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sexta-feira, 3 de março de 2017

É preciso fazer do "sim" um sim e do "não" um não

1) Cristo disse que é preciso que façamos de nosso "sim" um sim e de nosso "não" um não.

2) Se você está me chamando de "radical" por ser antipático àquilo que o mundo prega, então você não está observando esta lição de Jesus, pois você está tentando ser alguém que você não é, de modo a enganar o seu ouvinte e observador onisciente. E é justamente porque Ele é onisciente que você não vai enganá-Lo.

3) A maior prova de responsabilidade que há é dominar a linguagem. Quem conserva a memória da dor de Cristo jamais conservará, por insensatez, o que é conveniente e dissociado da verdade - até porque conservador não é conservantista. Da mesma forma, o verdadeiro liberal não é libertário, justamente porque este é necessariamente um conservantista.

4) Se eu não dominasse a linguagem, eu não poderia dizer: "eis-me aqui, Senhor. Façam-se em mim as coisas segundo vossa palavra". Logo, eu não poderia ser mariano. E por não ser mariano, Cristo em mim não poderia ser gerado por força do poder do Espírito Santo. Logo, não estaria em conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de março de 2017.

Você está me chamando de radical? Por acaso você sabe o que isso realmente significa?

1) Não me incomodo que me chame de "radical", se o seu conceito de radical, meu caro leitor, significa viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, amando a verdade do modo mais intransigente possível, sem ceder um milímetro a essa falsa liberdade fundada no senso de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

2) Agora, se por radical você entende que sou antipático ao que o mundo prega, então eu sou intolerante com muito orgulho - na verdade, você, que se diz tolerante, está sendo intolerante, pois você conserva algo sabidamente conveniente e dissociado da verdade e que está à esquerda do Pai - e é porque você não aceita o que a Santa Igreja de Deus nos ensina que temos o atestado de que você ama a si mesmo, o que me leva a te bloquear com muito prazer, pois não haverá nada, a não ser aborrecimento. E se exerço da minha autoridade para cortar esse mal pela raiz, então o mundo me chamará de autoritário, já que não observo nenhuma regra do Estado Democrático de Direito (em que a lei da terra fica dissociada da Lei de Deus,o que nos leva à apatria).

3) O Papa Emérito Bento XVI disse que este é o martírio de nossos tempos - e eu sofro muito disso, pois não estou ocupando posição alguma condizente com a minha formação, pois está tudo nas mãos dos comunistas, que se alimentam do relativismo preparado pelos libertários-conservantistas, que amam mais o dinheiro do que a Deus. Mas nem por isso eu entrei em desespero - continuo trabalhando para o bem Brasil, apesar dos pesares.

4) Ganho pouco, moro com os meus pais e, para conseguir R$ 50 de doação, eu tenho que trabalhar e muito. Isso sem contar que os apátridas nascidos nesta terra, no sentido biológico do termo, são muito mesquinhos. E a maior prova disso é que as idéias dos libertários-conservantistas (a quem o mundo chama de "liberais", coisa que eles não são, pois não amam a Cristo, que é a verdade e a liberdade em pessoa) fazem muito sucesso por aqui.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de março de 2017 ( data da postagem original).

quinta-feira, 2 de março de 2017

Notas sobre a importância do instituto da ratificação na Constituição Americana

1) Toda vez que a Constituição Americana é emendada, a emenda precisa ser ratificada por todos os estados da federação. Se a lei orgânica da federação é alterada, então todos os envolvidos no pacto federativo precisam ser ouvidos - eis o fundamento de uma federação verdadeira.

2.1) Aqui no Brasil, toda vez que a constituição é emendada, a emenda é promulgada - e dependendo do caso, por força do princípio da simetria constitucional, torna-se regra de repetição obrigatória nas constituições estaduais.

2.2) Isso é um atestado de que nosso modelo federativo é falso, pois as regras da lei orgânica são alteradas como se alteraria uma lei ordinária - ainda que haja um processo mais dificultoso, isso não é empecilho quando se quer conservar o que é conveniente e dissociado da verdade ou para se praticar o salvacionismo, tal como está a ocorrer na Lava-a-jato.

3) Eis aí porque a Constituição Americana recebeu poucas emendas em pouco mais de 200 anos de existência e a nossa atual, que mal tem 30 anos, recebeu quase 100 emendas. Isso para não dizer que a República foi fundada e refundada várias vezes antes (1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969, 1988). É uma diferença gigantesca.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de março de 2017.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Dúvida que o Nova Portugalidade poderia me esclarecer

1) Se nós recebemos a missão de ir servir a Cristo em terras distantes, tal como foi estabelecido em Ourique, então até mesmo as cidades tinham que sentir os efeitos dessa missão, de modo a que fossem preparadas para a segunda vinda de Cristo, o que faria dessas cidades novos paraísos, portos de chamado para o Novo Mundo.

2) Será que o Nova Portugalidade tem um bom argumento quanto à alegação das faculdades de urbanismo de que as cidades no Brasil não tinham desenho arquitetônico?

3) A razão pela qual levanto tal dúvida é que todos (ou quase todos) os professores de urbanismo que levantam tal argumento são esquerdistas. E este argumento é usado para justificar o argumento de que Portugal foi um mau colonizador, o que é sabidamente falso. O argumento, praticamente unânime dos professores de urbanismo, faz com que a ideologia quinhentista sobreviva e que o Brasil continue pobre, espiritualmente falando.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de março de 2017.

Notas sobre o estilo literário eficaz

1) Fora do círculo dos literatos de ofício, quase todas as pessoas, mesmo relativamente cultas, escrevem de maneira ingênua, usando as primeiras palavras que lhes vêm à cabeça, confundindo o que sentem ao escrevê-las com o que o leitor vai sentir ao lê-las. Sobretudo não calculam o que o leitor malicioso pode fazer com as suas afirmações mais cândidas e inocentes. 

2) O malicioso malícia por instinto - é impossível detê-lo. O que se pode é escrever de tal modo que a tentativa de maliciar se autodenuncie no ato, expondo o malicioso quase que automaticamente a um ridículo ou a uma hostilidade ainda maiores do que ele quis impor à sua vítima. Mas isso é uma habilidade propriamente literária, pois exige anos de aprendizado. É por isso que recomendo aos meus alunos que se abstenham de polêmicas. Quando se saem mal numa discussão, imaginam que lhes faltaram "argumentos", quando noventa por cento das dificuldades não estão nos argumentos, e sim na mera formulação inicial da tese.

3) Ainda sobre a expressão escrita. Vocês já repararam que nenhum dos meus odiadores de estimação jamais DISCUTE o que eu digo, limitando-se antes a roer pelas beiradas, seja falsificando as minhas palavras, seja me atribuindo crimes e vícios imaginários nos quais só outros iguais a eles acreditam?
É porque escrevo de modo a dissuadir antecipadamente os amantes de discussões ociosas, carregando nas tintas da obviedade ao ponto de que nenhuma objeção razoável lhes vem ao cérebro, só emoções toscas e fantasias pueris que mal conseguem expressar sem tropeços e incongruências de toda sorte. Isso me poupa trabalho, porque, no caso de uma investida mais ambiciosa, bastam cinco ou seis linhas de resposta para estourar um balão de muitas laudas.
4) A limitação intrínseca dessa técnica literária é que ela não funciona com plateias de imbecis e analfabetos funcionais, mas isso não é um grande problema porque certamente não é nesse tipo de platéias que espero colher leitores e ouvintes.

5) Por isso não posso dizer que meus escritos são sempre construtivos, estimulando de maneira constante e invariável somente a inteligência dos inteligentes. Ao contrário: com igual constância estimulam também a imbecilidade dos imbecis, seja para revelá-la aos próprios olhos deles, curando-os, seja para enroscá-los nela até que se enforquem nas suas próprias tripas.

Olavo de Carvalho - via Artur Silva (https://www.facebook.com/arturjorg/posts/10205801925383512)

Distrito do Porto, 1º de Março de 2016.

Notas sobre lógica paraconsistente e lógica fuzzy

1) Lógica paraconsistente é puro sofisma. Como ficaria, então, a lógica fuzzy e sua real aplicação na computação?

2.1) A produção de certos resultados na computação por meio da lógica fuzzy não se dá pelo fato de existirem "níveis de verdade", como defendem os defensores da lógica paraconsistente. Por estupidez e arrogância abismais, estes presumem ser possível extrapolar os conceitos da lógica clássica para universos infinitamente maiores que os da ciência cartesiana, ou como a filosofia ou mesmo a metafísica poderiam conceber - o que levaria a fulminar a verdade, ao criar uma espécie de pós-verdade.

2.2.1) Os resultados da lógica fuzzy são explicados pela lógica clássica, considerando uma realidade muito simples que os cientificistas orgulhosamente fingem ignorar: os modelos cartesianos - e mais ainda, os modelos computacionais - são limitados, pois são subconjuntos extremamente pobres da realidade (por mais complexidade que o ser humano possa lhes inferir). Desta forma, ao ignorar as contradições de ambos os modelos, a lógica fuzzy extrapola e viola a ambos e em alguns casos (que, por vezes, nos parecem muitos) é capaz de encontrar soluções que estes modelos logicamente falhos não encontrariam.

2.2.2) O que os programadores, como eu, fazem é simplesmente mascarar isso, de modo a aparentar que se encontrou o resultado, assumindo possivelmente verdadeiras as contradições. A contradição, neste caso, fica evidente ao se romper a lógica desses modelos logicamente falhos; no entanto, ao se comparar o resultado obtido com a realidade (material, no caso), vê-se verdade - o que dá a impressão de que o modelo é válido, mas essa verdade oriunda-se da negação do modelo.

3) Em outras palavras, a lógica fuzzy é apenas um método de extrapolação. Um paralelo disso são as cartomantes, que uma hora ou outra acertam mesmo o futuro, mas isso não significa que elas possuem algum poder sobrenatural.

Douglas Bonafé (https://www.facebook.com/dsbonafe/posts/1285201234848224?pnref=story)

Pouso Alegre, MG - 25 de fevereiro de 2017.

Não é ordem e progresso, mas desordem em progresso

1) Na época em que cursei faculdade, houve um colega que me disse o seguinte: "em São Gonçalo, todo progresso se dá à base de puxadinho".

2) Considerando que nossas cidades são verdadeiras desordens urbanas, verdadeiras zonas, a ordem do dia se dá pela desordem. E o que é progressismo revolucionário senão desordem em nome da ordem, o feio tomando o lugar do belo?

3) Creio que minha colega Priscila Neri, como arquiteta, não vai gostar do que digo, mas parece que todas (ou quase todas) as cidades são que nem São Gonçalo: muitas delas sequer tem desenho urbano e são verdadeiros puxadinhos em progresso, pois toda vez que vejo aquele programa, o Brasil visto de cima, eu sinto um verdadeiro desgosto.

4.1) Uma vez eu vi fotos de um amigo meu que vivia na Noruega (hoje ele mora em Recife).

4.2) As casas lá são bonitas e é tudo organizado, pelo que via das fotos do lugar (ele morava em Oslo). Por que não podem fazer o mesmo aqui? Como posso tomar um país como sendo meu lar se só há feiura e deformidade em todo lugar? Afinal, Cristo não é o mais belo dos homens justamente por ser verdadeiro Deus e verdadeiro homem, além de ser o belíssimo esposo das mulheres mais devotas, que seguem uma vocação religiosa?

4.3) Se isso não é conforme o Todo que vem de Deus, então a feiura arquitetônica e urbanística leva à apatria - e a maior prova disso é Brasília, uma verdadeira Babilônia, uma cidade fundada no amor de si e prova viva de que o Estado é e deve ser tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele. Nada mais medonho e revolucionário do que isso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de março de 2017.