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quinta-feira, 2 de abril de 2015

A seletividade decorre da pessoalidade


1) Pelos meus cálculos, se 500 pessoas dessem 50 reais todo mês para um escritor como eu, ele sairia mais barato que um Ministro do STF, cujo salário é pago por toda a sociedade por força de lei, ainda que a prestação jurisdicional seja das mais questionáveis, pois ante a imperatividade da lei não se questiona o mérito se o referido ministro faz jus ao pagamento do salário ou não - é como assinar um cheque em branco.  

2.1) Um escritor que faz trabalhos de reflexão em alta cultura só edifica e ensina, além de fazer com que o pais seja tomado como se fosse um lar - quanto mais você o conhece, mais nele você confia, a ponto de dar contribuições maiores e sistemáticas por conta do bom trabalho feito. 

2.2) O ministro do STF, sobretudo em tempos de corte bolivariana, só faz merda, pois faz com que o país se reduza a uma religião de Estado, conservando por conveniência, ainda isso esteja dissociado da verdade, todo esse mal que se instaurou no dia 15/11/1889. 

Deixar que um ministro da Suprema Corte aprecie sua causa é como passar um cheque em branco


1) Submeter uma causa de modo a que um ministro de corte suprema diga, de maneira definitiva, qual é o direito constitucional que decorre do caso concreto é como assinar um cheque em branco. E isso pede que você conheça quem vai julgar a sua causa - ou seja, seria preciso conhecer, ao longo de uma vida, o trabalho de qualquer um dos 11 ministros, assim como seus possíveis sucessores. E se você não conhece os 11, qual é a autoridade que garante a autoridade das decisões desses ministros, pois o mandato deles se dará de modo permanente? E isso pede um monarca, coisa que não temos.

2)  Enfim, nós temos um problema muito sério. 

2.1) Você não conhece o ministro - assim como você não conhece o presidente da República que o nomeou. Hoje temos ministros cuja autoridade decorre de um presidente que não está mais no poder. E cada presidente nomeou alguns ministros, gerando muita instabilidade na corte, pois os critérios de seleção mudam junto com o presidente. E isso é ruim para a segurança jurídica, pois ministros são escolhidos com base na ideologia do presidente, que é o fiel da balança de um projeto totalitário.

2.2) Além disso, você não tem garantia de que ele, o Presidente da República, se preparou desde cedo para o encargo que vai assumir, tal como acontece com os monarcas - se ele não é desde cedo preparado, que autoridade ele tem para nomear um ministro? e que garantias ele pode dar, de modo a que autoridade das decisões de um ministro seja garantida, quando há uma afronta à lei, à sentença proferida? Enfim, nenhuma autoridade dá respaldo, por faltar um Poder Moderador.

2.3) Isso sem contar que você não tem a garantia de que o trabalho de se preservar o bem comum e de se reger bem o povo vai ser mantido ao longo das gerações, pois presidentes são como peças intercambiáveis - se ele não funciona, ele é descartado, defenestrado.

O conservantismo é gnóstico


1) O conceito de religião pede que nos lembremos constantemente das coisas que aconteceram no passado, de modo a estarmos em conformidade com o Todo que vem de Deus. E o Deus verdadeiro é um só.

2) Se nos religarmos a falsos deuses, tudo será falso - e isso nos levará a uma liberdade para o nada.

3) O que é a gnose senão uma conseqüência de muitos anos sob politeísmo? O que é a gnose senão conservar o conveniente, ainda que isso seja dissociado da verdade? 

4) Enfim, conservar o que é conveniente, ainda que dissociado da verdade, é um tipo de gnose. E um dos efeitos disso é tomando fatos sociais como se fossem coisa e sobre essas coisas o cientista social se abstém de fazer juízos de valor. Enfim, isso é uma pseudociência.

Tomar o fato social como coisa é promover o dualismo gnóstico


1) Se tudo têm sua própria verdade, então todas as coisas têm seu próprio Deus. E isso é politeísmo.

2) Se o bem e o mal têm sua própria verdade, então há um Deus do bem e um Deus do Mal. Se nos abstivermos de fazer juízo de valor e tomarmos estes fatos como se fosse coisa, então nós estamos a edificar uma heresia entre nós - enfim será o retorno do dualismo gnóstico, do maniqueísmo.

3) Se os indivíduos, que têm sua própria verdade morrem, então deuses morrem. E se deuses morrem, então a esperança é perdida, pois não há fé no semelhante, muito menos caridade, pois seremos incapazes de tomar o próximo como um espelho de nós mesmos, já que fomos criados à imagem e semelhança do Deus verdadeiro.

4) Eis aí porque o politeísmo é falácia. E o liberalismo leva a um retorno desse politeísmo, desse neopaganismo, pois tudo é tomado como se fosse religião, de modo a nos afastar da conformidade com o Todo que vem de Deus.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Exemplo de caso que eu conheço: o de minha própria família


1) Quando um núcleo começa a se desgarrar e a se afastar da unidade, a tragédia chama a tragédia, gerando uma desunião sistemática. É um processo de descapitalização moral.

2)  Eu comecei a notar isso a partir da minha própria família. Na geração do meu avô, os demais membros da família começaram a desprezar esse núcleo que ele formou só porque ele foi morar no subúrbio. E o restante ficou mostrando pose e afetação, conservando por conveniência, ainda que dissociado da verdade, um certo status social, que se revelou falso, agravado ainda mais pelo fato de esses demais núcleos não buscarem estudar e cultivar a almas das futuras gerações de membros da família, dado que esses status disponível já bastava, por conta de vaidade. Enfim, esse comportamento não é conforme o Todo e colabora com o processo revolucionário.

3) Enfim, esse comportamento de pose e afetação necrosou todo um tecido social, em grande extensão - se eu tomar minha família como uma amostra, esse processo se repete pelo país inteiro e sistematicamente, ao longo das outras famílias.

4) Por volta dos anos 50, quando surgiram as modernidades, esse processo foi se agravando. De um núcleo afastado, nasceram outros núcleos afastados. E isso gera entropia, perda do conhecimento da história familiar, pois as novas gerações crescerão sem ouvir falar dos ramos necrosados e afetados pela pose e afetação, favorecendo a uma cultura de impessoalidade.

5) Eu, por exemplo, sei muito da História do Brasil e nada sobre a Historia de minha própria família, por conta dessas circunstâncias.

6) A única solução é a tomada de consciência e começar a resolver o problema a partir da geração consciente - ou seja, o núcleo que será formado por mim deverá ser formado em parceria com uma mulher com sólida formação católica, de modo a que eu tenha filhos virtuosos e que se casarão com mulheres virtuosas e me gerar netos virtuosos, pois a parte inconsciente está necrosada - e só a sincera conversão em Cristo pode devolver a vida a esse tecido social necrosado e corrompido.

7) Eis aí o drama espiritual em que me encontrava, quando comecei a meditar sobre esse problema. Nesta sociedade cada vez mais competitiva, as interconexões se tornaram cada vez mais importantes, para se fazer frente ao drama da impessoalidade - e a unidade familiar se torna crucial, pois ela te protege e te põe num rumo.

8) Enfim, hoje passei por um violento processo de maiêutica (parto da alma).

A circunstância brasileira favorece a destruição da instituição familiar


1.1) Uma vez que Deus deixa de ser a causa de conformidade com o Todo, indivíduos começam a ter relações de dominação para com o seu semelhante - e conflitos de interesse qualificados pela pretensão resistida começam a surgir sistematicamente. 

1.2) O âmbito familiar foi o mais afetado com todas essas legislações decorrentes da falta da aliança entre o altar e o trono entre nós, causa da perversão das leis. Para dizer a verdade, a família, a instituição familiar, é a primeira vítima de tudo aquilo que decorre da cultura de se tomar o país como se fosse religião, onde tudo está no Estado e nada pode estar fora dele.

2) No caso brasileiro, a cultura de pose e afetação colaborou ainda mais para que se acirrasse o processo de abolição da instituição. A tal ponto que a nossa sociedade é uma das que mais sofre com o drama da impessoalidade, que despreza a formação do indivíduo e o papel que ele pode desempenhar na sociedade, através da vocação.

Sobre a falácia que é o "Novo" Direito de Família (Direito das Famílias)


1) Se o núcleo familiar tem a sua própria verdade, ele se reduz a um ídolo.

2) Se o núcleo familiar é ídolo, o amor é livre e longe da conformidade com o Todo que vem de Deus. Logo, núcleos familiares surgem a partir de conceitos desordenados, fora da conformidade com o Todo que vem de Deus. E as famílias desestruturadas começam a proliferar.

3) E isso vai sendo tomado como se fosse coisa, a ponto de haver a justificação de um "Direito das Famílias". 

4) Enfim, o "Direito das Famílias" é justificação jurídico-sociológica do projeto de abolir a família como a base da sociedade. É o Estado tomado como se fosse religião por excelência.