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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Notas sobre a relação entre seletividade e pessoalidade

1.1) Quando você serve a um grupo muito grande de pessoas que confiam no seu trabalho, é natural que uma parte do grupo seja chamada a colaborar contigo por te conhecer melhor, visto que num grupo grande de leitores há níveis desiguais de afinidade com o trabalho de escritor, quando o assunto é relação deste e com aqueles. Se os mais próximos colaboram contigo, isto servirá de exemplo para os mais remotos, que passarão a colaborar contigo voluntariamente.

1.2) Isso se chama seletividade. Os mais próximos conhecem a fundo a natureza do trabalho do escritor e sobre a enorme dificuldade que é escrever, ainda mais todos os dias. É natural que os mais próximos sejam escritores como ele ou que venham a ser escritores como ele no futuro, por força da poderosa influência exercida.

2.1) No governo ocorre a mesma coisa. Os que possuem mais riqueza geralmente estão mais a par da situação financeira da pátria do que os mais pobres. Até porque, na República, as relações institucionais são movidas a base de dinheiro e não num passado comum, o que pede pessoalidade.

2.2) O problema da seletividade tributária é que o critério adotado para se determinar quem é rico e quem é pobre é arbitrário demais, dado que critérios estatísticos são muito subjetivos - e até mesmo manipuláveis.

2.3) Como esse critério é arbitrário, no final das contas isso acaba mascarando um grave problema que houve na Revolução Francesa: a igualdade na cobrança nos impostos. E o pobre acaba pagando mais imposto do que o rico e acaba sendo prejudicado, pois fica incapaz de progredir na vida - o que acaba violando a lei natural de que devemos tratar desigualmente os desiguais. E para saber quem é desigual a quem, é necessário conhecer, o que contraria o princípio da impessoalidade, coisa que rege esta falsa república, que é utópica.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 2016 (data da postagem original).

Coisas que faria, se tivesse um sítio

1) No google books, encontrei um livro que falava que o jacu era fácil de ser domesticado. Tratava-se de um livro publicado pelo Ministério da Agricultura no anos 50.

2) Com este conhecimento antigo e o com fato de que o jacu produz um café muito bom quando se dá um fruto de café arábico a ele, então não seria problema ter uma fazendinha de café + um viveiro de jacus e ter uma fábrica de café jacu a sua disposição. Se eu tivesse de conseguir uma licença ambiental para criar jacu, eu faria isso.

3) Adotando o distributivismo, posso dar litros dessa bebida em troca de coisas de boa qualidade, sejam elas produzidas pelos vizinhos da fazenda, seja por conta da colaboração que recebo dos meus contatos no facebook.

4) Pena que não sei mexer com terra, mas são coisas que faria. Adoro fazer experimentação e queria ver se isso dava certo ou não.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 2016.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Notas sobre a questão das biografias

1.1) Toda biografia que registra a história de uma pessoa importante - de modo a se entender o passado, o presente e o futuro da pátria tal como ela é - sempre será uma biografia NÃO AUTORIZADA.

1.2) O mero fato de ela ser autorizada já caracteriza promoção pessoal - e no caso de um tirano como Fidel Castro, a mera biografia autorizada cria uma espécie de culto à personalidade, essencial para a manutenção do Estado tomado como se fosse religião, coisa bem típica de país totalitário.

2.1) Uma biografia não autorizada de uma pessoa viva não passa de especulação ou projeção daquilo que pode vir a ser. Em certos casos, tem valor como uma informação estratégica, já que isso será levado para questões que envolvam tomada de decisões políticas. E neste ponto, informações jornalísticas nesse aspecto são úteis.

2.2) Uma biografia não autorizada tem seu verdadeiro valor quando a pessoa passa a ser vista a partir do conjunto fechado de todas as suas realizações.

2.3) Esse conjunto fechado se torna seu verdadeiro legado - e este legado é o monumento sobre o qual analisaremos a vida de uma pessoa importante para a comunidade, no tocante a tomar o país como um lar em Cristo ou tomar o país como se fosse religião de Estado, em que tudo está nele e nada pode estar fora dele ou contra ele.

3.1) Não podemos entrar na mente dessa pessoa biografada porque esse tipo de exame de consciência só pode ser feito de maneira personalíssima, pois só de maneira personalíssima é que percebemos a nossa relação com Deus, já que Ele é juiz onisciente e só Ele é quem pode contar o que realmente somos.

3.2) Por essa razão, uma autobiografia tem muito mais valor que uma biografia feita desde fora, dado que leva em conta esta relação com esse juiz onisciente, que nos faz de instrumento de modo a edificar coisas fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 2016 (data da postagem original).

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Por que cidades planejadas nunca serão tão boas quanto as cidades naturais?

1) Uma cidade planejada nunca será tão natural quanto uma cidade que nasce espontaneamente.

2) O problema da cidade planejada é que é fundada para ser tomada para ser modelo de alguma coisa, fundada em sabedoria humana dissociada da divina. E como ocorre em toda cidade-modelo, a cidade acaba decaindo, dado que o modelo só é válido para uma época específica - e geralmente esse modelo não é associado à conformidade com o Todo que vem de Deus mas a algo decorrente de se tomar o país como se fosse religião de Estado, em que tudo está no Estado e nada pode ser fora dele ou contra ele.

3) Exemplo disso é Brasília. Nasceu como modelo de um novo tipo de Brasil, divorciado daquilo que foi fundado em Ourique. Como a república, que lhe deu origem, é utópica e revolucionária, Brasília decaiu junto com o regime.

4) Outro fato agravante das cidades planejadas em face nas cidades naturais é que uma infinidade de possibilidades imagináveis e inimagináveis podem ocorrer na vida de uma cidade, desde o mais nefasto ao extraordinário. Como a cidade projetada tem sempre um traçado que é imexível, isso acaba gerando uma verdadeira camisa-de-força, algo que cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, que nasceram naturais, não possuem, respondendo melhor às tensões da realidade que afetam a vida de seus habitantes sistematicamente.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2016.

Notas sobre a necessidade e sobre a conveniência de se ter um diploma

1) Algumas profissões são necessárias ao bom funcionamento do Estado. Logo, ter um diploma nessas áreas é necessário, como os diplomas de Direito, Engenharia e Medicina.

2) Em algumas profissões, o diploma é algo conveniente e não tê-lo não faz de você um profissional de segunda classe. Exemplo: todas as profissões voltadas à indústria cultural. O fato de não ter um diploma é um detalhe - e nas atuais circunstâncias, não tê-lo é até uma dádiva, uma bênção.

3) Em algumas profissões o diploma é algo conveniente por força de as universidades serem consideradas polos de desenvolvimento tecnológico. Podemos ver isso tanto nas áreas tecnológicas, exatas ou ciências biológicas.

4) O grande problema da cultura de diploma se deve por conta de como as universidades foram fundadas: como um lugar para preencher os quadros da administração pública. Trata-se de um projeto de poder republicano, em que o Estado é tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele. Ou seja, confundiu-se a necessidade do diploma com a conveniência de se ter um diploma.

5) Como o brasileiro é um dos povos mais dinheiristas do mundo, a conveniência de se ter um diploma acabou virando necessidade financeira. E as empresas acabam estimulando ainda mais essa confusão, visto que é mais pragmático contratar alguém com diploma do que formar alguém que nada sabe. É por conta desse método impessoal de gerir pessoal - esse método moderno chamado impropriamente de "administração científica" - que a confusão acaba se agravando e generalizando, a ponto de gerar má consciência sistemática.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2016.

Melhor que as cidades não tenham traçado algum - Deus e as circunstâncias próprias da vida fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus esculpem a cidade, dentro daquilo que foi edificado em Ourique

1) Nos meus anos de faculdade, eu costumava ir a eventos organizados pela UFF todas as quintas-feiras: era a chamada "Quinta Pensante".

2) Certa ocasião estava assistindo a uma aula de urbanismo. E o professor metia o malho nas cidades brasileiras, alegando que não tinham desenho algum.

3) Por muito tempo, achava que esse professor estava certo. Mas, desde que aprendi a razão pela qual este país foi fundado, eu penso que ele está errado: as cidades, tal como um filho muito amado, devem vir sem planejamento. O tempo, enquanto rege a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, vai ajustando as coisas. E o que antes não tinha traçado passa a ter uma marca, com o passar do tempo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2016

Notas sobre Ourique e o processo de metropolização natural das cidades

1) Uma cidade fundada sob o contexto de ir servir a Cristo em terras distantes tenderá naturalmente a imitar o próprio Jesus, que nasceu sem planejamento.

2.1) Como cidades nascem espontaneamente, por força das circunstâncias e das oportunidades, naturalmente elas não terão desenho arquitetônico definido.

2.2) Elas tenderão a ser acessório, perto do principal: os seres humanos que nelas habitam, que trabalham de modo que outros, os seus semelhantes, possam ir servir a Cristo em terras distantes.

2.3) E uma cidade nova tende a naturalmente ter relações com a cidade antiga, criando laços metropolitanos, que vão se fortalecendo a partir da prestação de serviços sistemáticos, serviços esses que vão circulando em torno de uma mesma região, a ponto de criar uma província. E da circulação de serviços constante em províncias de cultura assemelhada, uma nação tende a ser formada por força de uma federação, dado que essa federação será consagrada ao Coração de Jesus e de Maria de modo a ser tomada como se fosse um lar em Cristo.

2.4) Por trás dessa expansão natural das cidades, uma catedral. E neste ponto, o núcleo povoador original representa a síntese de tudo o que foi conquistado por conta de servir a Cristo em terras distantes.

3.1) O processo natural de se formar metrópoles observa esse senso, fundado em Ourique. Como é obra de Deus, o ser humano, enquanto santo escravo de Deus, vai ocupando outros lugares, tal como o gado que vai a outras pastagens de modo a se alimentar.

3.2) Por isso que não condeno a extensão metropolitana fundada a partir do senso de servir a Cristo em terras distantes. O crescimento se dá maneira constante e gradual, respeitando os limites naturais.

3.3) A causa do inchamento das cidades, do crescimento desordenado, se dá por força do amor de si. Para combatê-lo, é preciso que se combata esta mentalidade, que está presente até mesmo na nossa cultura de manutenção e promoção do bem comum: a política, pois isso está fora da Aliança do Altar com o Trono edificada em Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2016 (data da postagem original).