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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Polipátrida e nacionista não são a mesma coisa

1) A legislação que gera os polipátridas é fundada em critérios abstratos, puramente racionais - completamente desvinculados da realidade. Basta que se tenha um pai ou mãe com essa nacionalidade que o filho terá essa nacionalidade, cumulada com o fato de nascer em um lugar em que basta nascer na terra que você tem a nacionalidade. A crença por trás dos critérios legais está no fato de que o homem é uma folha de papel.

2) Enfim, esses critérios abstratos são inviáveis, utópicos e vazios, pois geram liberdade sem vínculo, base para uma liberdade para o nada (sintoma da cultura jurídica liberal, sem Cristo). Do jeito como vivemos num mundo cada vez mais sem Cristo, onde os casamentos se desfazem muito facilmente, a questão do polipátrida não significa necessariamente ser nacionista, pois muitos casamentos são fundados por interesse e a dupla nacionalidade acaba se tornando uma espécie de privilégio, criando-se assim uma falsa nobreza, em que basta ter vínculo com esses Estados que você é tomado como se fosse cidadão, não importando se você faz alguma coisa de bom de modo a que esses países sejam tomados como se fossem um lar.

3) A questão da nacionidade implica duas coisas: corpus + animus. Não basta nascer no lugar ou ter ancestral nascido num lugar -  você precisa ter contato físico com a terra, conhecer seus costumes, seu potencial econômico e sua gente. Além disso, você precisa aprender a história dos países de modo que você possa ocupá-los de modo que estes lugares sejam tomados como se fossem um lar só - e isso implica participar na vida política desses dois lugares. Tomá-los conjugadamente como um lar só implica vontade de ter dupla nacionalidade - e para isso, você precisa ter bens e presença distribuída nesses dois lugares, de modo a que um possa servir ao outro, a partir de você e de sua família. E isso é uma base muito mais concreta e mais qualificada do que a declaração constitucional abstrata que define quem tem ou quem não tem as nacionalidades.

4) Só quem toma os países como um lar, ocupando-os de modo a servir a seus semelhantes e a prosperar nesses lugares, é que tem direito a ter vínculos com as terras que ocupa. Por isso, nenhuma base constitucional pode estar divorciada do direito das coisas. 

5) Se formos olhar a ferro e fogo, os critérios atuais de nacionalidade dão base para a abolição da propriedade privada, pois negam tudo o que pode decorrer do fato de ser dono de um lugar. Eles abolem a noção de família e de Deus. Enfim, são verdadeiros critérios proto-socialistas, pois dão base a que o Estado seja tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele.

6) Enfim, sem a tradição, sem a família e sem a propriedade, o começo da abolição da propriedade privada começa a partir do momento em que se define quem são os eus-nacionais - e esse critério atualmente se dá de modo abstrato, puro, sem relação concreta com a realidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de agosto de 2015 (data da postagem original).

sábado, 8 de agosto de 2015

Oliveira Viana é um herege político

1) Toda heresia leva a uma entropia, a uma perda de informação substancial, de modo a que deixemos de estar em conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) No caso da política, temos o quinhentismo, que é um falso clássico, um falso cânone, que nos leva a conservar tudo o que é conveniente e dissociado da verdade. Todo autor que tenha a desfaçatez de dizer que o Brasil está no século VI - fazendo com que percamos a noção de que o país nasceu em Ourique, a partir da visão que el-Rei D. Afonso Henriques teve do Cristo Crucificado - deve ser jogado na lata no lixo. 

3) Autores como Oliveira Viana, engenheiros do paternalismo estatal, da cultura estatizante que ainda nos permeia, são verdadeiros hereges e promovem uma verdadeira apostasia da verdade - eles são o clássico da república, daquilo que não deve ser esquecido, de modo a que o infame regime nunca mais volte a nos levar a esta cultura de atraso em que nos encontramos.

Todo revolucionário recomenda leituras não solicitadas

1) Tem gente que está espalhando por aí a balela de que Poder Moderador falhou, ao indicar o livro o Ocaso do Império, do Oliveira Viana, como leitura não solicitada - coisa essa que é a (velha) tática dos comunistas. Afinal, os positivistas são tão revolucionários quanto o PT.

2) Eu li o Instituições Políticas Brasileiras - e nele o Oliveira Viana fala que estamos no século VI, se contarmos a história do Brasil a partir da chegada de Cabral aqui.

3) Eu já apontei por várias razões que o quinhentismo é anticristão e ele só justifica a concepção de que o Brasil deve ser tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele.

4) Como Oliveira Viana era adepto do fascismo, do socialismo de nação - em que a nação é tomada como se fosse uma segunda religião, de modo a esmagar a primeira e verdadeira -, então ele não deve ser levado a sério. Por isso, eu recomendo que bloqueiem, ou mandem ir tomar no cu, todos os que fazem tal sandice de recomendar tal autor, ainda que não solicitado, justamente no momento em que a verdade nos bate a porta de modo a se impor por si mesma entre nós, neste difícil momento de se tomar este país como se um lar, quando todas as tentativas de tomá-lo como se fosse religião fracassaram e quando tudo parece nada mais fazer sentido.

Não há coservadorismo sem repetição

1) Se a tribo é fisiológica, então o retorno à fisiologia se dá a partir do momento em que todos têm a sua verdade, vivendo a vida fora da conformidade com o Todo que se dá em Deus. 

2) E o pior individualismo se dá a partir do retorno do paganismo, onde o pecado é promovido como se fosse virtude e quando a mentira é promovida como se fosse verdade. Onde houver o neopaganismo, o relativismo moral sempre estará ligado a ele. 

3) Neopaganismo, individualismo atomizante - que matam o senso de fraternidade universal e promovem a cultura da impessoalidade -, tudo isso vai levar a uma cultura em que tudo está no Estado e nada poderá estar fora dele.

4) Mais do que uma forma política, a questão república x monarquia deve e precisa ser examinada também no campo cultural. Onde se perde a noção da hierarquia, daquilo que é mais elevado e sagrado, a fisiologia será certamente retomada. E nestes tempos difíceis, a verdade de que "não é só de pão que vive o homem, mas também da palavra de Deus" precisa ser atualizada e proclamada, de modo a que não seja esquecida.

5) Enfim, a repetição, tal como foi apontada por Kierkegaard,  é crucial de modo a que se conserve sistematicamente a dor de Cristo. E é pela repetição dessa imagem que nos lembramos de ser conservadores, pois Cristo é a verdade - e não há liberdade sem o cultivo da verdade.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

A sociedade é sempre uma república

1) Na época de Moisés, os hebreus eram uma sociedade tribal.

2) Uma sociedade tribal é sempre fisiológica. Se a tribo necessita de guerreiros ou ter espírito de guerra, o chefe da tribo será um guerreiro, enquanto assim permanecerem as coisas; se a tribo estiver assentada em boas terras, o líder será um agricultor ou um pastor, enquanto assim permanecerem as coisas.

3) Uma sociedade tribal é, de fato, uma república: os líderes, e a natureza da liderança, são mudados conforme as necessidades da tribo mudam. E isso é, obviamente, muito instável - sendo a economia pura subsistência, não haverá liberdade de se exercitar uma vocação, de modo a se especializar nisso, pois não há fundamento para se converter necessidade em liberdade, base para uma cultura conforme o Todo que vem de Deus. Isso é uma questão que o próprio Deus já conhecia de antemão.

4) Quando as sociedades se tornaram sedentárias, naturalmente surgiram as necessidades de especialização, pois a prosperidade depende que você lide permanentemente com as coisas - e, para isso, é necessário se especializar e povoar a terra, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar. As tribos de Israel se especializaram e se tornaram classes, pois cada uma desempenhou um papel importante, no processo de formação do Reino - como podemos ver na tribo de Levi, que se especializou no sacerdócio.

5) A passagem gradual da tribo, chefiada pelo juiz, até a monarquia está fortemente relacionada com a retomada da terra prometida e com a noção de que esta deve ser tomada como se fosse um lar, em Jesus Cristo.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

A rede social é um sistema e não um coletivo

1) A rede social é um sistema - e você precisa ficar atento a cada peça do sistema, de modo a que elas, juntas, trabalhem melhor. Você deve ser uma espécie de coordenador ou editor, de modo a que essas peças trabalhem juntas.

2) Eu tenho 300 pessoas na minha rede. Na prática, a minha rede é menor do que isso. Vejo a necessidade de reduzir o tamanho dessa rede, de modo a que outros contatos possam entrar.

3) Sistemas precisam de peças de qualidade para bem funcionarem. E uma network pede pessoas de qualidade. E é crucial que se construa uma rede com pessoas que amem e rejeitem as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento. Só aí é que esses contatos podem ser chamados de amigos, no real sentido da palavra, pois a palavra não deve ser servida com fins vazios.

4) Sistemas não são coleções, onde pessoas se reúnem de modo desordenado e desorganizado.

5) Como estar na rede social pede que você seja capaz de viver a vida civil de maneira responsável, então você precisa ser capaz de ordenar a rede social de maneira relevante, de modo a que você saiba o que ocorre na sua pátria, de modo a tomá-la como se fosse um lar, em Jesus Cristo.

Da relação entre diário e jornalismo

1) Aprendi com o professor Rodrigo Gurgel​ a importância de se manter um diário, de modo a registrar todas as minhas reflexões e tudo o mais que houver de interesse. 

2) Esses dados diários são acumulados, processados e depois se tornam artigos. E o livro é uma compilação sistemática de artigos.

3) A idéia do diário deu tão certo que estou passando a anotar fatos de interesse decorrentes de outras pessoas, de modo a fazer análises futuras. Eis aí que começam a se firmar em mim as habilidades do jornalismo. Não é à toa que alguns dos grandes jornais se chamam diários.

4) Olavo dizia que o jornalismo, por muito tempo, foi a vitrine dos grandes escritores, em começo de carreira. Era escrevendo fatos relevantes sobre a vida social e fazendo análises sobre isso que eles iam construindo o seu público, de modo a lançar os livros.

5) Como rede social é mídia popular, de certo modo estou no jornalismo. E ela se dá ponto a ponto - é preciso que você saiba construir muito bem a sua network, de modo a receber o máximo possível de informações relevantes. Por isso, quanto mais aprendo dos meus contatos, melhor vou ficando.