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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Notas sobre a insinceridade do Direito Constitucional de nossos tempos

1) Como falar em direito adquirido se moramos num mundo onde as pessoas são substituíveis umas pelas outras a todo o momento, tal qual uma peça intercambiável, nesta engrenagem chamada mundo?

2) Se as pessoas são substituíveis umas pelas outras, então elas são descartáveis - e é perfeitamente lógico que os marxistas enxergarão a constituição como uma folha de papel, pois o direito adquirido não passa de preconceito burguês, visto que eles conservam o que é conveniente e dissociado da verdade.

3) Para que a ambição totalitária do comunismo prospere, o mundo primeiramente será edificado na sabedoria humana do libertário, que é dissociada da sabedoria divina.

4) De nada adianta exterminar o radical se o moderado, que prepara o terreno para ele, não for eliminado junto.

O direito personalíssimo leva à nobreza e ao direito de sangue

1) O direito personalíssimo leva em conta todas as circunstâncias do sujeito, de modo a adquirir tudo aquilo que ele conquistou. Quando se leva em conta todas as circunstâncias pessoais, de modo a que país seja tomado como se fosse um lar em Cristo, este direito personalíssimo fundado na mais pura nobreza de caráter e de atitudes levará a edificação de uma ordem onde todos amarão e rejeitarão as mesmas coisas que o sujeito, que faz as coisas tendo por Cristo fundamento.

2) A sucessão de um sujeito nobre implica que o sucessor conheça todas as circunstâncias de vida dele, de modo a edificar tal nobreza. A entrada neste mundo interior implica que você o ame como a si mesmo. E é da força desse amor que surge a família - e é dentro dessa ordem familiar que surgem todos aqueles que são preparados desde o berço de modo a reproduzirem nas futuras gerações a nobreza e o caráter do pai, que pautou sua vida amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Este sucessor assumirá o seu trabalho a título universal. 

3) A sucessão por direito personalíssimo inclui toda uma ordem voltada na virtude. Trata-se de uma ordem aristocrática. 

4) A partir do momento em que o direito personalíssimo foi substituído pelo direito pessoal, em que todos, pelo fato de terem contato físico com a coisa, podem ser substituídos uns pelos outros seja a título singular ou universal, aí é que começou a ordem da impessoalidade. A ordem do Código Civil é uma ordem essencialmente materialista - e não é à toa que ela edifica apatria. Pois é no materialismo que vemos o relativismo moral e o republicanismo.

O totalitarismo nasceu do teatro acedêmico

1) Catharino me fala: estamos num mundo pós-moderno - o papel aceita tudo.

2) Na época de Hayek, este discutia com os comunistas com afável cortesia - e como diz o professor Olavo de Carvalho, discutir com comunistas é perder a guerra. Eles conservarão o que é conveniente e dissociado da verdade - e a estrutura do marxismo é tão flexível que é capaz de incorporar as armas do inimigo de modo a usá-las contra ele.

3) A questão cultural também abrange a produção e comercialização de bens culturais - enfim, abraça fundamentos econômicos. Olavo já apontou que Kant tem muitos fundamentos que levam ao fomento das idéias marxistas - e quase toda base liberal - seja no Direito, seja na Escola Austríaca - tem fortes bases neokantianas.

4) O único que percebeu a relação entre libertarismo e comunismo, por conta do fenômeno da concentração de bens em poucas mãos, base para a economia de ordem pública, foi Chesterton. Se há uma ordem onde o amor ao dinheiro é o fundamento de todas as coisas, isto justifica o totalitarismo do Estado, pois a sua sanha arrecadatória não terá limites. Dito dessa forma, é forçoso concluir que o libertarismo não passa de uma verdadeira hipocrisia.

A verdade sobre a Escola Austríaca

1) A Escola Austríaca pode ter refutado o marxismo academicamente, pois no ambiente universitário o papel aceita qualquer coisa fundada em sabedoria humana, principalmente se esta estiver dissociada da sabedoria divina. Dentro do contexto da Guerra de Métodos, a Escola Austríaca ganhou a batalha, mas perdeu a guerra, pois não existe pensamento dentro dessa tradição capaz de combater o marxismo cultural, que pode usar métodos capitalistas de modo exercer um poder totalitário sobre nós. A única coisa que essa Guerra de Métodos produziu foi conhecimento sem sabedoria. De que adianta o conhecimento se não temos a sabedoria de Deus, de modo a estarmos em conformidade com o Todo que vem d'Ele? Nada é mais totalitário do que a insinceridade.

2) É fato sabido que o libertarismo prepara o caminho para o totalitarismo. De nada adianta uma refutação acadêmica se você ensina ao mundo o fato de que todos têm o direito de terem a verdade que quiserem, a ponto de terem todos o direito de serem tolos, de terem o direito de conservarem aquilo que é conveniente e dissociado da verdade. A questão de tudo estar no Estado e nada estar fora dele também é abarcada no fato de que todos têm a sua verdade - do mesmo modo, que o Estado deve ter em seu poder todos os meios de produção.

O distributivismo incentiva a cultura do desapego, base para exterminar o Deus do dinheiro entre nós

1) Direito tem forte relação com a justiça, com a Lei Eterna. E a Lei Eterna pede ao indivíduo que é conforme o Todo que vem de Deus o seguinte: dê a cada um o que é seu. Se o Imperador necessita de impostos, de modo a custear as despesas de Estado, dê os impostos; se Deus necessita do dízimo de modo a que possa financiar as obras de caridade e o trabalho evangelizador, dê o dízimo.

2) Dar a cada um o que é seu sistematicamente implica necessariamente distribuir. E para distribuir, você precisa conhecer as pessoas e saber o que elas realmente estão pedindo. 

3) Boas pessoas sempre pedirão aquilo que é conforme a Lei Eterna - e sempre pedirão aquilo que estão mesmo precisando. Por isso, dê a elas a liberdade de adquirirem o que estão mesmo precisando. Só assim haverá uma cultura do desapego - e o Deus do dinheiro nunca mais reinará entre nós.

Novas notas sobre a ordem pessoal cristã

1) Quando todos conhecem a todos, então cada um conhece as demandas de cada um. Quando todos estão em conformidade com o Todo que vem de Deus, então haverá menos necessidade de coerção, de modo a se exigir os direitos devidos, junto a população.

2) Como cada pessoa tem seus dons, de modo a atender a comunidade, então essas pessoas vão atendendo seus clientes na medida de suas possibilidades. Há artesãos, agricultores, comerciantes, operários, artistas em geral. E há os que têm a vocação do mando, como os príncipes das cidades - e o chefe dos príncipes, que pode ser o Rei ou o Imperador.

3) Por subsidiariedade, aquilo que não pode ser feito pelo conjunto das famílias, no âmbito local, será de competência dos príncipes locais. E aquilo que não pode ser feito dentro do conjunto dos principados locais, isso será feito pelo Rei ou pelo Imperador.

4) A questão do CNPJ ou do CPF é uma questão de controle - sempre haverá entre nós gente rica em sabedoria dissociada da divina, de modo a transformar um reino Cristão livre e em uma república totalitária. Por isso, é importante que haja vigilância - o príncipe deve proteger seu povo e o povo deve evitar que um usurpador assuma o trono. 

5) O Estado deve estar conforme às necessidades da população. Se o povo é Cristão, menor a necessidade de coerção. Se o país é descristianizado, mais Estado, em aliança com a Santa Religião, será necessário.

Notas sobre o meu trabalho de filólogo

1) Houve quem dissesse que eu era um filólogo. Ao aplicar o conselho do professor Olavo de Carvalho de dominar a linguagem, eu não só consegui estabelecer a definição definitiva sobre esquerda e direita, como também delimitei o real significado do que significa ser conservador dentro da Tradição Cristã. Com isso, eu passei a definir as coisas em seu verdadeiro nome, em tempos de crise de conhecimento.

3) É esse tipo de estudo que os conservantistas não fazem. O máximo que querem é impor coisas fundadas numa realidade importada e aplicá-la de todo e qualquer jeito aqui. Enquanto eu estou começando a acertar nas minhas análises, o máximo que fazem é ficar de picuinha e colaborar com a esquerda revolucionária.