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terça-feira, 3 de maio de 2016

O senso de tomar o país se fosse um lar nasce de uma humildade macroscópica

1) Tal como Cristo nos falou, os últimos serão sempre os primeiros. Pois os que servem bem ao longo da vida sempre serão bons regentes, quando tiverem a oportunidade de assumir essa prerrogativa.

2) Se isso é verdade em escala microscópica, posto que edifica humildade, então isso é também verdade, em escala macroscópica. O primeiro cidadão da pátria é sempre o último dos cidadãos na Pátria do Céu, pois perante Deus ele, o Rei, é um servo com um propósito específico. Todo Rei deve agir como sendo o servo dos servos ao ser o senhor dos senhores de sua terra. Ele deve ser o exemplo - se o povo vir nele a figura de Cristo, então o país inteiro será tomado como se fosse um lar em Cristo.

Estado laico enquanto extensão do Estado sacerdotal

1) O Papa é um vigário de Cristo - enquanto Cristo não volta, ele cuida das ovelhas para Jesus, enquanto este está preparando as moradas no Céu para todos nós.

2) O Rei tem sua autoridade porque recebeu mandato do Céu, tal como vemos em Ourique. Em países que não foram contemplados com um milagre semelhante, esse mandato do Céu se dá através da Igreja, a ponte por excelência que liga a Terra ao Céu - o vigário de Cristo coroa o rei como se fosse o próprio Cristo.

3) Dizer que o Rei é o corpo espiritual da pátria é endeusar o Rei -  logo, o Estado organizado por ele será tomado como se fosse religião, o que leva à apatria sistemática, pois o povo todo estará fora da conformidade com o Todo que vem de Deus. Não é à toa que isso é herético.

4) Quando o Rei recebe mandato do Céu, então ele se torna o servo dos servos sendo o senhor dos senhores. Ele é a vitrine, ele é o exemplo - ele é o primeiro cidadão da pátria, este microcosmos da República Cristã, e deve mostrar ao povo como se deve tomar o país como se fosse um lar, em Cristo, levando-se conta a missão que recebeu do próprio Cristo, seja se esta se dá por força de um milagre - tal como se deu em Ourique, onde Portugal recebeu seu mandato diretamente de Cristo -, ou por meio de um corpo intermediário, através da Igreja e do vigário de Cristo, o Papa.

5) Diante disso, nós temos uma aliança do Altar com o Trono, pois as prerrogativas do Estado estão tão bem definidas quanto às da Santa Religião. Uma e outra se completam e uma não interfere na outra, o que cria todas as condições possíveis de modo a fazer com que os estrangeiros tomem o país onde há isso como se fosse seu lar também, a tal ponto de quererem ser parte da nação cristã também. Eis o fundamento da laicidade do Estado - o trabalho do leigo é uma extensão do sacerdócio naquelas circunstâncias que não são próprias do sacerdócio, pois os homens não são onipotentes, como Cristo. 

Somos monarquistas porque somos descendentes de portugueses

1.1) Tomando por base o que Antônio Sardinha dizia, em sua Teoria Geral das Cortes, somos monarquistas porque somos portugueses.

1.2) Em Ourique recebemos a missão de servir em terras distantes por força do Cristo Crucificado de Ourique. Quando nós casamos a causa nacional à causa universal, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, nós tomamos nosso país como se fosse um lar em Cristo. Nosso Rei tem sua posição porque Cristo Jesus fez de D. Afonso Henriques nosso Rei, vassalo do Rei dos Reis, do Deus verdadeiro que decorre do Deus verdadeiro - e quem assumir o trono de D. Afonso deve ser capaz de ver o mesmo Cristo e servir a Ele, mais ou menos como se dá na Cátedra de São Pedro.

2.1) Somos monarquistas porque somos descendentes de portugueses.

2.2) Por conta da missão que foi herdada em Ourique nossos ancestrais descobriram terras distantes, neste Novo Mundo, e consagraram esta terra à Santa Cruz. O Brasil descoberto é o desdobramento desta antiga tradição. Por conta de suas circunstâncias, o Brasil nasceu nobre e destinado à grandeza.

3.1) É por isso que somos brasileiros - quem rompe com Ourique e faz do descobrimento marco zero, de modo a negar àquela santa missão da qual somos herdeiros, não passa de apátrida.

3.2) Somos brasileiros e somos poucos - sabemos por que estamos aqui e tomamos nosso país como se fosse um lar porque somos herdeiros da missão, fundada em Cristo Jesus. Por isso, nós honramos nossos ancestrais: somos brasileiros e portugueses. Somos também ouriqueanos, pela graça de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 03 de maio de 2016.

Da nacionidade como um microcosmos da fraternidade universal

1) É perfeitamente possível definir a nacionidade como um microcosmos da fraternidade universal: se você tomar o seu país como se fosse um em Cristo, então você verá no seu compatriota a figura do Cristo.

2) Se Nossa Senhora é o atalho para o caminho, a verdade e a vida, então crer em Nossa Senhora, enquanto uma causa de unidade nacional, é causa de nacionidade. É dessa forma que as casas de madeira se tornam castelos de pedra, no plano da realidade - isso é perfeitamente válido para aqueles povos que não receberam, por força de milagre, a missão de servir a Cristo em terras distantes, tal como se deu em Ourique com portugueses. E os poloneses são um exemplo deste caso.

3) A pátria só será uma janela para o mundo quando o povo for virtuoso nestes fundamentos. E é assim que se deve descobrir a pátria - se a pessoa não se universalizar primeiro, ela tomará o país como se fosse religião de Estado, pois será escrava do paganismo moderno, uma vez que este gera liberdade para o nada, ao conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, coisa essa que se dá em Cristo Jesus.

Por que entendo que amigo é aquele que ama e rejeita as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento?

1) O problema desta definição - amigo é aquele que ama e rejeita as mesmas coisas que você - está no fato de que isso pode levar à falsa noção de que todos têm a sua verdade. Se todos têm a sua verdade, então a amizade não passa de uma aliança temporária, marcadamente fisiológica. Ela tem, pois, um ranço de paganismo. Por conta disso, ela não gera fraternidade, senso de tomar o país como se fosse um lar.

2) Quando defino que amigo é aquele que ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, isso me força a ver o outro como um espelho de mim mesmo. Se sou Cristão e vivo a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, então eu preciso ver no outro a presença do Cristo. Se esse conserva a dor de Cristo - posto que é o caminho, a verdade e a vida - então eu tenho um amigo de verdade.

3) Não há liberdade sem verdade. Se Cristo é a constituição de todas as coisas, então a aliança se funda na eternidade e tende a edificar uma comunidade ao longo das gerações, com o passar do tempo. E isso começa a partir da figura da família.

domingo, 1 de maio de 2016

Notas sobre a gênese da República

1) Da forma como narrei os meus artigos mais recentes, isso me lembrou o estilo de narrar da Bíblia, quando do momento da criação do mundo, no Gênesis. 

2.1) Certa ocasião, num Sábado de Aleluia, estava lendo o folheto da missa e estava observando o esquema narrativo. Enquanto escrevia os meus artigos, acho que instintivamente eu acabei imitando aquele estilo de modo a mostrar gênese desse falso Brasil, de modo a mostrar a forma como este é construído de modo a destruir o verdadeiro, fundado em Ourique.

2.2) Se você pegar o período que abrange 1891 a 1930, temos o primeiro dia.

2.3) Se você pegar o período que abrange de 1930 a 1946, temos o segundo dia.

2.4) Se você pegar o período de 1946 a 1964, temos o terceiro dia.

2.5) Se você pegar o período de 1964 a 1988, temos o quarto dia.

2.6) Se você pegar o período de 1989 a 2002, temos o quinto dia, que abrange a fase azul, social-democrata, que preparou o caminho para o PT.

2.7) Se você pegar o caminho de 2002 a 2016, temos o sexto dia - a fase vermelha, comunista, bolivariana e totalitária. Este é o período da Era dos Extremos, o período em que a fé na ordem republicana, fundada em sabedoria humana dissociada da divina, entrou decididamente em metástase. Vivemos o período mais extremo da tirania.

2.8) O que virá no sétimo dia? A restauração da monarquia? Se isso acontecer, então o mal terminará sendo vencido, pois o Cristo Crucificado de Ourique venceu a morte republicana e restaurou a paz e a ordem edificada em 25 de julho de 1139. E desse tormento podemos descansar, pois o jugo do Senhor é suave.

Notas sobre o centurismo positivista e o centurismo comunista no Brasil

1) Partindo da lógica positivista, em 1889 nasceu um falso Brasil, que revogou por forças humanas, dissociadas da vontade divina, a civilização virtuosa que se edificou desde Ourique, em 1139.  A Constituição foi outorgada em 1891. 

2) A primeira ordem fracassou. Veio o castilhismo, um novo estado de compromisso que desaguou na revolução de 1930, na Revolução Constitucionalista de 1932 e na Constituição de 1934. Em 1937, veio a Polaca, a Carta do Estado Novo. Em 1945, Getúlio foi deposto e uma nova Constituição em 1946. Instaurou-se uma nova ordem, um novo Brasil.

3) Essa ordem de coisas, decorrente do pós-guerra, fracassou. O país mergulhou no caos e veio a intervenção constitucional de 1964. Uma nova Constituição foi feita em 1967, depois uma nova em 1969. E ficamos sob estado de exceção por 21 anos, até 1985. Os esquerdistas tomaram o poder e estabeleceram a Carta de 1988.

4) Um novo Brasil, fundado na ordem comunista, começou a partir das eleições da República, após 100 anos de governo positivista. Entre 1989 a 2002, veio a fase azul - 13 anos se passaram e uma nova fase, a fase vermelha, dominou o país de maneira absoluta. O PT está no poder faz 13 anos e está pra ser retirado do poder.

5) Quais serão os próximos passos do comunismo internacional? Se no mundo inteiro houve 100 anos de comunismo, que produziu mais de 100 milhões de mortes, então este centurismo em particular é alimentado por um ciclo gnóstico de 13 anos, alimentado por sabedoria humana dissociada da divina..