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quinta-feira, 22 de junho de 2017

Notas sobre a relação entre keynesianismo e usura

Róger Badalum: Entendo que, para consumir, é preciso produzir primeiro. Com o capital sendo fator de produção primordial, e a poupança sendo a condição sine qua non para a existência do capital. Aí veio Keynes mudando tudo, aumentando o consumo para então aumentar a produção, com o pobre pagando a conta com a inflação.

José Octavio Dettmann: A produção pede ocupação das coisas de modo a servi-las de maneira organizada. O consumo vem depois que se tem uma relação de confiança entre quem produz e quem consome, o que demanda tempo. Quando a relação se torna impessoal, fundada no fato de se amar mais o dinheiro do que a Deus, então ocorre esse absurdo que você falou.

José Octavio Dettmann: Se você estimula o consumo de modo a forçar mais produção, isso é indício de que você ama o dinheiro mais do que a Deus. Se você ama mais o dinheiro do que a Deus, a pessoa não terá escrúpulos em cobrar por coisas que não deram causa a uma atividade produtiva. E isso enseja enriquecimento sem causa, o que é condenado pelo Direito Civil.

José Octavio Dettmann: Há uma tendência a se interpretar a economia de uma maneira mecânica. Se um determinado produto está sendo muito demandado, tende-se a pensar que o preço vai aumentar automaticamente. Mas isso nem sempre acontece - há alguns que estão satisfeitos com o preço que cobram que preferirão manter o mesmo preço de modo a continuar suprindo a demanda. Eles só poderiam aumentar o preço se houvesse uma justa razão para isso, como o aumento do custo de produção, mas para isso eles precisariam informar aos clientes e serem transparentes com eles, dizendo-lhes os motivos determinantes que farão o preço ser alterado. E essa transparência é uma questão cultural, coisa que não está sendo exigida hoje em dia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de junho de 2017.

Se nações decorrem de um único ser virtuoso, então o gentílico de certas nações podem decorrer da profissão que esse ser virtuoso exerceu

1) Quando lemos a Bíblia, observamos que nações inteiras decorriam de um único homem virtuoso.

2) São Josemaria Escrivá falava sobre a santidade através do trabalho. A maior prova disso é que nomes de família decorrem de uma profissão, tal como vemos nos sobrenomes ingleses.

3) Se um homem santo, virtuoso, é operário como São José, então não seria estranho supor que o senso de tomar o país como um lar decorra de uma profissão. No caso da Terra de Santa Cruz, a primeira profissão exercida foi a de extrator de pau-brasil (brasileiro).

4.1) Há uma tese de que o Brasil tem esse nome por conta do pau-brasil. Por isso, não acho estranho que brasileiro se torne marca daquele que toma o Brasil como um lar, por força de servir nesta terra tendo por Cristo fundamento. Isso faz do Brasil uma província que faz com que o mundo português fundado em Ourique se engrandeça. E o Brasil é tão grandioso que era plano antigo da coroa transferir sua sede para esta terra.

4.2) Há quem diga que a profissão de brasileiro não era uma profissão nobre por conta da forma como ela foi estabelecida: uma economia predatória. Mas aí a culpa se deu pela forma como esta atividade foi organizada; a extração de pau-brasil não seguiu uma ética cristã, mas a judaica, já que Fernando de Noronha era judeu e tinha conexão com os Médici de Florença, os primeiros banqueiros do mundo. Os judeus praticam usura porque não consideram os cristãos seus irmãos, mas membros de uma seita dissidente que aceita Jesus como messias. E neste ponto a economia nasceu descristianizada, apesar de o país ter nascido nobre, por conta de a terra ter sido batizada na primeira missa, o que faz do descobrimento um desdobramento daquilo que foi edificado em Ourique.

5.1) Em A Ética Protestante e O Espírito do Capitalismo, a cultura protestante é fortemente relacionada a essa visão judaizante.

5.2) Isso se deve ao fato de que eles dividem o mundo entre eleitos e condenados e o eleito é aquele que é rico. Como todos querem ser ricos, então todos buscam o trabalho ou a burla. Ou a combinação de ambos.

5.3) E foi aí que a liberdade passou a ser voltada para o nada já que a santidade não estava sendo buscada por meio de um trabalho, de uma atividade organizada de modo a ajudar os que necessitam, mas a riqueza enquanto sinal de salvação por força do mérito próprio. E foi neste ponto que a produção de riqueza, que deveria se voltada de modo a se tomar o país como um lar, passou a ser dissociada da ética, o que cria sistemáticos conflitos entre as classes profissionais e não concórdia, como naturalmente se espera num mundo que vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus.

6) Essa contradição de economia descristianizada e nação nobre oriunda do que foi fundado em Ourique é algo que deve ser levado em conta, quando estudarmos os problemas brasileiros que impedem com que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo, pois é da descristianização que vemos o país ser tomado como se fosse religião em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele. Pois é do amor ao dinheiro que se concentra o poder de usar gozar e dispor em poucas mãos, já que é por meio do abuso do poder econômico que se tem corrupção e perversão de todas as instituições que edificam o senso de nacionidade da terra.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de junho de 2017.

Afinal, o brasileiro é santo ou apátrida? Resposta a uma pergunta interessante

Róger Badalum me fez esta pergunta: será que os brasileiros estavam mesmo servindo em terras distantes quando exploravam pau-brasil?

Eu respondo:
1) São Josemaria Escrivá falava da santidade através do trabalho. E o primeiro trabalho que houve aqui era extrair pau-brasil, a primeira riqueza existente. Além disso, a forma mais básica de economia para se tomar o país como um lar é a atividade extrativista, uma vez que a mão que extrai é a mesma que preserva.

2) O pau-brasil era uma riqueza valorizada, por conta da tinta que era produzida. Como era uma atividade braçal, não é uma profissão em si mesma condenável.

3) O problema está na ganância: como essa madeira era muito valorizada, então eles foram desenvolvendo uma atividade econômica predatória, sem repor o que se plantou.

4) Como diz o professor Loryel Rocha, onde se ama mais o dinheiro do que a Deus, há usura. E é na usura que a profissão perde sua dignidade e se torna escravidão, já que os abusos nas relações trabalhistas levam à escravidão.

5) E neste ponto, você pode dizer que o brasileiro é apátrida, dado que não está servindo a Cristo em terras distantes, mas a si mesmo em terras distantes. Talvez o caráter dinheirista de nosso povo esteja relacionando ao que houve nos primórdios.

6) O negócio de pau-brasil começou com Fernando de Noronha, que era judeu - e os judeus são famosos pela prática da usura. Ele obteve concessão para explorar comercialmente pau-brasil e escravos. E foi aí que começou o problema. A economia neste caso já nasceu descristianizada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de junho de 2017.

A verdadeira leitura de um livro pede que você leia outros livros que te preparem a compreender aquilo que você está lendo

1) Quando leio um livro, eu coleto impressões sobre alguns temas ou conceitos importantes. Exemplo disso: do livro Um Mapa da Questão Nacional eu aprendi a diferença entre nacionidade e nacionalidade, assim como em outro artigo aprendi o conceito de eu-nacional.

2) Ao longo do tempo, fui lendo outros livros, coletando outras impressões. Juntando uma coisa com a outra eu fui assimilando as idéias do livro Um Mapa da Questão Nacional, sem cair no esquerdismo.

3) Eu não li 50 livros por ano. Eu li o que me parecia relevante. Eu li poucos livros, de modo a me ajudarem a digerir o primeiro livro. Para digerir as idéias dos outros livros, vou precisar digerir outros livros e assim sucessivamente.

4) Você pode ler um livro fazendo destaques e escrevendo comentários sobre isso ou ficar fazendo sucessivas meditações, dia após dia. Eu fui pelo caminho da meditação - já escrevi mais de 3400 textos sobre isso e muitas outras coisas.

5) Além disso, sou do tipo que me prendo a um assunto só. Só passo para um novo assunto quando sinto que esgotei a matéria ou cheguei a ter conhecimento suficiente para falar o que penso. Não me incomodo de estudar outros assuntos desde que tenham conexão com o tema da minha pesquisa. Afinal, de nada adianta ser versado em um monte de assunto se não sei nem o básico sobre eles. O que falarei é só palavrório vazio, flatus vocis - e isso edifica má consciência em quem me ouve. E eu não posso ser irresponsável a esse ponto - até porque o que faço é de grande responsabilidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de junho de 2017.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Notas sobre a importância de se obter informações estratégicas e ter uma rede social de contatos adequados de modo a conhecer o pensamento de certas autoridades acerca de assuntos sensíveis, como a monarquia, por exemplo

1) Hoje aprendi a importância de se obter uma inside information, pois é nessas inside informations que conhecemos o pensamento de determinadas autoridades com relação a certos temas sensíveis, como a questão da monarquia, por exemplo.

2) No STF, ministros como o Lewandowski têm uma postura; em sala de aula, eles têm outra.

3) Se você tiver os contatos adequados, o que você conta aos mestrandos e doutorandos orientados pelos ministros do STF será posto em debate com esses ministros. E é nesses debates, nessas sabatinas que o Senado não faz, que vemos se eles estão ou não à altura do cargo que ocupam.

4.1) Saber o que uma autoridade pensa sobre determinado tema é informação estratégica. E se o pensamento dele for muito frágil, os argumentos deles serão todos desmontados.

4.2) Presume-se que um ministro de Suprema Corte seja uma pessoa preparada, onde ele e a Justiça sejam quase que sinônimos. Quando temos uma pessoa que está abaixo da dignidade do cargo, isso acabará sendo exposto, pois a verdade vem à tona. Mas essa contra-revolução não será televisionada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de junho de 2017.

O que pensa o Min. Lewandowski sobre a monarquia

José:

1) Bem queria que você estivesse presente no Seminário de hoje.

2) Discuti com o Ministro Lewandowski sobre a monarquia. Ele acha isso inviável, por conta de nossa dimensão territorial, isso sem contar que dá espaço ao direito de irresponsabilidade do monarca.

3) Ele disse que apoia o parlamentarismo. Só pude indagar e retruquei quando ele disse que (a monarquia) era uma ideia sem apoio popular.

Seria o máximo ter você lá. Beijo!

 S.R.M
Brasília, 20 de junho de 2017.
 
Comentários:

Giselie Senra: Esses são os argumentos vazios das elites brasileiras para descartar a vontade popular e evitar a possibilidade de debate nas instituições, principalmente, mídia e academia.

João Damasceno: A dimensão territorial é justamente um ponto favorável, pois é mais fácil ficar unido quando se tem um poder moderador central, corrigindo o possível desequilíbrio gerado nas diversidades.

João Damasceno: O judiciário não pode ser simpático à monarquia, uma vez que ela exerce o Poder Moderador; na republica, esse poder é exercido, em tese, pelo Judiciário. mas com limitações. Na monarquia, o judiciário exerce o controle da legalidade e pacificação das relações intersubjetivas. voltando ao seu papel tradicional e típico.

José Octavio Dettmann: Quando Ruy Barbosa fala que a pior ditadura é a do Poder Judiciário, isso é explicado pelo fato de que o Poder Judiciário está exercendo uma função que não é típica: a de ser poder moderador. Afinal, os ministros do STF são nomeados pelo presidente - logo, têm ideologia; se têm ideologia, eles não estão interessados na verdade, nem na justiça. Como presidentes passam e eles ficam, eles são irresponsáveis. 

João Damasceno: Fico impressionado com a cultura rasa dos atuais integrantes do STF. Pra quem já teve tantos eméritos, é lastimável. 

Bruno Fenelon: Do mesmo modo que todos os outros, por conchavos políticos. E não é só "lá em cima", não; toda a carreira é baseada num sistema de ajustamentos (não ajustes), moldagens, acomodações, formatações, compressões de pensamentos e ações, resultando numa determinada configuração, não só funcional como pessoal, principalmente. Depois, vem os compadrios (a maioria já preexistente), os acordos, os agrupamentos políticos internos, os segredos, os alinhamentos às correntes políticas e acadêmicas repetitivas de distorções, ignorâncias e omissões, daí para os grandes compromissos e conluios, que levam, progressivamente, ao topo da carreira. Daí, você explica os despautérios jurídicos interpretativos, decisórios, fraudulentos, políticos, alinhados com agendas externas às leis (e que na prática a elas se sobrepõem), aberrantes, usurpadores de poderes legislativos, ativistas e francamente contrárias aos interesses mais comezinhos do povo. Comprova-se o esquema descrito pela simples observação dos fatos e personagens envolvidos. Há muito não temos Justiça (aqui no sentido de Poder constituído, Judiciário, não filosófico), se é que um dia tivemos. Doutrinariamente, existem formas de Hermenêutica jurídica, de interpretação das normas jurídicas, tais como: gramatical, literal, lógico, sistemático, histórico, analógico, teleológico, sociológico, e até holístico, dentre outras, criadas ou por criar., pois é tudo balela. A única posta em prática em nossos "Tribunais" é a interpretação INTERESSADA. 

terça-feira, 20 de junho de 2017

Mais sobre a Revolução Industrial aplicada à indústria da corrupção

bullion - barra de ouro, em inglês

1.1) De milho gigantesco debulhado em milho gigantesco debulhado, o que era antes transportado por carroças puxadas a cavalo precisa ser transportado por estrada de ferro, movidas a cavalo-vapor.

1.2) E é neste ponto em que o bilhão evolui para trilhão, já que a economia passou conduzida por locomotivas, locomotivas essas que alimentam esses loucos que estão no poder. Eles esqueceram tudo exceto a razão de estarem ali - foi o voto do povo que os levou ao poder. Afinal, no Estado tomado como se fosse religião, a voz do povo é a voz de Deus, a mesma voz que fez o Deus verdadeiro de Deus verdadeiro ir para a cruz e Barrabás, um criminoso contumaz, ser libertado. Nada mais falso do que isso.

2) Se milho é commodity, então milho gigantesco é commodity também. Conduzido por mulas sistemáticas, quase automáticas, vira barra de ouro. E a barra de ouro está nas informações privilegiadas, feitas de modo a conseguir vantagens comerciais injustas e prejudicar a concorrência. Eis o capitalismo de Estado tomado como se fosse religião. Trata-se de um verdadeiro mercantilismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de junho de 2017.