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segunda-feira, 18 de junho de 2018

Nota sobre uma característica do Tupi

O Tupi é uma língua que apresenta o tempo nominal. O verbo não expressa tempo. Em tupi existe o tempo do substantivo. Para isso, usam-se os sufixos RAMA (futuro, promissor, que vai ser) e PÛERA (passado, velho, que já foi superado). Ybyrá - árvore. Ybyrárama - muda (a futura árvore). Ybyrápûera - tronco, toco de árvore (a ex-árvore, a árvore que já foi). É um belo exemplo de como as línguas recortam o mundo de forma diferente: em tupi, o movimento no tempo é o movimento das coisas. Lindo isso, não?

Sergio Freire

https://web.facebook.com/prof.sergiofreire/posts/10153533930375588

Facebook, 18 de junho de 2018,

O que causa o conservantismo dos apátridas nascidos no Brasil, biologicamente falando?

 O fato de que os brasileiros - ao contrário de muitos outros povos - ainda não se abriram para a idéia de episteme (termo grego que designa conhecimento calcado no exame do senso comum - tal como a filosofia e a ciência). Em seu lugar, adotaram (ainda que de maneira inconsciente) o apriorismo (abstracionismo afastado da experiência), os ideais, a doxa (senso comum do país) e os juízos assertivos (juízos de fé). Isso explica muito da condição em que o país ainda se encontra.

Carlos Cipriano de Aquino

https://web.facebook.com/permalink.php?story_fbid=2103837776564847&id=100008159344771

Facebook, 17 de junho de 2018.


Troquemos a velha árvore envenenada, esse pau-brasil corrompido, pela muda de oliveira importada de Ourique

1) Jesus Cristo falou que conheceremos a árvore pelos seus frutos.

2) Os frutos da República de Ibirapitanga (árvore vermelha, comunista - uma espécie de pau-brasil corrompido) já são conhecidos, pois são venenosos. Essa ibirapitanga já é uma ibirapuera (árvore antiga e superada, que deve ser derrubada para da lugar à árvore nova).

3) A nova árvore, que decorre do fato de se servir a Cristo em terras distantes, é uma ibirarama: uma muda de oliveira (pois tem um passado glorioso em Ourique e um futuro promissor). Tal como Cristo, ela é um sinal de contradição, de mudança, dado que conhece as ranas (feridas, em polonês) do Senhor e se tornará frondosa, pronta para produzir frutos o mais rano (cedo, em polonês) possível a partir de seus ramos.

José Octavio Dettmann

Notas sobre a relação entre democracia e multiculturalismo

1.1) Se democracia é governo do povo, pelo povo e para o povo e se na etnarquia o fim do Estado tende a se reduzir nele mesmo, então o povo pode ser composto de qualquer coletividade composta de indivíduos de qualquer tipo de origem. E esse ponto, o multiculturalismo promove um verdadeiro tipo de experimento social na Europa, a ponto de ser um experimento de ciência louca, já que os políticos perderam tudo exceto a razão de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, que é Cristo Jesus.

1.2) É próprio da cultura liberal dizer que todos têm direito à sua verdade, a ponto de dizer que todas as culturas são válidas. Isso faz da democracia abstrata liberal uma versão muito mais perigosa da etnarqua, pois cria uma verdadeira cosmópolis, onde a cidade-Estado abrange todos os povos do planeta Terra, a ponto de reduzir tudo à natureza e às funções do governo mundial.

2.1) O ressurgimento de Roma (Unificação da Itália), da Grécia e de Israel foi o primeiro passo para a implementação de um governo mundial.

2.2) Todos os três têm a marca do neopaganismo, já que visam a restauração do antigo modelo de polis sem o intermédio da figura de Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de junho de 2018.

Da politia contraposta à etnarquia

1) Na politia, as pessoas conhecem umas às outras porque convivem, uma vez que partilham da mesma mesa, moram na mesma vizinhança, trabalham na mesma empresa e comungam da mesma fé, a ponto de amarem e rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

2) Por conta disso, fica fácil estabelecer um registro acerca da pessoa, descrevendo as qualidades e defeitos dela e de cada membro da família. Com esse registro bem montado, fica fácil chamar algum membro dessa família para colaborar numa atividade econômica organizado, caso você seja o organizador dessa empreitada.

3.1) Na etnarquia, ocorre a impessoalidade. Se o fim da polis está nela mesma, então a tendência é os atos da pessoa do governante se reduzirem à natureza e às funções do Estado, já que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

3.2) Assim o Estado deixa de ser integrador, pois não resolve nenhum conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida. Se a jurisdição se reduz à definitividade, então dizer o direito se reduz àquilo que está prescrito na lei positiva, a ponto de ser uma coisa abstrata - e nem sempre essa lei é consoante com a realidade das coisas, já que os políticos estão conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, que é Cristo.

3.3) Enfim, se o Estado deixa de ser integrador, então dizer o direito se torna uma ilusão, a ponto de a justiça ser a lei do mais forte, daqueles que concentram o poder de usar, gozar e dispor em poucas mãos. Isso dissemina a cultura da irresponsabilidade - a tal ponto que a cultura do registro, do controle se perde.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de junho de 2018.

domingo, 17 de junho de 2018

Notas sobre democracia e etnarquia

1) Se democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo, então etnarquia é o governo do povo eleito pelo povo eleito e para o povo eleito, a ponto de a polis ter sua razão de ser em si mesma. Eis a auto-determinação, pautada numa liberdade fundada no amor de si.

2) A Grécia é considerada o berço da cultura ocidental - e neste ponto, os gregos modernos, ao resgatarem o exemplo dos antigos, que eram pagãos, se tornaram uma espécie de povo eleito, imitando o exemplo dos judeus. Enfim, de certo modo os gregos se tornaram a versão liberal dos judeus, já que buscam liberdade fora da liberdade em Cristo.

3) Nos primórdios, os gregos definiam-se civilizados e os não nascidos na Grécia eram considerados bárbaros. Uma relação essencialmente de fronteira - quem estivesse dentro da fronteira era considerado eleito e quem estivesse fora dela era considerado um bárbaro. Isso de certa forma marca a civilização com a cosmovisão de dividir o mundo entre eleitos e condenados, como há nos protestantes.

4) Os critérios dos gregos eram critérios humanos, já que o homem era a medida de todas as coisas. Enfim, o critério era essencialmente pagão.

5) Os critérios dos judeus eram baseados em Deus. Deus escolheu o seu povo, deu-lhe terra e assentou o terreno onde viria uma Rei viria a governar por séculos sem fim. Por conta do pecado e do orgulho sem medida, Jesus foi rejeitado e passaram a judaizar as coisas, a ponto de edificar liberdade com fins vazios.

6) Em Cristo, Deus elimina o particularismo dos gregos e dos judeus e converte tudo em valores universais, já que Deus veio remir todo o gênero humano, distribuindo a graça a todos. Enfim, o verdadeiro governo de Cristo é uma politia e não uma etnarquia. Na etnarquia, há escravidão; como a politia decorre da virtude republicana dos romanos, então não há domínio de um homem sobre outro, já que todos são irmãos em Cristo.

7.1) Em termos de cultura simbólica, o símbolo da etnarquia é a ave fênix, já que a Grécia deseja renascer das próprias cinzas.

7.2) Se a ave fênix prevalece sobre a cruz, então será o retorno do paganismo clássico - e o Estado será tomado como se fosse religião. Ora, isso é um utopia - a ave fênix pode renascer das próprias cinzas, mas não será capaz de sobrepujar a Santa Cruz. A ave fênix será obrigada a sujeitar-se a Cristo, pois ressuscitará dos mortos tal como toda criatura que adormeceu n'Ele, por Ele e para Ele.

7.3) Eis a vitória da conformidade com o Todo que vem de Deus, a ponto de eliminar os vícios dos antigos e propor uma releitura condizente com aquilo que Deus quer para toda criatura - e a Idade Média foi a época em que essa releitura foi feita.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de junho de 2018.

Por que a monarquia republicana portuguesa era uma politia, considerando o pensamento aristotélico?

1) Segundo Aristóteles, politia é uma forma virtuosa de governo em que muitos indivíduos colaboram sistematicamente uns com os outros de modo a tomarem o país como um lar em Cristo, a ponto de não haver domínio de um homem sobre outro homem, já que todos são irmãos em Cristo.

2) A politia combina a monarquia, a aristocracia e a virtude republicana dos romanos. Cristo é o Rei, e Ele é assessorado pelos santos, os verdadeiros amigos de Cristo, que deram a vida amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. O exemplo dos santos estimula a todos a imitarem sistematicamente a Cristo, gerando uma verdadeira democracia.

3) Como Cristo quis um Império para si, então o vassalo de Cristo (Rei de Portugal, Brasil e Algarves) e o povo que está sob sua proteção e autoridade devem ser cúmplices, a ponto de o povo ser tomado como se fosse parte da família do soberano, em Cristo Jesus.

4) A monarquia republicana portuguesa foi o maior caso de politia que já houve, a ponto de ser um verdadeiro império de cultura. E esse império de cultura jamais perecerá, pois ele foi um bom governo, já que servir a Cristo em terras distantes faz com que as novas terras descobertas sejam tomadas como um lar em Cristo, a ponto de serem livres, n'Ele, por Ele e para Ele.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de junho de 2018.