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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Por que eu odeio o patriotismo de copa

1) Uma das razões pelas quais eu odeio o patriotismo de copa é que nós realmente achamos que o amor à camisa amarela, que representa a nossa pátria, é realmente assumido pelos jogadores. Nós realmente achamos e tomamos como natural que os jogadores joguem pela seleção por amor à camisa e pelas coisas boas que o país pode oferecer.

2) Isso é uma pura ilusão:


2-A) O país, do jeito que está, não dá causa para que o tomemos como um lar, pois a ordem política é tão corrupta que a nação está sendo tomada como religião de Estado, a ponto de chamar de brasileiro quem nasce na república federativa do Brasil, ponto de se tomar como natural que o "ser brasileiro" é quem abraça a (falsas) virtudes republicanas. E esta sabedoria humana é dissociada da sabedoria divinal



2-B) Diante de uma ordem política corrupta, nós temos um governo tão totalitário, tão interventor que ele não nos permite liberdade alguma, nem mesmo para servir aos nossos semelhantes naquilo que temos de melhor. Resultado: temos empobrecimento geral do povo, por conta do Estado agigantado.

2-C) Com pouca grana, pouco vamos aos Estádios, principalmente porque não há segurança e porque o entretenimento custa caro.

2-D) Os jogadores, para poder ganhar mais, vão para a Europa. E lá passam toda a carreira. E o futebol brasileiro vai perdendo a sua identidade.

2-E) A seleção brasileira sempre foi mais vitrine que os clubes. A tal ponto que muitos querem ir pra seleção brasileira de modo a ter o seu valor de mercado maior do que teria se jogasse em clube brasileiro.

2-F) A política republicana sempre se valeu do futebol, por se valer da política do pão e do circo. É o sintoma mais claro de populismo, coisa de governo revolucionário.

3) Estas são as razões porque eu odeio o patriotismo de copa. Ele dá causa a um nacionalismo estatólatra e imbecilizante, como nós vemos num Zagallo da vida, que dá causa a um esquerdismo. Basta que se tome a coisa em si que caímos numa grande falácia.

Nenhum partido da República tem caráter nacional


1) Se for olhar a ferro e fogo, nenhum partido tem caráter nacional, muito menos o regime.


2) Estamos tão contaminados de processo revolucionário que o País mais lembra a França que o próprio Brasil.



3) Basta ver que a França é modelo de referência para comparações com o Brasil, quando vemos esse povo de academia.



4) Se o Brasil fosse visto como parâmetro, levando em conta nossas circunstâncias históricas, só haveria dois partidos: um partido brasileiro e um português. E o diálogo permanente desses partidos, através da colaboração e da conciliação, é que nos faria o país ser tomado como um lar, seja no império independente, seja como parte do Reino Unido a Portugal.

5) Nós fugimos muito da nossa estrutura política, fundada das nossas circunstâncias. E tudo começou na fase regencial - naquilo que se chamou de "experiência republicana" no Império. Bastou que se perdesse essa estrutura política que o país foi marchando para o progressismo revolucionário.

6) Para se restaurar o sentido de pátria tomada como um lar, nas suas próprias circunstâncias o próprio diálogo entre Portugal e o Brasil na política precisa ser restaurado, através da figura dos partidos português e brasileiro. E não basta só isso: é preciso se restaurar a aliança do altar com o trono e a monarquia. E isso pode levar gerações.

O nacionalismo nasce da perda da causalidade

1) Confundir nacionalismo com nacionismo é estupidez primária.

2) O nacionismo leva em consideração as causas pelas quais tomamos o país como um lar. E isso leva a Cristo.

3) O patriotismo é tomar a pátria como um lar, mas ela não leva em consideração as causas, já que ela já é uma coisa tão consolidada que tomamos o fato como coisa em si. Nós confiamos tanto nessa crença que não a questionamos. Quando não a questionamos, corremos o risco de a sabedoria humana dissociada da divina perverter isso a ponto de esta se tornar nacionalismo.

4) Quando se perde a noção de causalidade, vira nacionalismo, isto é, a nação vira religião de Estado totalitário, já que se perdeu a noção de que Deus nos deu uma missão, que nos levou a tomarmos o nosso país como um lar. Eis o risco do patriotismo, quando deixamos de refletir permanentemente sobre as causas pelas quais o país é tomado como um lar.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Sobre a falsa tolerância do liberalismo


1) Aquilo que decorre da sabedoria humana dissociada da divina não pode e não deve ser respeitado. É preciso combater - por isso faça da sua língua uma espada; do mesmo modo, a mão com a qual você escreve, seja ela esquerda ou direita. E ao teu lado, a Bíblia, o rosário, o crucifixo e fé na Igreja serão os seus escudos. Este é o arsenal do cavaleiro dos dias de hoje.

2) A cultura liberal de dizer que cada um tem sua própria verdade leva a uma falsa tolerância. Ela é uma ilusão - a pessoa te tolera até o dia que você deixa de concordar com aquilo que ela conserva, por ser conveniente e dissociado da verdade. Quando se defende a verdade, tolerar o falso é inaceitável, já que não existe uma terceira via capaz de fazer sintése dessas duas coisas tão contraditórias.

3) Tudo que decorre da falsidade sistemática vai cair, mas você, que defendeu valentemente Cristo até o fim dos seus dias, vai permanecer de pé.

4) Não tenha medo da cruz; abrace-a ternamente. Ela te ampara todas as suas dores. E logo, logo alguém seguirá o seu exemplo - e o seu trabalho será retomado por outro, cujo modelo de referência para formá-lo foi você, pois sua causa leva à santidade, por ser conforme o todo.

Todo conservador deve ser radical


1) Tem gente que vai dizer por aí que sou "radical", sem saber o que está falando. 

2) Eu vos digo uma coisa: para ser cristão e conservar a dor daquele morreu por todos nós na cruz e que deu causa à civilização tal qual conhecemos, o amor deve ser incondicional e radical. E não se pode ser conservador sem ser isso.

3) Isso deve ser feito 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias ao ano. Isso é um chamado do qual nós nunca tiramos férias, principalmente na hora do lazer.

4) Moderação neste ponto é conservar o que convém - e isso é dissociado da verdade.

5) Muitos tentam "flexibilizar" a conduta daqueles que se radicalizam nas coisas que são caras ao conservadorismo, como os valores de Cristo, a conformidade com o todo, e a aliança entre o altar e o trono.

6) Flexibilizar as coisas que decorrem do sagrado ofício é coisa de liberal, revolucionário.

7) O amor à verdade, que decorre de Cristo, é o norte de tudo. Sem isso, estamos perdidos.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Sobre o verdadeiro método geométrico



01) Método geométrico é explicação que contém uma única causa que explica tudo.

02) Para nós, que somos cristãos, Deus é a explicação suprema e perfeita de tudo. Este é o verdadeiro método geométrico - ele é a constituição de todas as coisas tais quais elas são, sejam elas visíveis ou invisíveis.

03) A trindade é basilar, geometria plana. Ela se baseia em postulados como o ponto, a reta e o plano. Quando os postulados são questionados, Deus passa a ser negado. Em ciência, os postulados não podem ser questionados, senão não se faz ciência, não se faz busca pela verdade de modo perfeito e seguro. Do mesmo modo os fundamentos da fé cristã, que são basilares, por serem postulados. E os postulados nos levam à verdade, à fé sincera que faz boa obra. Os dogmas são o que são porque sem eles a busca sincera por Deus se torna impossível.

04) Se incluirmos a tradição que recebemos dos Santos Apóstolos, o círculo que Jesus formou, torna-se geometria espacial.

05) Se a autoridade da lei eterna tem estrutura piramidal, pois tudo converge até o pai, e ninguém vem ao pai senão por Jesus, então a obediência à lei eterna, que faz ver Deus entre nós, causa a bondade, que é Deus em nós, e ela lembra a figura de um cone.

06) A lei eterna, para ser obedecida, precisa estar em nossos corações, de modo a que estejamos em conformidade com o todo. E o Estado de Direito que é conforme o todo é um cone dentro do cone que Deus estabeleceu para nós, pois as boas leis, que regem a ordem pública, não trairão nem perverterão a lei divina. Este é único controle de constitucionalidade que se conhece, pois é a única forma que é segura - as leis do Estado devem estar em conformidade com a lei de Deus, que é a constituição suprema de todas as coisas. Enfim, tudo que está de costas para Deus deve ser derrubado, pois é eternamente inconstitucional, pois nega a Deus em sua essência e forma.

07) E quanto mais pessoas recebem a tradição que herdamos dos Santos Apóstolos, mais evidente fica. Por isso que a Igreja cresce que nem massa de bolo - mãos humanas não conseguirão apagar o desenho feito por Deus.

08) Quando se recebe sistematicamente a Santa Tradição, mais o Espírito Santo é recebido sistematicamente. Por isso fica cada vez mais evidente, a ponto de ser um desenho geométrico colossal. Não podemos ver, mas sabemos que Deus é autor de todas as coisas visíveis e invisíveis.

09) Não é à toa que a Igreja desenvolveu o método científico.

10) Os marxistas quiseram criar um outro tipo de método geométrico, mas excluindo Deus como a única explicação para tudo. Além de ser uma heresia demoníaca, ela é pseudocientífica.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Nenhum critério técnico científico resolve os problemas da alma nacional


1) Em um debate sobre a quem deveria pertencer as regiões da Alsácia e da Lorena, dois brilhantes intelectuais estavam debatendo: um deles era Fustel de Coulanges, que defendia o critério eletivo (o critério da conveniência política), e o outro era Theodor Mommsen, que defendia o critério étnico-lingüistico (o critério materialista, o do fato social em si, tomado como coisa sociológica).

2) Isso me lembra muito o debate sobre a questão do Sul - ainda que os gaúchos tenham relações com o Brasil pelo critério étnico-lingüístico, por critérios eletivos eles prefeririam ser parte das terras hispânicas ou formar um país próprio.

3) Se o critério eletivo (o da conveniência política) fosse usado, todos nós, em nossos estados, teríamos rompido.  Muito menos o étnico-lingüístico, que leva à criação das falsas nações indígenas, vai resolver o problema.  Enfim, tanto por um ou outro critério, a cisão parece ser uma tragédia certa, quase anunciada.

4) Quando tudo o mais nos leva ao fim da esperança, o elo da língua e da missão civilizadora que herdamos de Portugal e da fé falam mais forte e nos impele à unidade, a algo mais forte dos que nós mesmos, por conta de isso ser fundado no céu. Se a fé e a missão civilizadora nos impele à unidade, forças revolucionárias nos impelem forçadamente à cisão, com esse centralismo asfixiante, por conta dessa falsa federação que temos. E precisamos dar um basta nisso.

5) A histórica cultura de se tomar o país como religião, como se deu nesta república, não deu liberdade para que as regiões se desenvolvessem e tomassem o Brasil como um lar, sem deixar de observar suas particularidades locais - se o país fosse tomado como um lar, a pátria pequena dos estados ou das regiões inspiraria o ardente desejo ou vocação de servir a pátria grande, o Brasil, que por sua vez inspiraria o ardente desejo de servir a Cristo, à pátria do Céu. Sendo o Brasil tomado como religião, o centralismo tem sido de tal forma asfixiante que esse desejo de se desenvolver localmente tende a se confundir num bairrismo, a ponto de se tornar uma religião contrária à religião nacional republicana, a ponto de se tornar uma heresia política, já que o federalismo é um dos elementos da religião de Estado republicana.

6) Enfim, a crise do pacto federativo lembra uma guerra de religiões gnósticas, algo próprio da mentalidade revolucionária: em nenhuma delas - seja a nova religião local, seja a velha religião nacional - você encontrará referência da pátria do céu, que é a base sob a qual se assenta o país como um lar. As religiões gnósticas, tanto a falsa religião local quanto a falsa religião histórica, o federalismo, vão resolver a crise. Pelo contrário, matarão a nacionidade da pátria.

7) Este problema espiritual pré-existe ao critério eletivo ou ao critério étnico-lingüístico ou até mesmo de boa ou má técnica de redação constitucional, dado que são critérios materialistas e que não satisfazem à realidade. Esses critérios não resolverão os problemas que afetam o nosso país, por conta de uma cultura prolongada e nociva de se tomar o país como religião de Estado, a ponto de esmagar toda a potência criadora e renovadora das províncias locais, a ponto de estas servirem de modelo para se servir a pátria grande, que deve ser tomada como um lar.

8) Enfim, nenhum critério moderno resolverá um problema de alma, cuja solução deverá ser encontrada no campo da eternidade e na restauração da tradição que a república um dia ousou destruir. 

9) Pesando-se os prós e os contras, a unidade, que dá base para que o país seja tomado como um lar, tem mais peso - e a unidade deve ser buscada na pátria do céu, e nunca como uma religião de Estado, tal como vemos nesta república. Por isso, cortemos as inutilidades.