, que eram pagãos, se tornaram uma espécie de povo eleito, imitando o exemplo dos judeus. Enfim, de certo modo os gregos se tornaram a versão liberal dos judeus, já que buscam liberdade fora da liberdade em Cristo.

3) Nos primórdios, os gregos definiam-se civilizados e os não nascidos na Grécia eram considerados bárbaros. Uma relação essencialmente de fronteira - quem estivesse dentro da fronteira era considerado eleito e quem estivesse fora dela era considerado um bárbaro. Isso de certa forma marca a civilização com a cosmovisão de dividir o mundo entre eleitos e condenados, como há nos protestantes.

4) Os critérios dos gregos eram critérios humanos, já que o homem era a medida de todas as coisas. Enfim, o critério era essencialmente pagão.

5) Os critérios dos judeus eram baseados em Deus. Deus escolheu o seu povo, deu-lhe terra e assentou o terreno onde viria uma Rei viria a governar por séculos sem fim. Por conta do pecado e do orgulho sem medida, Jesus foi rejeitado e passaram a judaizar as coisas, a ponto de edificar liberdade com fins vazios.

6) Em Cristo, Deus elimina o particularismo dos gregos e dos judeus e converte tudo em valores universais, já que Deus veio remir todo o gênero humano, distribuindo a graça a todos. Enfim, o verdadeiro governo de Cristo é uma politia e não uma etnarquia. Na etnarquia, há escravidão; como a politia decorre da virtude republicana dos romanos, então não há domínio de um homem sobre outro, já que todos são irmãos em Cristo.

7.1) Em termos de cultura simbólica, o símbolo da etnarquia é a ave fênix, já que a Grécia deseja renascer das próprias cinzas.

7.2) Se a ave fênix prevalece sobre a cruz, então será o retorno do paganismo clássico - e o Estado será tomado como se fosse religião. Ora, isso é um utopia - a ave fênix pode renascer das próprias cinzas, mas não será capaz de sobrepujar a Santa Cruz. A ave fênix será obrigada a sujeitar-se a Cristo, pois ressuscitará dos mortos tal como toda criatura que adormeceu n'Ele, por Ele e para Ele.

7.3) Eis a vitória da conformidade com o Todo que vem de Deus, a ponto de eliminar os vícios dos antigos e propor uma releitura condizente com aquilo que Deus quer para toda criatura - e a Idade Média foi a época em que essa releitura foi feita.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de junho de 2018.

Por que a monarquia republicana portuguesa era uma politia, considerando o pensamento aristotélico?

1) Segundo Aristóteles, politia é uma forma virtuosa de governo em que muitos indivíduos colaboram sistematicamente uns com os outros de modo a tomarem o país como um lar em Cristo, a ponto de não haver domínio de um homem sobre outro homem, já que todos são irmãos em Cristo.

2) A politia combina a monarquia, a aristocracia e a virtude republicana dos romanos. Cristo é o Rei, e Ele é assessorado pelos santos, os verdadeiros amigos de Cristo, que deram a vida amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. O exemplo dos santos estimula a todos a imitarem sistematicamente a Cristo, gerando uma verdadeira democracia.

3) Como Cristo quis um Império para si, então o vassalo de Cristo (Rei de Portugal, Brasil e Algarves) e o povo que está sob sua proteção e autoridade devem ser cúmplices, a ponto de o povo ser tomado como se fosse parte da família do soberano, em Cristo Jesus.

4) A monarquia republicana portuguesa foi o maior caso de politia que já houve, a ponto de ser um verdadeiro império de cultura. E esse império de cultura jamais perecerá, pois ele foi um bom governo, já que servir a Cristo em terras distantes faz com que as novas terras descobertas sejam tomadas como um lar em Cristo, a ponto de serem livres, n'Ele, por Ele e para Ele.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de junho de 2018.

Notas sobre a gênese da Grécia moderna - o caso do governo dos etnarcas

1.1) Quando a Grécia moderna foi criada, no século XIX, uma das políticas do novo governo foi trazer de volta os que tinham origem grega, ainda que não nascidos na Grécia.

1.2) Para que os países não ficassem privados de mão-de-obra qualificada, o governo grego oferecia cidadãos nativos da Grécia e que não eram etnicamente gregos como compensação. Na época havia muitos turcos morando na Grécia, por conta do domínio otomano - essa troca de turcos por gregos étnicos ficou conhecida como etnarquia. Os gregos étnicos voltavam à terra ancestral e ainda traziam o conhecimento de outros povos, de modo a aprimorar a visão grega do mundo. Afinal, a Grécia tem uma tradição de liberdade, pois lá foi berço da filosofia e da democracia - e esse legado civilizacional antigo é a razão de ser todo grego moderno.

1.3) Os turcos étnicos vinham com boa formação - e ao voltarem para a Turquia, eles ajudaram na formação da Turquia Laica moderna, a partir do início século XX, com Atatürk.

2.1) A etnarquia grega do século XIX é precursora do ressurgimento do Estado de Israel, quanto ao processo de formação do Estado moderno.

2.2.1) A terra onde abrigou uma importante civilização ou que serviu de berço para uma importante tradição religiosa passa a ser reservada para os descendentes legítimos daquele povo ou raça que concebeu a civilização que produziu aquele legado para a História da Humanidade.

2.2.2) No caso da Grécia, não houve participação da ONU, sendo que muita coisa decorreu da política de etnarcas como Eleftherios Venizelos; no caso de Israel, já houve a participação de um organismo supra-nacional, a ONU, que estava amparando o interesse do sionismo, um movimento esquerdista de origem judaica que queria recriar o Estado de Israel, já que o orgulho judeu o impede de tomar vários países como um mesmo lar em Cristo.

3.1) A etnarquia pode levar a um protecionismo econômico e a um nacionalismo, onde o país será tomado como se fosse religião em que tudo está no Estado e nada pode estar fora ou contra ele, já que ele tem a missão de reintegrar os descendentes dos povos gregos e romanos de modo a ressurgirem das cinzas e liderar o destino do mundo civilizado moderno tal como fizeram no passado. E isso é de certa forma um tipo de socialismo de nação, pois ele distribui a idéia do povo eleito de Israel e assim rejeitar a figura de Nosso Senhor Jesus Cristo, uma vez que a refundação da Grécia e da Itália esteve fortemente influenciada pelo neopaganismo.

3.2) A etnarquia leva ao empoderamento de uma etnia sobre as outras a ponto de gerar etnocentrismo, que é uma forma de tirania genocida. A maior prova disso é que os turcos, ainda que bem educados na Grécia, exterminaram os armênios, que são cristãos até a medula.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de junho de 2018.

sábado, 16 de junho de 2018

Brasil x Argentina nada mais é do que desdobramento do Portugal x Espanha

1) Brasil e Argentina no futebol nada mais é do que Portugal e Espanha ao longo da História, cuja rivalidade transcende a Europa e vai até o além-mar.

2) Por isso, eu recuso imitações. Prefiro a rivalidade original, que transcende o sentido futebolístico.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de junho de 2018.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Narrativa simbólica - o samba dos gafanhotos e o sambo das formigas

1) O samba é como a harpa e a flauta. Para quem passa a maior parte do tempo em festas, sem se preparar para o inverno, no final os hedonistas não vão ter o que comer e vão parasitar dos que produzem: as formigas. Eis os gafanhotos - e o país está infestado deles.

2.1) O sambo é como a espada - é preciso dar um trato na bagunça de modo que a verdadeira ordem seja instaurada. Cristo, modelo de soldado, trouxe a espada - e o sambo é uma arte marcial, um tipo de luta para aqueles guerreiros que se encontram em desvantagem, desarmados, fazendo com que uma derrota certa termine em vitória.

2.2) As formigas tanto podem ser operárias como soldados - cada uma tem um papel bem definido, já que a ordem do arado depende da espada e a espada depende do arado de modo a manter o exército alimentado e com moral alto para encarar o bom combate.

3.1) Num país onde se falta a verdade, o senso de justiça, o senso de conformidade com o Todo que vem de Deus, a diversão do samba é o que resta - e isso é uma arma a serviço da inqüidade e do conservantismo dos gafanhotos.

3.2) Essa arma precisa ser desarmada - e ela veio da República da Espada, que não trouxe arado nenhum.

4.1) Dizem que um povo que busca se divertir a qualquer custo, não obstante à tragédia anunciada de 70 mil homicídios por ano, é frio e materialista. E isso é prerrogativa de quem nasceu no Brasil no sentido biológico do termo - e quem se dita pelos ditames da fisiologia é um apátrida, um bárbaro, um pagão, por isso mesmo imitador do comportamento dos gafanhotos.

4.2.1) O verdadeiro brasileiro serve a Cristo em terras distantes, por força daquilo que houve em Ourique - ele é português de origem, ainda que nascido na América. E faz da sua profissão, extrator de pau-brasil ou brasileiro, uma forma de santificar o seu trabalho, assim como todo e qualquer outro que vier eventualmente a ocupar, pois a formiguinha laboriosa é também polímata e é pau pra toda obra, como o produto de sua terra.

4.2.2) Do pau-brasil não vem só o escarlate das roupas do cardeal, que representa o sangue dos mártires; dele também vem o material necessário para se fazer violinos, essencial para se edificar alta cultura, por meio da música clássica, música que aponta para a Deus. Eis o verdadeiro apostolado da diversão, pois decorre do apostolado da espada e do arado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de junho de 2018.

Da espada para o arado - eis a única alternância de poder possível na Republica Christiana

1) Cristo trouxe a espada. Deixe a espada cantar - não a espada cantante dos desenhos animados, mas a espada da justiça, principalmente contra todos aqueles que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade.

2) Depois desse tempo, troque a espada pelo arado. A verdade faz cultivar o solo - e do solo extraímos todas as riquezas necessárias para se tomar o país como um lar em Cristo, o que nos preparará para a pátria definitiva, que se dá nos Céu, se soubermos usar essas riquezas para a edificação de um bem comum. 

3.1) Afinal, nós não herdamos a terra dos nossos antepassados, pois Adão pecou contra Deus - o máximo que fazemos é pedi-la emprestado aos nossos filhos, de modo que eles sejam mais virtuosos e mais bem preparados do que nós nos tempos difíceis que virão daqui pra frente. 

3.2) Um segundo Adão surgiu para renovar a criação e dar novo significado a todas as coisas de modo que tenham verdadeira conexão de sentido com a verdadeira fé, transmitida integralmente pelos Apóstolos e sem conservantismos insensatos, heréticos. E é a esse segundo Adão devemos levar as criancinhas, porque elas, na sua inocência, são o Reino de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de junho de 2018.

Se você não gosta de samba, então o sambo é a sua praia

1) Para se acabar com uma roda de samba bostileira, coloque um sambista (um praticante de sambo, arte marcial russa) pra bater nesses que pensam em festa enquanto o país passa pela maior crise cultural e moral em que estamos metidos.

2) Bem que meu padrinho estava certo: as coisas na Rússia se resolvem à bala. Às vezes, isso é realmente necessário, sobretudo neste momento atual, pois o clima é para pouca ou nenhuma festa.

3) Enfim, o segredo para o samba morrer é deixar o sambo cantar.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de junho de 2018.