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segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Atualizando a definição de libertário-conservantista

1) Quando Cristo foi instituído como o segundo Adão, o propósito d´Ele foi nos livrar da ordem do pecado, que é a escravidão.

2) Ao instituir o mandamento do amor, Ele foi liberal, pois nos deu um meio magnificente de vivermos a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, o que possibilitou o pleno cumprimento da Lei Mosaica. Como Ele subiu aos céus, Ele está sentado à direita do Pai, enquanto esperamos a sua segunda vinda gloriosa. Por isso, ao imitarmos Seu exemplo, nós estamos à Direita do Pai sendo filhos da Igreja militante, imitando os caminhos da triunfante, a Igreja dos Apóstolos, dos santos e dos mártires e é por fazermos isso que estamos em conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Liberalista ou libertário é quem quer restituir escravidão buscando liberdade fora da liberdade em Cristo, fazendo disso uma ideologia - e faz isso fundado em sabedoria humana dissociada da divina. É apenas um direitista nominal, defendendo os valores da Revolução Francesa e conservando o que é conveniente e dissociado da verdade - por isso é um conservantista. Ele essencialmente corrompe a linguagem, fazendo do seu não um sim e do seu sim um não, pois diz uma coisa e faz outra, agindo com falsidade.

4) O libertário-conservantista é essencialmente um relativista moral da pior espécie.

Agradeço ao Douglas Bonafé por me dar um update nestas reflexões.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de janeiro de 2017 (data da postagem original).

domingo, 1 de janeiro de 2017

O Tratado de Methuen ligou os frutos da liga Hanseática aos frutos decorrentes de Ourique, consolidando a globalização

1) Na liga Hanseática, uma das guildas mais poderosas que havia era a guilda dos mercadores de pano (em inglês, cloth hall). Eles, os mercadores, tinham na sua família senhores feudais que extraíam lã de boa qualidade das ovelhas, além de artesãos. E dessa lã, faziam roupas para todas as classes da sociedade, posto que vestuário era gênero de primeira necessidade tal qual o alimento.

2) O comércio de lã gerou o desenvolvimento da atividade bancária na Liga Hanseática - e com a descoberta de pau-brasil, a indústria da manufatura de luxo prosperou e muito.

3) Onde havia uma câmara de comércio de panos, havia muita riqueza na cidade. Como naquela época a riqueza de uma nação se media pela riqueza de seu príncipe, territórios como Flandres foram muito cobiçados, sobretudo pela França, que desenvolveu sua indústria de luxo por meio de políticas mercantilistas e protecionistas.

4) Londres foi por muito tempo parte da Liga Hanseática e sempre compreendeu a importância do comércio de pano. Logo após Portugal haver recuperado sua independência da Espanha, a Inglaterra estabeleceu um acordo com Portugal, de modo a que ambos crescessem (esse acordo ficou conhecido como o Tratado de Methuen ou tratado dos panos e vinhos). Os panos ingleses passaram a ganhar um novo e poderoso mercado consumidor no mundo português - e o vinho do Porto, que usa cana do Brasil, passou a ganhar novos territórios sob proteção da Coroa Britânica, na América do Norte.

5) O acordo permitiu o desenvolvimento da indústria têxtil inglesa, a ponto de gerar a Revolução Industrial, e a balança comercial se tornou altamente favorável para os ingleses, cujos panos foram pagos a peso de ouro vindo do Brasil.

6) O acordo de Methuen foi uma revolução no campo Diplomático, pois fez o mare clausum paulatinamente se tornar mare apertum, tornando viável a tese jurídica de Hugo Grotius sobre a liberdade dos mares. Por conta dos benefícios desse tratado, fundados nos muitos de amizade e cooperação que havia entre Inglaterra e Portugal, cujo tratado foi o único que nunca foi violado na História, a Inglaterra passou a desenvolver uma política cada vez mais expansionista, sucedendo Portugal em sua missão civilizadora.

7) A união dos frutos da Liga Hanseática, que levariam à Revolução Industrial, com aquilo que decorreu do fato de Portugal ter ido servir a Cristo em terras distantes fez com que a globalização se consolidasse.

8) É importante ressaltar que globalização não é sinônimo de globalismo. O fato de Portugal ter ido servir a Cristo em terras distantes marca a globalização da fé cristã e de seu fruto, a civilização européia. O globalismo, fundado no amor ao dinheiro, na ética protestante e no espírito do capitalismo, isso leva a um cosmopolitismo - e isso decorre do livre comércio, do consumismo, do utilitarismo e do relativismo moral.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de janeiro de 2017

Sai o diploma, entra o portfólio - notas sobre o novo discurso dos empreendedores de palco

1) Há quem diga que estamos na era do portfólio, pois há quem diga que a era do diploma está superada - pelo menos, é o que empreendedores de palco dizem. Muitos deles são charlatães, mas neste ponto há um fundo de verdade por trás disso.

2.1) Quem estuda as leis de um país deve fazê-lo de modo a fazer com que as pessoas tenham consciência de seus direitos e deveres - e o desenvolvimento dessa consciência se dá a partir do Direito Natural, em que a Lei de Deus faz seu pleno cumprimento na carne, do modo a que amemos uns aos outros tal como Jesus nos amou e nos ensinou.

2.2) A partir do dever de que devemos nos amar uns aos outros, nós passamos a nos ver como se fôssemos irmãos uns dos outros - e o país é tomado como se fosse um lar em Cristo e não como se fosse religião de Estado, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

3.1) A partir dessa pedagogia, as leis penais tornam-se mais brandas e mais humanas, pois as relações sociais são mais fraternas, mais humanas. Como todos são tomados como se fossem irmãos, haverá menos conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida, menos necessidade de se dizer o direito, menos intervenção estatal.

3.2) Onde todos são tomados como se fossem irmãos, há mais partilha. Se há mais partilha, há mais solidariedade, mais caridade. E onde houver caridade, menor é a necessidade de o Estado intervir na propriedade privada, a ponto de aboli-la.

4) Onde o verbo se faz carne de modo a habitar em nós, a liberdade é concreta, pois Cristo é a verdade - e a verdade é um dado que constitui todas as coisas que compõem a realidade, dado que Deus criou as coisas por amor, com uma finalidade benéfica.

5.1) Tenho vários artigos sobre Direito Natural - um portfólio de coisas já escritas e que podem constituir um livro.

5.2) Aquele que se cultiva no estudo da Lei Natural, na conformidade com o Todo que vem de Deus, começa o seu caminho no demais ramos do Direito - e é com base nisso que se começa a se fazer estudos de caso, de modo a saber em que partes a lei positiva brasileira está ou não em conformidade com o Todo que vem de Deus de modo a que sejam corrigidas, aprimoradas. Estes ensinamentos devem ser direcionados a todo o povo, de modo que as consciências sejam semeadas, pois a base do poder é a sociedade e não a classe dos advogados e dos bacharéis que estão ocupando as vagas de deputado e senador no Congresso Nacional.

5.3.1) Dentro da era do portfólio, surge toda uma classe  de juristas formados na atividade intelectual independente, que não estão ligados à vida acadêmica edificando ideologia, ativismo judicial e liberdade para o nada.

5.3.2) Nos tempos atuais, o diploma vale tanto quanto moeda inflacionada - não tem valor nenhum. E é de juristas cultivados na verdade e que fazem atividade intelectual independente, que possuem um portfólio de textos jurídicos edificantes, que virá a falência definitiva de instituições criminosas, como a OAB, que é longa manus do Foro de São Paulo e do PT.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de janeiro de 2017.

Notas sobre a lógica do comércio

1) Rotas comerciais a longa distância tendem a operar mais ou menos dentro dos mesmos fundamentos da lógica aristotélica: a premissa maior tende a se conectar a uma premissa menor por meio de uma premissa média, que serve de intermédio entre uma coisa e outra, de modo que um discurso faça sentido.

2) Geralmente cidades menores guardam uma relação de lealdade com as cidades maiores, tal como um filho em relação a sua mãe. Pois é a partir da educação, da tutela materna que vem a autonomia necessária de modo a que uma cidade menor se torne uma cidade grande por direito próprio.

3) Cidades-mãe, por conta de seu longo tempo de existência, possuem rotas comerciais definidas com outras cidades. Partindo de rotas comerciais existentes, conhecidas, as cidades novas começam servir a cidades de outras regiões por meio dessas mesmas rotas, já que a cidade-mãe serve de entreposto comercial, como premissa média que liga a premissa menor (cidade-satélite) e à premissa maior (uma grande cidade de outro estado ou de outro país, de modo a que a rota comercial seja a mais lucrativa possível).

4) Se a lógica dá cadência ao discurso, então o comércio se opera dentro dessa mesma lógica; se a gramática é a construção material da linguagem, tal como diz Dante, então o desenvolvimento de uma civilização se dá pelo comércio, uma vez que o comércio é também gramática das civilizações, tal como diz Braudel.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de janeiro de 2017.

Se Deus é movimento, a eucaristia é o combustível que move o mundo fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus

1) No milagre da água que se converte em vinho, o que há de mais comum e ordinário, como a água, pode se transformar em algo extraordinário e trabalhado, como o vinho. Na Suécia, já acharam um meio de fazer etanol a partir da uva. E esse etanol é usado para mover o mundo.

2) De uma pessoa trabalhada e extraordinária nós encontramos energia suficiente para ir servir a Cristo em terras distantes, até mesmo em lugares onde nada parece fazer sentido. Este é o combustível que move o mundo, pois isso é o corpo e o sangue de Cristo. E o que ocorreu em Ourique é uma continuação disso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de janeiro de 2017.

Matérias relacionadas:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2017/01/aforismo-01.html

Aforismo 01

A única gasolina batizada que não dá problema é a maria-gasolina, que deixa de viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Mariane, de tudo o que é revolucionário e que não presta. Se ela for batizada, ela renuncia à vida de pecado e passa a viver a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de janeiro de 2017.

Matérias relacionadas:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2017/01/se-deus-e-movimento-eucaristia-e-o.html

Notas sobre educação, sobre o cultivo da alma

1) Quando se aprende a voar, a primeira coisa que fazemos é aprender o que é necessário desde o solo. Em seguida, vamos para os simuladores; quando adquirimos segurança suficiente, fazemos vôos supervisionados, pois o instrutor torna-se nosso co-piloto, moderando nossas falhas. Só aí é que podemos fazer nosso vôo solo - e o brevê se torna um estado de liberdade para fazer o que sabemos fazer de melhor: nossa prerrogativa. É análogo ao diploma, quando este tinha seu valor.

2) Ao lermos um autor clássico, nós fazemos a mesma coisa. Antes de começar a ler Marx ou Aristóteles, a primeira coisa que faço é ler quem o leu antes - isso é uma forma de me proteger das eventuais falhas desses escritores, de modo a que isso não edifique má consciência em mim. Quando estiver vacinado de seus respectivos defeitos e bem informado acerca daquilo que devo saber, de modo a compreender o que está escrito em cada um de seus trabalhos, aí posso adentrar nessa floresta, sem correr o risco de me perder.

3) Eis aí o fundamento do cultivo da alma. Adquirir informações novas e saber o que deve ser feito com elas é questão de sobrevivência da alma, quando não é possível matar o corpo. É isto que diferencia educação de instrução, de capacitação técnica para exercer atividades inerentes da vida civil.

4) Quando tomamos o país como um lar em Cristo, nós fazemos exatamente isso. Nós assimilamos o que há de bom não só desta terra como também o que há em outras terras, tanto dentro de um mesmo país quanto em países diferentes. Esse laboratório inicialmente se dá dentro da família para só depois ganhar as ruas da vizinhança, da comunidade inteira. É um trabalho lento e gradual, que pede que sucessivas gerações façam o mesmo trabalho, de maneira aperfeiçoada ao longo do tempo. Não é à toa que nacionismo e tradição são quase sinônimos. Este tipo de coisa nenhuma escola pode proporcionar - só mesmo uma família unida, bem estruturada e numerosa poderá proporcionar.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de janeiro de 2017 (data da postagem original).