1) O verdadeiro fundamento da vida vertical está na conformidade com o Todo que vem de Deus - se Deus é o autor da vida e nos criou, então nós somos criaturas e devemos obediência a tudo o que é mais sagrado.
2) Se somos todos criaturas, então todos estamos sujeitos à lei eterna, pois devemos nos amar e nos perdoar uns aos outros, assim como o Deus feito homem e nos amou e nos perdoou, pois Ele mesmo quis ser nosso irmão e a nós todos salvar.
3) Se somos criaturas, as cidades respeitam os seus limites naturais e não se estruturalizam de tal forma a que uns e outros se tornem estranhos, de tal modo a que as casas não sejam apenas meros campos de isolamento do mundo exterior, mas, sim, lugares onde se fomenta a verdadeira amizade em Cristo, base da fraternidade universal.
4) O verdadeiro fundamento da vida horizontal - divorciada da vida vertical, de modo a compor a Cruz - está no fato de que todos são iguais perante a lei. Mas, de qual lei? Da lei proclamada por todos aqueles que são ricos em sabedoria humana e dissociada da divina. Se a lei moderna nega a Deus, então o igualitarismo fundado na conveniência e na dissociação para com a verdade é de uma falsidade escancarada, pois estabelece liberdade para o nada, onde o ilícito se torna lícito e o que é lícito na Lei de Deus se torna ilícito por força de sabedoria humana dissociada da divina. E isso gera uma confusão demoníaca.
5) Se todos são iguais perante uma lei que edifica liberdade para o nada, então não somos criaturas, mas deuses - e aí começam os conflitos de interesses qualificados pela pretensão resistida, base para toda uma cultura fundada na negação da fraternidade universal. E as decisões judiciais não garantem a justiça - só prorrogam ainda mais o conflito a ponto de exigirem mais Estado, até que tudo esteja nesse Estado e nada fora dele.
6) Se a fraternidade universal não existe, então somos indivíduos tornados atomizados, pois não sabemos de onde viemos e nem para onde vamos. Não passamos de ratos de laboratório para as mais estranhas e nefastas políticas públicas existentes, seja na saúde ou na educação pública. E a cidade se torna anônima - e a nação - que é composta deste sistema de cidades e de estados que comungam de uma crença comum, baseada no fato de vivermos a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus - se torna uma república de apátridas. E onde há apátridas há bárbaros incapazes de se organizarem na forma de um governo justo e estável - e aí somos alvo fácil, pois seremos conquistados por forças anticristãs e criminosas, que amam mais o dinheiro do que a Deus.
7) Eis aí o projeto de poder da Nova Ordem Mundial: fomentar apatria em todo o mundo, pois a Terra será a nação universal dos apátridas, dos não-humanos, coisa que será tomada como se fosse religião. E o humanismo será superado por qualquer outra coisa fundada na sabedoria humana dissociada da divina - e o ser humano estará extinto, sem Deus e sem nada.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 2015 (data da postagem original).