Pesquisar este blog

domingo, 9 de novembro de 2014

Escolástica e distributivismo caminham juntos


1) Se a escolástica visa a estudar a obra de Deus, de modo a louvar as maravilhas do Senhor e orientar os homens no sentido de fazer a mesma coisa, então é razoável e sensato pensar que esse ato deve ser distribuído, pois ensinar e pregar a verdade é um ato de caridade.

2) Escolástica e distributivismo caminham de modo junto. Quando se distribui saber que decorre de Deus a quem realmente busca Cristo, você está dando a Deus novas ovelhas para o seu rebanho. Quando se pesca homens, através do saber, você dá a Deus o que é de Deus.

3) Ainda que o distributivismo estivesse implícito, ele sempre caminhou junto com a escolástica. Pois de Aristóteles e de São Tomás de Aquino vieram as primeiras lições do distributivismo. E isso foi cuidadosamente estudado até ser revelado em uma doutrina explícita, seja pela rerum novarum ou pela quadragesimo anno.

O invisível se torna visível com o tempo


1) Deus é criador de coisas visíveis e invisíveis. E a Bíblia tem uma passagem que mostra que certas coisas, no tempo de Cristo, não foram anunciadas, mas que seriam com o tempo anunciadas depois, tal como se deu com o distributivismo. Esta passagem nos estimula a crermos no invisível, que se tornará visível, ligado na terra e no céu por conta do poder das chaves, que constroem a ponte que liga a sabedoria humana à sabedoria divina.

2) Quando a sabedoria divina se torna visível à sabedoria humana, por força do Espírito Santo, ocorre o desenvolvimento do dogma, pois é um desdobramento da verdade que se dá em Cristo, Nosso Senhor - e um desdobramento não é evolução, mas confirmação de uma verdade antiga nos nossos tempos presentes, cuja forma de ensinar é readequada às exigências de nossas circunstâncias, sem ser revogada - eis aí o porquê de a lógica divina ser paraconsistente, pois ela vai muito além da forma, de modo a que a verdade fique visível e nela se confirme. Assim como Cristo deu pleno cumprimento à lei mosaica, o Papa Leão XIII facilitou o trabalho desse pleno cumprimento no nosso tempo e lugar, renovando assim as coisas e atualizando a nossa tradição. 

4) Se há uma atualização constante, sistemática, da Santa Tradição, então podemos tomar a pátria definitiva como sendo nosso lar e como um legado para as futuras gerações - e a pátria terrena, para ser virtuosa, precisa estar conforme esse todo, de modo a nos preparar para o nosso destino derradeiro. É só assim que a pátria na terra será tomada como um lar, com base no nacionismo. Se o fim é bom, o meio será virtuoso - por isso que o nacionista tem pelo menos duas pátrias, pois toda forma boa deve atender a um conteúdo bom.

4) Dizer que o distributivismo não existia antes da rerum novarum e da quadragesimo anno é dizer que não crê no invisível. Se você não crê no invisível, você não crê em Deus.

5) É preciso tomar muito cuidado com esses que são formados em escolas positivistas. Tem gente que anda interpretando a DSI tal como protestante interpreta a Bíblia: interpreta literalmente, como se fosse crença de livro e comete sérios erros doutrinários.

sábado, 8 de novembro de 2014

Toda encíclica é um enunciado (uma declaração)


1) Quando um papa elabora uma encíclica, ele só enuncia, tornando explícito algo que estava implícito desde a eternidade, justamente por decorrer do fato de que Cristo é o caminho, é a verdade e é a vida e que ninguém vem ao Pai senão por ele.

2) Quando ele explicita algo que pela lei natural é conhecido e implícito, ele liga esse conhecimento que já se conhecia do céu para a terra, por conta do poder das chaves.

3) O poder das chaves não é o poder de uma varinha de condão: o poder das chaves é declaratório. A verdade, que é Cristo, é a constituição. Como os homens são marcados pelo pecado original, o máximo que eles podem fazer é dialogar com Deus e com Cristo, a partir da intercessão de Nossa Senhora, e buscar um meio de modo a que se possa enunciar a verdade de Cristo de tal forma que ligue a terra ao céu, de modo claro, explícito, feito de uma forma que não pudesse ser esquecida, ao longo das gerações.

4) Enfim, dizer que o distributivismo não existia antes da rerum novarum e da quadragesimo anno é dizer que a verdade não existia. A verdade é que ela existia, só que de maneira implícita - o que se fez foi só dar pleno cumprimento à lei mosaica, coisa que se dá na carne.

A verdade sobre as bolsas de estudo


1) Se as bolsas fossem dadas pelo fato de você ser um bom aluno, esforçado, que busca realmente o saber, a mera concessão representaria magnificência e ela ficaria vinculada à pessoa que mostrou ser conforme o todo que vem de Deus ao longo de seus estudos, uma vez que ela soube, evidentemente, cultivar a alma de tal modo a que fosse possível ver nela as maravilhas de Deus e o que de bom Ele poderia fazer por todos nós, em meio a uma vida cheia de provações e sacrifícios

1.1) A concessão seria pessoal, exclusiva e fundada num ato de caridade - pois tornar a alma fecunda de modo a dizer sim a Deus é um feito notável e por si mesmo meritório, uma exceção rara num mundo marcado pelo pecado original. 

1.2) Se o exemplo do beneficiado inspirasse outros a seguirem este caminho de notável sabedoria e retidão, mais bolsas seriam dadas - e isso implicaria distributivismo. É nesse contexto que nasceu a universidade na Idade Média.

2) Se as bolsas forem concedidas como um prêmio por desempenho em prova, isso geraria competição entre os alunos. 

2.1) Na competição, um está afim de prejudicar o outro ou mesmo manipular a estrutura do concurso de modo a trapacear. 

2.2) Na cultura de competição, as desiguldades naturais, as diferentes capacidades humanas, estão sendo desenvolvidas de modo promover conflito de interesses qualificados por uma pretensão resistida ou de tal modo a que os homens sejam predadores que caçam os seus próprios semelhantes para poder sobreviver na terra, o que mata a fé, a esperança e a caridade. 

2.3) A competição é, pois, uma luta de morte fundada em sabedoria humana dissociada da divina, nascida numa cultura em que todos têm a sua verdade ou no fato de que não há verdade nenhuma. 

3) Por isso que não considero o critério meritocrático o mais honesto para a concessão de bolsas. 

3.1) Além de promover a cultura da impessoalidade e do resultado pragmático, os beneficiários geralmente não fazem bom uso do benefício, posto que isso só faz alimentar o ego de quem ganhou o prêmio. E egos inflados só dão causa para o mal sistemático. 

3.2) A meritocracia liberal dá causa ao esquerdismo, pois a concessão fica centralizada nas mãos de quem detém autoridade ou poder nas instituições educacionais. 

3.3) Enfim, um tipo microcosmos do Estado é criado, por conta da meritocracia liberal.

Bolsas de Estudo nunca são dadas por mérito


1) Bolsa de Estudo nunca se dá por mérito (pelo menos, essa é a minha experiência, nestes meus quase 34 anos de vivência de brasileiro nato)

2) Ou você é amiguinho do concedente ou você é amante do mesmo, se for mulher. 

3) Se for por mérito, você vai ter que se sujeitar à sabedoria humana dissociada da divina e tirar um notão numa prova dificílima, tal como acontece aqui. Mas isso só contempla uns certos elementos que possuem má consciência no coração e que fazem da bíblia crença de livro. Depois da experiência, vão peidar sardinha e arrotar bacalhau. Isso se a prova não for fraudada.

4) Nunca consegui bolsa - e vejo que isso não me fez falta. Consegui as coisas com muito esforço. Até a mais simples das coisas foi conseguida com muita dificuldade.

5) Se as instituições parassem de dar bolsa, acho que as coisas caminhariam com mais justiça, pois isso só dá margem para a corrupção. Pelo que venho observando, as pessoas vendem suas almas ou vendem a mãe por uma bolsa ou chance pra estudar no exterior. E isso não é educação - pois educação pressupõe cultivo de almas íntegras e conforme o todo que vem de Deus.

Uma ação repetidamente freqüente é sistemática

1) Quando uma ação é repetidamente freqüente, nós podemos falar em ação sistemática. A ação sistemática não se esgota por conta da quantidade de vezes que você pratica o mesmo ato repetidas vezes - a ação sistemática se renova, se atualiza e se torna mais forte à medida que esse ato é praticado.

2) Se dar a cada a um o que é seu e conforme o bom direito implica distribuir, um multiplicar dividindo, então o distributivismo é um sistema de ação voltado para o bem comum fundado nos ensinamentos de Cristo. Se a Igreja nos oferece Cristo, então tudo o que decorrer dele, sejam ações simples ou sistemáticas, é acessório que segue a sorte do principal, que é Cristo.

3) Se a doutrina social da Igreja é um conjunto de princípios de tal modo a que se edifique uma ordem pública fundada na conformidade com o todo que se dá em Deus, de modo a se eliminar a cultura de lei econômica do mais forte, então o distributivismo decorre desses ensinamentos.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A ortodoxia de Deus não é a dos homens


1) A ortodoxia verdadeira é una, pois Deus é um e a Igreja, como mãe, é uma e causa de toda ordem una - como não há outro Deus, não há outra ordem decorrente desse outro Deus. Por isso que não se dá margem à heresias, pois não há falsos deuses nem falsos demônios.

2) A ortodoxia fundada na sabedoria humana, dissociada da divina, cria a sua heterodoxia e dá a ela o mesmo direito ao pedestal que se dá à ortodoxia. Ela se dá em pares de dois - por isso, binária. É o cru que se transforma em cozido, naquilo que alimenta e seduz a imaginação das pessoas. É o mundo das ilusões.

3) Quando se dá voz ao que é falso, de modo a que ele fale sua própria verdade, ao final do processo não haverá mais verdade, pois o mero fato de se dialogar com o falso já pressupõe aceitar o falso como sendo verdadeiro. Isso gera confusão, relativismo moral.