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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Algumas observações que considero oportunas para a análise da estrutura da mente revolucionária, tal como nos foi proposta pelo professor e filósofo Olavo de Carvalho

Esta semana, eu estive a assistir o True Outspeak do Mestre Olavo de Carvalho. Enquanto ele estava a tirar uma dúvida a respeito da estrutura da mente revolucionária, eu encontrei uma citação fantástica no Facebook, a qual coloquei no meu banco de aforismos e citações. Gostei tanto que não resisti e me senti obrigado a comentar

Eis o destaque:

“A superioridade do homem sobre os animais provém da capacidade de herdar sociologicamente saberes de outros homens, ao passo que o animal não herda saberes senão os instintivos que biologicamente pode receber. Um tigre de bengala caça com idênticos modos como caçava há vinte mil anos atrás; um homem é diferente de outros homens de tempos pretéritos porque recebeu sociologicamente saberes de outros homens, num processo de transmissão de conhecimento chamado Tradição”. (Francisco Elias Tejada)[1]


[1]
Isso já é o suficiente para nos apontar que tradições nascem, por serem boas por si mesmas, pois atendem a essência do que é a natureza humana. Aquele que afirmar que tradições se inventam e se fabricam está, na verdade, colaborando com um projeto nefasto de nova ordem mundial, com o intuito de construir um novo tipo de homem, racionalmente planejado e desvinculado de sua ordem natural.  É através da mentira e da justificação da mentira, por meio da propaganda (repetida à exaustão, como se fosse verdade), que essa nulidade revolucionária se subsiste.

Olavo de Carvalho fala em tradição revolucionária, se admitirmos a tradição como processo de transmissão de conhecimento que se faz naturalmente através da passagem das gerações ao longo do tempo, um dos escopos do processo de capitalização moral, que tanto menciono em meus estudos sobre a nacionidade. Uma crítica que poderia fazer a ele, no sentido construtivo do termo e que considero razoável, é que existe um segundo elemento, necessário à análise da estrutura da mente revolucionária, que deveria ser considerado – esse outro elemento, que faz a tradição se subsistir como fundamento da liberdade, é que ele se respalda na verdade revelada e no ensino dessa verdade. 

A tradição revolucionária, por rejeitar essa verdade e por propor velhas ou novas mentiras no lugar da verdade, nunca será uma tradição, mas um processo, um meio, que precisa ser continuamente justificado, ao longo das gerações, com o intuito de poder ainda continuar aparentando a ser verdadeiro. A tradição, por sua vez, não precisa ser justificada, por ser boa por si mesma - a não ser quando há ataques ideológicos e sistemáticos contra ela.

A pessoa que não conhece essa verdade não é, necessariamente, livre, mas escrava dos caprichos dos desejos mundanos deste mundo – ou seja, o modo de ver materialista, decorrente do fato de não se ensinar isso desde o berço, torna os indivíduos presas fáceis dos caprichos revolucionários, pois elas não serão capazes de comparar o modo de vida proposto pela Igreja com o modo de vida proposto pela via revolucionária, pois lhe faltarão informações suficientes para perceber que os ganhos óbvios decorridos da observação desse caminho proposto pela Igreja são bons por si mesmo, através do exame das vantagens comparativas - isso se esse conhecimento não for buscado por essa pessoa.

Por essa razão, a pessoa que estiver influenciada sob a falsa idéia de que toda a verdade, nessa vida, é relativa, ela ignorará a noção de eternidade – e que o agora, o hoje e o amanhã são frações dessa noção . Ou seja, essa pessoa não dará valor ao amanhã, e não trabalhará, nem para o seu próprio progresso e nem para os que lhe estão ao seu redor, pois entenderá que trabalho é sofrimento – e o que sofrimento deve ser evitado a todo custo. Essa pessoa estará em eterno hedonismo, que é uma das conseqüências de uma ordem fundada no materialismo e no divórcio daquilo que a Igreja nos propõe para a vida.

A nossa memória, igualmente, também deriva do conhecimento dessa noção – que é própria do fato de sermos seres humanos, criados a imagem e semelhança de Deus. A ignorância deliberada desse fato rebaixa o homem ao nível dos outros animais – ou abaixo desse nível, pois, fora da ética, somos o pior deles todos, tal como dizia Aristóteles. E isso acaba por destruir o valor da instituição familiar e de todas as regras de sucessão que decorrem dessa noção.
Bom, essas são algumas observações que eu queria acrescentar ao pensamento do Olavo.

Na mesma linha, para corroborar o meu pensamento, temos esta citação, que também vos destaco:

“Que seria de um indivíduo a quem seus semelhantes não ensinaram a ele a falar, a ler, a exercer um ofício, a praticar a moral, a conhecer e amar a Deus? Nada – este indivíduo nem sequer será um animal, como os outros”. (Gustave Thibon)
Bom, pessoal, é isso. Obrigado por lerem!