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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Notas sobre nacionalismo e sobre as conseqüências da afirmação de Camus

1.1) Se Descartes estabeleceu a dúvida como o primeiro conceito, a primeira verdade, Camus foi mais longe, ao estabelecer o primeiro conceito, a primeira verdade, no absurdo.

1.2) O absurdo é a ação afirmativa do que conserva o que é conveniente e dissociado da verdade,uma vez que é a dúvida alimentada à base de Leite Ninho e evoluindo à maneira darwiniana, a ponto de praticar darwinismo social, coisa essencialmente revolucionária.

2.1) Quem já duvida do fato de que o verbo se fez carne e passou a fazer santa habitação em nós já está conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, a tal ponto de que perderá tudo exceto a razão, a ponto de estar em conformidade com o Todo daquilo que vem de Camus, o que é um absurdo.

2.2) Se o absurdo é a primeira verdade, então o país tomado como se fosse religião - em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele - começa na falsa alegação de que o Brasil foi colônia de Portugal, a ponto de justificar o ato de apatria praticado por D. Pedro como se fosse um ato de independência, baseado na mais pura fraude, ainda por meio de ilegalidades administrativas. E quanto mais o tempo passa, maior a loucura fundada no fato de conservar esse fato conveniente e dissociado da verdade. E neste ponto, os nossos historiadores estão em conformidade com o Todo que vem de Camus, a ponto de fazerem do nacionalismo uma verdadeira neurose, uma caricatura insincera da realidade. E nesse ponto, Kujawski - em seu livro A Pátria Descoberta - tem toda a razão.

2.3) O absurdo já chegou num caminho sem volta, pois não há "primeiras verdades" a serem criadas, que hoje chamados de "pós-verdade". Não há mais como mentir, pois a historiografia da justificação já chegou num beco sem saída.

3.1) Cristo, o verbo que fez carne, disse que os últimos serão os primeiros.

3.2) Todo aquele que foi preterido e humilhado por tomar o país como um lar em Cristo - apesar da República e do ato de apatria do Príncipe-Regente, que rompeu com aquilo que decorreu de Ourique - será elevado, pois foram os escolhidos por Deus para servirem de exemplo da realidade que será restaurada, fundada na missão de servirmos a Ele em terras distantes.

3.3) Enfim, como disse Nossa Senhora, o Sagrado Coração - causa que faz o país ser tomado como um lar em Cristo - triunfará.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de novembro de 2017.

Por que Camus disse que o absurdo é a primeira verdade?

1) Quando saio de casa, algo de inusitado acontece. Na verdade, essas coisas desordenadas sempre ocorrem - eu só não as testemunhei ou tomei conhecimento por meio de outras pessoas que testemunharam. Seja uma mulher fazendo pole dance no metrô ou nego fazendo maluquice nas barcas que levam de Niterói para o Centro do Rio, todo dia acontece o inusitado, o insólito, o inesperado. Quando se trata de gente que perdeu tudo exceto a razão, o absurdo tende a se tornar a primeira verdade, no dizer de Camus.

2.1) Como todo mundo tem a sua própria verdade, que se tornou um "direito humano", o paganismo se estabelece, pois a liberdade voltada para o nada leva à loucura e à autodestruição da criação, por ser desordenada, fora da conformidade com o o Todo que vem de Deus. Isso é a marca da desobediência adâmica, pois em algum grau nós somos todos birutas, por sermos todos pecadores.

2.2) Essas "primeiras verdades", fundadas no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, que é Cristo, precisam ser registradas e depois analisadas. E uma vez analisada, é preciso expor os fatos a todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, uma vez que auto-exposição ao ridículo é um indício de baixa autoestima. Como a pessoa é uma pobre coitada, então seu nome deve ser preservado da ridicularização pública, do mórbido, daquilo que se funda no mundo, pelo mundo e para o mundo. 

3) Como Cristo disse que os últimos serão os primeiros, então as últimas verdades serão definitivas e restaurarão a sanidade do mundo decorrente dessas "primeiras verdades" decorrentes da desobediência adâmica. Afinal, Cristo é o segundo Adão e veio a restaurar as coisas fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de novembro de 2017.

A economia subordinada a Deus é uma economia de patrocínio

1) A economia subordinada tendo por Deus fundamento é uma economia de patrocínio. Se você faz as coisas que cumprem os propósitos daquilo para o qual você foi criado, então você será recompensado não só com a vida eterna, mas também com meios que podem fazer com que sua vida seja um pouco mais remediada neste mundo, que é um verdadeiro vale de lágrimas. E a vida remediada sistematicamente se dá na riqueza construída através do trabalho, que deve ser usada para ajudar outras pessoas que necessitem de ajuda, tendo por Deus fundamento, o que leva à formação de uma comunidade camponeses e artesãos felizes porque se sentem úteis a Deus e ao próximo, que tomam o país como um lar em Cristo.

2) Se o teu chefe é um ou homem uma mulher que tem Deus no coração, a ponto de amar e rejeitar as mesmas coisas que você, tendo por Cristo fundamento, então o emprego é a melhor forma de caridade que há. E nesse emprego você vai se capacitando e conseguindo os meios necessários até poder estabelecer uma economia organizada e servir a todos os irmãos necessitados sistematicamente.

3.1) A economia de caridade, de salvação organizada e voltada para Deus, não pede canudo - ela olha a pessoa, sua alma, sua formação.

3.2) O país que dá mais valor a um canudo do que a alma definitivamente está condenado à perdição, por conta de estar fortemente descristinanizado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de novembro de 2017.

A chefia de Deus não é como a chefia dos homens

1.1) Quem me diz o que devo ou não fazer em relação ao meu trabalho é o meu chefe - e faço isso porque estou numa economia subordinada e é próprio do poder de direção de uma empresa dizer o que devo e não devo fazer para o bem da empresa. O problema dessa empresa é ver a riqueza como um sinal salvação, o que indica um sinal de que a sociedade foi divida entre eleitos e condenados - e se a pessoa alcançou o sucesso e os aplausos nesta vida, então isto é fruto do amor de si, o que não é conforme o Todo que vem do Deus verdadeiro, uma que este mundo é um vale de lágrimas, na verdade.

1.2) Numa economia subordinada, eu tenho uma jornada de trabalho - completada esta jornada, sou livre para fazer outras coisas.

2.1) Como não tenho chefe, então estou sujeito àquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.

2.2) Como Deus me guia neste trabalho, só Ele diz o que devo ou não escrever e quando devo fazê-lo, dado que Ele é bom e me inspira.

2.3) O jugo de Deus é suave - n'Ele me sinto livre, pois sei o que devo fazer e para onde devo ir. Tudo o que faço é por Ele e para Ele, pois foi para isso que fui criado.

Rio de Janeiro, 29 de novembro de 2017.

Comentários:

Sylvia Maria Sallet: Se sou livre em Cristo, então sou livre para escolher fazer o queDeus deseja de mim. Como existem múltiplos caminhos para agradar a Deus, então eu devo escolher o que faz com que eu faça o melhor trabalho possível não só a mim mesmo como também para os outros.

José Octavio Dettmann: Ninguém é livre por si, mas em Cristo. Se fosse assim, nós seríamos deuses e não criaturas. Eis por que Adão caiu e Jesus veio para ser esse segundo Adão.

João Damasceno: Existe uma lei natural que é reflexo de uma lei divina, que norteia, equilibra e disciplina a ordem criada. A liberdade plena de qualquer sistema ou ser implica em destruição, ruptura desse equilíbrio, levando a autodestruição da própria criação. 

José Octavio Dettmann: Exatamente, João Damasceno. É exatamente isso que os que buscam liberdade fora da liberdade em Cristo querem: a autodestruição da própria criação, que leva à civilização tal como a conhecemos hoje. 

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http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2017/09/eu-sou-o-que-investigo.html  

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2017/11/a-economia-subordinada-deus-e-uma.html

Ninguém, a não ser Deus, deve me dizer quando devo parar de conduzir minhas investigações

1) Se há uma coisa que eu detesto é nego dizendo para eu parar o que investigo para dar atenção a temas que não me interessam.

2.1) Como já falei, eu sou o que investigo, pois o meu trabalho é a projeção do meu ser para a eternidade.

2.2) Se estou investigando as razões pelas quais o país deve ser tomado como se fosse um lar em Cristo e não como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele, é porque tenho um interesse mortal por este tema. Moro num país onde as coisas não me fazem sentido e já percebi que muita gente tende a confundir nacionismo com nacionalismo - como essa fronteira me é clara, tratei de discorrer sobre o tema, como um ato de caridade intelectual.

2.3) Como diz o professor Olavo de Carvalho, os melhores trabalhos decorrem de um interesse mortal, sem o qual a vida intelectual não fará o menor sentido.

3) Portanto, ninguém deve me dizer quando devo parar, a não ser o Espírito Santo, que me conduz para apreciar retamente todas as coisas. Essa pretensão de dizer quando eu devo parar será tomada como um ato de petulância.

José Octavio Dettmann

domingo, 26 de novembro de 2017

Como meus contatos são minha segunda família, então eu passarei a ser mais próximo deles por meio do e-mail

1) Sinto que a vida vai muito além do facebook. Estou preferindo atender a todos por e-mail, de modo a ter uma relação mais íntima com os meus contatos.

2) Além disso, posso debater com eles por e-mail, coisa que não posso fazer no facebook. Acredito que, uma vez que você descobre vida inteligente nesta rede, esta vida precisa ser integrada ao seu mundo, como uma extensão do seu ser, uma vez que o outro é o espelho de seu próprio eu, que precisa ser ordenado de modo a estar em conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Continuarei usando o face para difundir postagens ou para colher dados para análises. Enfim, estou aprendendo a ser uma pessoa melhor agora, ao dar um uso mais racional às ferramentas que tenho à disposição.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2017.

sábado, 25 de novembro de 2017

Um pouco mais sobre o processo que adoto para fotografar livros

1) Acredito que muita gente tende a falar "startar" por força das startups. No final, essa mistura de português com inglês tende a ser um verdadeira comédia stand up involuntária.

2.1) Assim como há a abertura sistemática de empresas, eu também pretendo fazer uma abertura sistemática de projetos de digitalização.

2.2) Como fotografar é uma atividade extensiva, acredito que o começo múltiplo de vários projetos pode ser altamente produtivo.

2.3.1) O principal problema é a luz. Existe uma determinada faixa do dia em que fotografar fica ideal, pois quando passa dessa hora, tudo muda, por força da mudança da posição da sombra.

2.3.2) Onde eu me encontro, o momento ideal para fotografar é das 6:30 até às 8:30 da manhã - isso quando o dia é de céu azul. Quando o tempo é nublado, o momento atual é a partir das 7:30. Digo isso por força da experiência.

3.1) Antes de trocar a cortina, eu fotografava à noite. Fazia vários projetos em escala industrial. Com a mudança da cortina, a qualidade da luz melhorou - e o meu trabalho tendeu ser a mais extrativista. De certo modo, troquei a indústria pelo extrativismo, a ponto de ser uma arte, tal como é o artesanato.

3.2.1) Muita gente tende a pensar que isso foi ruim. Para mim, a coisa ficou muito melhor, pois fiquei mais dependente dos caprichos da natureza, obra essa que aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.2.2) Como não posso controlar o vento, mas ajustar as velas de modo que possa servir a Cristo em terras distantes, assim é o meu trabalho de fotógrafo. Não posso determinar quando haverá sol ou quando haverá chuva, mas posso ajustar minha atividade de fotógrafo com base nas condições de luz que o dia me oferece - e isso é um tipo de navegação. 
 
3.2.3) Como diz Ortega y Gasset, a digitalização implica estar consigo mesmo em suas circunstâncias. E para você produzir um resultado de melhor, você precisa trabalhar essas circunstâncias de maneira favorável, de modo que sua atividade favoreça o senso de tomar o lugar onde se encontra como um lar em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de novembro de 2017.

Fotografar é fazer extrativismo; processar foto tende a ser mecânico, quase industrial

1.1) A parte mais difícil no processo de digitalização de um livro é tirar uma foto de boa qualidade.

1.2) Até fotografar todo o projeto, isso pode levar meses, pois é preciso um dia inteiro para deixar a página retinha, em condições ideais para a fotografia - isso sem contar que você precisa de um dia de céu azul, como está ocorrendo agora, neste momento em que escrevo.

2) Quando você conseguir tirar uma foto de boa qualidade, o processamento poderá seguir seu próprio ritmo.

3.1) Ultimamente, estou preferindo apenas fotografar os livros, de modo a ter o projeto completo.

3.2) O processamento dessas mesmas fotos pode ser feito numa outra hora, o qual pode ser intensificado numa manhã inteira de trabalho. Posso passar horas processando as fotos, mas em um dia ou dois isso fica pronto.

4) Enfim, enquanto a fotografia é uma prática extensiva, quase extrativista, o processamento das fotos até virar ebook tende a ser intensivo, quase industrial. E o ponto de contato entre a agricultura e a indústria se dá na pecuária, pois ela abrange tanto uma parte extensiva, que é o pasto, quanto a parte intensiva, marcada pela engorda, o confinamento e o abate, dentro de ambientes fechados.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de novembro de 2017.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Notas sobre uma lembrança do tempo em que cursava Direito

No tempo em que estudava Direito eu ouvi isto de um palestrante:

_ Fulano, você pode me dizer o que é navio?

_ Navio é tudo aquilo que flutua.

_ Ah, é? Então o pato é navio?

_ Não, o pato é exceção.

Todo mundo caiu na gargalhada.

José Octavio Dettmann,

Rio de Janeiro, 24 de novembro de 2017.

Notas sobre o homem randômico - a nova definição de homem para suprir uma lacuna que há faz 200 anos

1) O professor Loryel Rocha mencionou que já não existe definição de homem há duzentos anos.

2) Se esse negócio de que ninguém nasce homem ou mulher se tornar norma, então haverá um novo tipo de homem: o homo randômico. Basta um espertalhão passar de homem pra mulher num toque de botão, uma vez que para passar de negro pra índio e de índio pra nórdico será sempre da mesma forma.

3) Como a literatura brasileira é rica desses tipinhos farsantes, será dessa forma que o Brasil, esse país de araque, dominará o mundo, pois a emulação, a dissimulação e o trejeito serão transnacionais daqui pra frente. Será o abrasileiramento do mundo - e nela haverá o desencantamento do mundo tal como pensou Weber.

4) Para esse tipo de coisa, a única solução é recuperar o imaginário da pátria fundada em Ourique. Não vejo outra solução.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de novembro de 2017.

Postagens relacionadas:

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quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Toda família deveria cultivar o solo que toma como um lar em Cristo

1) Uma coisa que pretendo fazer quando tiver meu próprio cantinho é ter um lugar para plantar alguma coisa, nem que seja num vaso com terra.

2) A idéia é plantar coisas para reduzir custos. Posso plantar temperos, posso plantar as fibras para fazer roupas de melhor qualidade ou mesmo o trigo para dele fazer a farinha e o pão.

3) Se houver gente interessada em comprar o que produzo, certamente produzirei mais coisas para atender a demanda dos que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

4.1) Afinal, atender uma demanda impessoalizada por dinheiro só leva à falência, já que estarei na qualidade de colaborador do governo da República, esta figura nefasta que está sabotando o país desde o dia 15/11/1889. Se essa figura oculta trai os sócios colaboradores, como essa figura nefasta será capaz de honrar os credores da dívida pública?

4.2) Definitivamente assumir este risco não vale a pena, o sacrifício que será feito no tocante a organizar o empreendimento e atender a essa demanda em larga escala. Melhor começar pequeno, atendendo as demandas da própria família para só depois atender a demanda dos vizinhos, do bairro, da cidade - e quem sabe do país inteiro. Só atenderia as demandas de alguns países, desde que sejam do nível de Hungria ou Polônia. Jamais venderei produtos para país comunista ou país muçulmano. Sou a favor do mais puro boicote comercial a esses que atentam contra a fé cristã, em nome do dinheiro.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2017 (data da postagem original).

Para todo bom espertalhão, ser um homem randômico é sentir-se acima da lei

Quilombo - confusão (espanhol)

Quilombo - terras tradicionalmente ocupadas por tribos africanas trazidas para o Brasil para trabalharem na lavoura, sob o regime de mais dura servidão. Essas terras foram ocupadas como forma de organizar uma resistência à servidão portuguesa e como uma forma de reproduzir os antigos hábitos de vida antes da escravidão, incluindo o de escravizar outras tribos (português).

1) Um espertalhão desenvolveu uma máquina randomizadora. Com o apertar de botão, de branco ele vira índio e de índio passa a ser negro, assim como de homem pode passar a ser mulher com um simples apertar de botão.

2) Como na lei brasileira vale apenas o que se declara, o espertalhão aperta o botão do randomizador, vira negro e consegue uma vaga na universidade.

3.1) Em seguida forma uma quadrilha, fabrica vários exemplares desse ramdomizador, em escala industrial.

3.2) Com esses comparsas, ele consegue terras indígenas na Amazônia, com o apertar de botão. E com o mesmo apertar de um botão, consegue mais terras, sob a alegação de que é são reminiscência de um antigo quilombo, na época em que o Brasil era uma província de Portugal (uma vez que esse negócio de que o Brasil foi uma colônia não passa de uma farsa).

4) Se esse randomizador existisse, o sujeito estaria acima da lei. E seria um segredo industrial tão bem protegido quanto o da coca-cola.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de novembro de 2017.

Postagens relacionadas:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2017/11/notas-sobre-o-homem-randomico-nova.html

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

O coração tem útero - notas sobre nacionidade e a cultura de adoção

1.1) Uma forma de tomar o país como um lar em Cristo é tomando os filhos da sua amada como sendo seus, se ela for viúva.

1.2) Se eu me casasse como um polonesa que se tornou viúva muito jovem, então tomar os filhos dela como sendo meus seria uma forma de tomar o país dela como se fosse meu.

2.1) No caso do Brasil, se eu conhecesse uma mulher de outro estado nessa mesma qualidade, eu tomaria o estado dela como meu lar em Cristo tanto quanto o estado onde eu nasci.

2.2.1) Se esse processo fosse repetido ao longo das gerações para todos os 27 estados, então o Brasil como um todo seria tomado como um lar em Cristo, pois isso estaria na memória da família. E haveria aí uma dinastia nascida no Brasil que poderia ser chamada a reinar sobre Portugal, Brasil e Algarves, se houvesse um chamado das côrtes para assumir o posto que um dia pertenceu a D. Afonso Henriques, pois tomar todas as terras e pessoas como um mesmo lar em Cristo é servir a Ele em terras distantes - e isso é ato de nobreza e honra a missão que recebemos em Ourique. E a nobreza começa no lar, em família.

2,2,2) Se o coração tem útero, então adotar é uma forma de casar heranças de modo que vivam a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, dado que o amor legitima todas as coisas nobres, se tiver por Cristo fundamento.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2017.

sábado, 18 de novembro de 2017

Notas sobre o verdadeiro processo de substituição das importações

1.1) Quando comecei a assistir missa pela primeira vez, ouvi o pároco dizer na homilia que catolicismo era compromisso com a excelência.

1.2) Quando se serve a todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, pouco importa o lugar onde o produto é produzido. Se um produto de boa qualidade é produzido na Polônia, a Polônia será tomada como um lar em Cristo porque coisas boas costumam ser feitas lá. Se você quiser produzir, você deve fazer com que o produto brasileiro seja bom o bastante de modo que o Brasil seja tomado como um lar em Cristo, sem que as pessoas esqueçam as memórias boas que vêm da Polônia.

1.3) O verdadeiro processo de substituição de importações implica honrar as boas memórias vindas de produtos importados de boa qualidade - e isso é um tipo de nacionidade. E substituir o que antes era importado implica colaborar de modo que essas memórias permaneçam vivas e não competir, de modo a destruí-las

2.1) Substituir um produto importado por equivalentes nacionais de qualidade duvidosa é não só amar o dinheiro como se fosse Deus, mas também tomar o país como se fosse religião em que tudo deve ser produzido no país de modo a este ser autossuficiente em tudo. Não é à toa que protecionismo neste aspecto é totalitarismo.

2.2) Eu lembro que, na época em que meus pais eram jovens, as melhores lanternas costumavam vir da República Tcheca (que na época estava unida à Eslováquia, formando a Checoslováquia). Quando se iniciou o processo de substituição das importações, minha avó ficava indignada, pois os produtos de boa qualidade, importados, começavam a se escassear no mercado.

3.1) Aqui no Brasil, com a mentalidade dinheirista do nosso empresariado, o dinheiro ganho por força desse protecionismo não será investido em P&D de modo a melhorar a qualidade do produto. E as coisas ficam por isso mesmo.

3.2) Quando se pensa mais em dinheiro do que na excelência, a tendência é fazer economia de custos de modo a reduzir ainda mais a qualidade de um produto cuja qualidade já era questionável. Não é à toa que o amor ao dinheiro, visto como um sinal de salvação, leva a um conservantismo. E não é à toa que eles dependem de um Estado tomado como se fosse religião e de uma política de substituição de importações para que possam prosperar.

3.3) Essa é a prova cabal de que o capitalismo, servindo aos interesses do Estado, favorece o comunismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de novembro de 2017 (data da postagem original).

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Da caridade para com a verdade - da importância de compilar as melhores postagens de seus pares de modo a formar um livro

1) Faz uns dias que não escrevo nada novo, mas em compensação estou coletando as postagens mais importantes do Marcelo Dantas, do Haroldo Monteiro, do Loryel Rocha, do Roberto Santos e de outros contatos importantes e jogando para o meu blog, visto que recuperar informação no facebook anda complicado.

2.1) Essas reflexões não só enriquecem o que escrevi em meu blog como também ajudam a dar mais clareza ao trabalho que faço, criando uma espécie de diálogo.

2.2) Enfim o que eles produzem tinha que virar livro, mais ou menos nos moldes que o Felipe Moura Brasil fez com as postagens do Olavo para o livro O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota.

3) Que privilégio estar em tão boa companhia!

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2017.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Como a democracia partidária faz o país ser tomado como se fosse religião?

As democracias de partido são uma "beleza", uma verdadeira "conquista" da humanidade.

"(...) o partido único é o 'aboutissement' natural do regime de partidos, segundo o percebeu com muita agudeza Simone Weil. Com efeito, cada partido se considera senhor da verdade política, vendo no seu programa a salvação social. As tintas ideológicas de tais programas acentuam uma coloração messiânica nos mesmos, especialmente quando se trata de ideologias radicais. Nestes casos os antagonismos partidários representam a oposição amigo-inimigo -- critério fundamental de Carl Schmitt para caracterização do 'político' -- não apenas por ver-se no adversário um inimigo do próprio partido, mas porque se passa a considerá-lo um inimigo da comunidade nacional, que deve ser proscrito para que seja assegurado o destino histórico da comunidade. O partido tende a ser intolerante, e nas democracias de partido há como que uma institucionalização da guerra civil. Isto para não se falar dos partidos quando são meros ajuntamentos de interesses pessoais dos políticos, na luta pela conquista do poder."

José Pedro Galvão de Sousa, Da Representação Política

Roberto Santos (https://www.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10214217317010308)

Facebook, 24 de agosto de 2017.

Notas sobre algumas lições contidas na obra Robinson Crusoé

1) Quando Robinson Crusoé resolve partir da Inglaterra para fazer fortuna no mundo, seu pai, muito prudentemente, lhe diz que seria totalmente desnecessária tal aventura,  uma vez que ele - sendo filho de um homem de classe média alta - poderia viver tranquilo para o resto de sua vida, sem as mazelas de um pobre, nem as preocupações de um nobre. Em outras palavras, seu pai lhe faz uma apologia da vida burguesa. Robinson Crusoé, contudo, não quer saber de conselhos, e parte para a sua aventura rumo à conquista da sonhada nobreza e de uma imensa riqueza.

2) "Deus não vai te abençoar nesse teu empreendimento", disse-lhe o pai. De fato, Deus não abençoa os seus planos e, ao jogá-lo numa ilha deserta, faz com que ele passe a considerar a Sua existência, coisa na qual ele nunca pensara antes, mas também ensina-lhe duas coisas muito importantes: 

A) que a sua verdadeira vocação é a do produtor 

2) que a vida daqueles que trabalham para um Landlord, no qual ele queria se tornar, é muito dura e difícil. pois ali, ele era ao mesmo tempo um landlord e um vassalo de si mesmo.

3.1) Daniel Defoe conseguiu criar um personagem que, ao contrário do que dizia Adam Smith dos landlords, não fazia o seu sustento 'in their sleeps'. 

3.2) Ele era, tal como os landlords, dono de todas as terras sobre as quais pisava, mas, ao contrário destes, tinha que labutar para conseguir o seu sustento.

3.3.1) Robinson Crusoé é uma apologia ao mercado produtivo,e uma crítica feroz ao mercado financeiro e especulativo que surgia em sua época no meio da nobreza. 

3.3.2) Ao contrário do que pensam os libertários-conservantistas de hoje - principalmente os Brasil, que são um verdadeiro lixo tóxico, intelectualmente falando -, Adam Smith, ao falar de livre mercado, estava se referindo à liberdade em relação ao monopólio das terras ou recursos naturais que estavam nas mãos dos landlords, e não do Estado. 

3.3.3) O Estado, segundo ele, devia taxar os nobres, que eram uma raça de parasitas, e livrar os produtores e os consumidores de tais impostos para que a indústria pudesse crescer. Enfim, Adam Smith defendia o livre 'MERCADO", não a livre 'ESPECULAÇÃO'.

4) Robinson Crusoé consegue sobreviver, mas consegue fazer isso porque aprende essa lição.

Roberto Santos (https://www.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10214864808277185)

Facebook, 8 de novembro de 2017.

Como a salvação pela riqueza fez com que o mecanismo de perdão das dívidas fosse esquecido?

1) Como já disse em outro post, o mecanismo de perdão da dívida foi criado para estabilizar a economia produtiva e fortalecer o vínculo do povo com o novo rei.

2) À medida que esse mecanismo governamental e financeiro vai sendo esquecido, nem por isso ele deixa de estar na memória coletiva - e é por essa razão que o establishment vai mudando o polo de atenção, em que trocamos os aspecto financeiro da dívida pelo aspecto moral.

3.1) É por isso que o establishment hoje aparece como um suposto "libertador" moral - aquele que luta contra as dívidas que contraímos por séculos com os malditos conservadores. É isso que se grupo alega

3.2) E, quanto mais o conservador for intransigente na sua defesa dos valores tradicionais, mais a atenção dele se voltará para o aspecto puramente moral da coisa, camuflando - para si e para o revolucionário - o problema essencial que das finanças, por meio das quais os globalistas dominam a tudo e a todos. 

3.3) Libertar as pessoas da dívida moral de gratidão contraída com os que conservam a dor de Cristo torna todos escravos da elite globalista. E ao enganar a todos, a elite globalista foi transformada num "deus", uma vez que a riqueza passa a ser vista como um sinal de salvação. E todos se tornam livres para o nada - só para se tornarem escravos das dívidas contraídas com essa corja parasitária.

Roberto Santos (https://www.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10214908654933324)

Facebook, 13 de novembro de 2017 (data da postagem original).

Quem será o Moisés de nossos tempos?

Trabalhar para o mercado financeiro é imoral?

1) Depende. A maioria fará lobby para eles depois que vir a grana grossa e imerecida entrando no bolso; a minoria - ou ninguém mesmo - fará como Moisés ao sair do Egito: roubar o mercado financeiro para com o dinheiro ganho fomentar uma poderosa indústria cultural contra o próprio mercado financeiro.

2) Quem será santo o bastante para fazer isso em nossos dias? Quem fizer isso será o Moisés de nossa era.

Roberto Santos (https://www.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10214909140065452)

Facebook, 13 de novembro de 2017.

Notas sobre o establishment globalista

1) O establishment globalista é uma espécie de Cristo ao contrário, ou anticristo. 

2) Cristo veio para morrer e pagar as nossas dívidas, que se tornaram impossíveis de serem pagas. 

3.1) O Establishment aparece ao povo como um ser poderoso que se arrependeu dos séculos de opressão moral e que agora se imola para liberar geral. 

3.2) Só que morre aos olhos do povo aparentemente, tal como num gesto de prestidigitação - ao contrário de Cristo, não só não perdoa a sua dívida como o afunda na maior onda de endividamente jamais vista na história. Detalhe: dívida moral e financeira.

Roberto Santos (https://www.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10214909951965749)

Facebook, 13 de novembro de 2017.

A esquerda está ligada ao establishment globalista

1.1) Por que a esquerda é pró-establishment?

1.2) Porque ele a financia.

2.1) Quem é o establishment?

2.2) É o FIRE (Financial, insurance and Real State) de que falavam os economistas clássicos. Ele não tem nada a ver com a classe industrial e comercial. Esta paga àquele e é por ele explorada, o que faz a economia ir para os quiabos.

3.1) Por que o establishment financia políticas identitárias e pró-lumpemproletariado? O que eles ganham com isso?

3.2) Diretamente nada. Mas indiretamente ele sabe que os conservadores prestarão mais atenção à desordem moral que essas políticas geram do que a financeira, fazendo com que eles se esqueçam de lutar contra eles no ponto essencial, e botem toda a sua atenção em questões morais, às vezes até se tornando francamente seus defensores.

Isso é tudo.

Roberto Santos (https://www.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10214890731605252)

Facebook, 11 de novembro de 2017 (data da postagem original).

O debate entre esquerdistas e direitistas não faz sentido - Parte 3

1) Hoje, quando se fala em globalismo e elite burguesa, absolutamente ninguém no espectro político, da esquerda à direita, sabe do que se está falando. E isso porque se perdeu a distinção feita pelos economistas clássicos entre 'economia produtiva' e 'economia financeira'.

2) Marx sabia fazer essa distinção, evidentemente, mas não lhe deu muita ênfase, porque ele era muito otimista em relação à industrialização e comercialização das finanças, acreditando que os financistas (os grandes vilões), se enforcariam com a própria corda, uma vez que o próximo passo seria tomar os meios de produção. Expropriar os financistas expropriando a indústria por eles financiada.

3) A elite globalista é, portanto, a inimiga tanto dos trabalhadores quanto da indústria. Ela não é produtiva, como afirmaram todos os economistas clássicos, mas é ela quem dá as cartas hoje - como nem a esquerda nem a direita conseguem identificá-la, por não saberem fazer essa distinção, tanto um como outro acabam por defendê-la, sem querer. Os esquerdistas, por lutarem contra a indústria e o comércio; os direitistas, por acreditarem que TUDO é economia, borrando a distinção entre economia produtiva e economia financeira.

Roberto Santos (https://www.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10214907385581591)

Facebook, 13 de novembro de 2017.

O debate entre esquerdistas e direitistas não faz sentido - Parte 2

1) É quando se chega ao topo da pirâmide que a discussão entre direitistas e esquerdistas vai parecendo a questão do ovo e da galinha. Quando se chega lá, ambos têm a notícia de que o governo e a elite financeira trabalham em conluio para foder com o povão - e aí, então, o direitista (o esquerdista que se diz de direita) diz que é o governo quem corrompe o mercado financeiro e o esquerdista diz que é o mercado financeiro que corrompe o governo.

2) Vejamos o que diz Ibn Khaldun sobre isso, em sua "Introdução à História":

"In gaining control, he does not plan to appropriate royal authority for himself openly, but only to appropriate its fruits, that is, the exercise of administrative, executive, and all other power. He gives the people of the dynasty the impression that he merely acts for the ruler and executes the latter’s decisions from behind the curtain. He carefully refrains from using the attributes, emblems, or titles of royal authority. He avoids throwing any suspicion upon himself in this respect, even though he exercises full control. … He disguises his exercise of control under the form of acting as the ruler’s representative."
3.1) Ibn Khaldun concorda com os esquerdistas, mas ele não é esquerdista. 

3.2) Apesar de a esquerda ter razão nisso, o mais abominável a respeito dela é que ela TRABALHA 100% para eles atualmente. A esquerda conseguiu fazer todos os seus correligionários acreditarem piamente que, ao lutarem contra a indústria e o comércio, estão lutando contra o grande capital

Roberto Santos (https://www.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10214893561315993)

Facebook, 11 de novembro de 2017.

Notas sobre a relação entre perdão da dívida e tomar o país como um lar em Cristo

1) Os economistas clássicos ainda tinham em mente a idéia cristã de que a usura era um grande pecado. 

2) Não só o cristianismo via a usura como um erro, mas toda a antiguidade. Todos os povos antigos sabiam que a classe financista era quem causava a destruição da economia produtiva, enredando a nação numa dívida crescente, impossível de ser paga, e transformando todos os membros da sociedade em escravos dela.

3 Embora o rei sempre se aliasse com os financistas para ferrar com o povo, como acontece hoje, isso era terrível para ele, porque, ao se endividar e não poder mais pagar a dívida pública, o povo emigrava, e a nação perdia sua força militar. Evidentemente os emigrantes se uniriam ao rei vizinho para dizimar seu antigo rei. Para evitar isso, criou-se o mecanismo do perdão da dívida, prática que o judaísmo herdou dos antigos na instituição do Jubileu. 

4) Na época de Cristo, essa prática foi esquecida, e é essa a razão pela qual Ele era tão duro com os financistas e dizia que era para dar ao irmão necessitado que o que pedisse, sem esperar nada em troca. Também era por isso que os fariseus O odiavam tanto: Só Deus, diziam eles, pode perdoar as dívidas, pois Ele é o dono da terra, e eles, os fariseus, eram seus legítimos representantes, não um maluco que se achava Deus.

Roberto Santos (https://www.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10214907785591591)

Facebook, 13 de novembro de 2017.

Das razões pelas quais Cristo expulsou os vendilhões do templo

1) O conservador nominal de hoje costuma ser muito anti-Estado, pendendo fortemente ao libertarismo econômico - isso chega a ser engraçado. Se você ler os evangelhos com atenção, verá que Cristo, apesar de não ser um defensor entusiasta do Estado, disse claramente que era para dar o que era de Deus a Deus, e a César o que era de César. Em contrapartida, o único momento nos evangelhos em que Ele fica furioso e sai descendo o cacete foi quando encontrou os tais "vendilhões" do Templo, os quais, na verdade, eram cambistas ou credores particulares.

2) Os templos, antigamente, eram, além de centros de culto religioso, o mercado financeiro que fazia empréstimos sem juros. Na época de Cristo essa prática havia acabado, e os religiosos - principalmente os fariseus - se tornaram os exploradores do povo. Essa a razão pela qual eles aceitavam de bom grado tudo que Cristo dizia, mas abominavam, a ponto de quererem matá-Lo, a partir do momento em que Ele falava em perdão dos pecados - o que também significa perdão das dívidas, tal como aparece na oração do Pai-Nosso.
 
3) O perdão das dívidas tem duas dimensões na Bíblia:

A) A dívida contraída com Deus é aquela em que você endivida com os poderosos do mundo, a ponto de se tornar escravos dele (banqueiros e financistas estrangeiros) e

B) Essa dívida propriamente dita, que era crescente e levava o povo à escravidão, Cristo veio para relevar e revelar - para além de muitas outras coisas - esses dois segredos esquecidos, além restaurar o instituto do PERDÃO da divida dando um claro recado aos poderosos (banqueiros e financistas, que se encontravam no templo): "Deus perdoará vocês, poderosos do mundo, se vocês perdoarem as dividas dos pequeninos, que vocês escravizam financeiramente, freqüentemente em conluio com César, que vocês corrompem".

Roberto Santos (https://www.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10214884814417326)

Facebook, 10 de novembro de 2017.

Por que os conservantistas não compreendem o liberalismo da forma como ele realmente é?

1) O que um conservador nominal de nossos dias não consegue entender de jeito nenhum - talvez por ignorância dos clássicos, talvez por má-fé - é que o liberalismo (aqui em entendido por liberdade em Cristo) NÃO preconizava a extinção do Estado, uma vez que devemos dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Livre mercado para essas pessoas significava "mercado livre dos avarentos e monopolistas, que vêem a riqueza como um sinal de salvação, como um fim em si mesmo". E essa gente constituía a classe ociosa, extrativista e exploradora da nação, que deve ser tomada como um lar em Cristo, na conformidade que vem de Deus.

2) Essa é a classe que detém o monopólio das terras, dos recursos naturais e da cunhagem da moeda. Adam Smith os abominava e era enfático ao dizer que o governo, fundado na Aliança do Altar com  o Trono, deveria taxá-los fortemente, reverter esse dinheiro para a infraestrutura e o financiamento da indústria e do comércio, sem cobrar juros, de modo a diminuir - ou mesmo acabar - com o imposto sobre estes ramos da produção de riqueza. E isso é uma forma de distributivismo.

3) Acontece que esses camaradas são a escória do mundo. Eles sempre conseguem convencer o governo a livrá-los dos impostos e fazer com que a mão pesada do governo esmague a indústria, o comércio e o trabalho. Ao longo da história, essa classe maldita sempre conseguiu seduzir a todos, e agora tem também a ajudinha dos que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de se autodenominarem conservadores, quando na verdade não passam de conservantistas .

Roberto Santos (https://www.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10214885201387000)

Facebook, 10 de novembro de 2017 (data da postagem original).

Notas sobre o perdão das dívidas - comentários ao Deuteronômio 15

1) Em Deuteronômio 15, lê-se o seguinte:

"No final de cada sete anos, as dívidas deverão ser canceladas.

2) Isso deverá ser feito da seguinte forma: Todo credor cancelará o empréstimo que fez ao seu próximo. Nenhum israelita exigirá pagamento de seu próximo ou de seu parente, porque foi proclamado o tempo do Senhor para o cancelamento das dívidas."

3) Logo depois, vem este versículo surpreendente:

"Assim, não deverá haver pobre algum no meio de vocês, pois a terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá como herança para que dela tomem posse - e por força disso Ele os abençoará ricamente"

4) Mais adiante, Deus faz um alerta:

"Cuidado! Que nenhum de vocês alimente este pensamento ímpio: 'O sétimo ano, o ano do cancelamento das dívidas, está se aproximando, e não quero ver o meu irmão pobre'."

5) Todo esse capítulo trata do mecanismo do perdão da dívida (clean slate). Como se vê, ele foi criado por Deus para que NÃO houvesse pobres. É como se Deus dissesse: " Se vocês seguirem os meus mandamentos, se botarem em prática esse mecanismo do perdão da dívida, NÃO haverá pobres entre vocês.

6) Ao afirmar que não empréstimos próximos à época do sétimo ano da servidão não devem ser feitos, duas coisas estão pressupostas aí.

A) A condenação da avareza e do cálculo financeiro, o que levaria à escravidão por dívida, sem prazo para se esgotar e a possibilidade de se ter poder de vida e morte sobre o cativo.

B) Uma apologia à produção, pois o dinheiro emprestado visava à produção (ou seja, é investimento). Deus é claro: Você perderá agora, mas Deus o abençoará RICAMENTE pelos próximos seis anos, se fizer isso. Trata-se de um poderoso mecanismo de capitalização moral e de integração entre as pessoas.

Roberto Santos (https://www.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10214916550090698)

Facebook, 14 de novembro de 2017.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Notas sobre a importância da distinção de Borneman e sobre a razão pela qual ela favorece o caminho natural do saber (de partir do que se sabe para o que não se sabe)

1) Se devemos partir do que é mais óbvio para o que não é tão óbvio, então ficaria patente saber que tomar o país como um lar em Cristo não é tomar o país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

2) Para que isso se tornasse patente, seria preciso distinguir nacionidade de nacionalidade, coisa que só pôde ser feita por John Borneman, no livro Belonging in the Two Berlins, em debate que este teve com Ernst Gellner, que considerava a história de todo e qualquer povo é marcarda por uma série de nacionalismos e salvacionismos, em que a constituição escrita é reescrita diversas vezes criando uma história da nacionalidade por meio das sucessivas crises constitucionais, posto que a nacionalidade é o sub-produto desse nacionalismo em que o Estado é tomado como se fosse uma segunda religião, feita de modo a revogar por forças humanas a primeira e derradeira, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.1) A distinção de Borneman permite exatamente fazer essa ponte do óbvio para o que não é tão-óbvio. O termo "nacionidade" é um neologismo decorrente da tradução de nationness (esse foi o termo usado nesse debate, constante na obra Belonging in the two Berlins) e que ainda não está dicionarizado em língua portuguesa. Isso tudo favorece o desenvolvimento de uma especulação filosófica nesta direção.

3.3) A única pessoa que conheço que está fazendo disso uma filosofia por enquanto sou eu (pelo menos, não conheço outra pessoa que faça um trabalho semelhante ao que faço).

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2017.

Por que não monto grupo fechado no facebook?

1) Uma das razões pelas quais eu não monto grupo fechado é que não tenho um grupo tão qualificado e que seja muito amigo meu, capaz de amar a rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

2) Se esse grupo fosse montado, um estado-maior poderia ser montado. Gente das mais variadas áreas: desde gente ligada ao Poder Judiciário, passando pelos militares, jornalistas, arquitetos, construtores. Os melhores em sua área, discutindo assuntos importantes.

3) Daria um bom senadinho de Cristo. Pelo menos uns doze ou mais, dada a complexidade das situações deste pais, que precisam ser tomadas como um lar n'Ele, por Ele e para Ele, apesar de todas essas desgraças.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2017.

Por que o conservadorismo é uma ciência da natureza humana?

"A tradição não é o culto às cinzas, mas a preservação do fogo".
Gustav Mahler.
1) O método científico, muito antes de Francis Bacon, já existia em todos os momentos e ações humanas que formaram as civilizações. As civilizações foram formadas por suas religiões e moldadas por suas tradições.

2) Tradições que nada mais são do que o acúmulo de experiências ao longo das gerações, mantendo inconscientemente um aperfeiçoamento contínuo da espécie vivente dentro de cada microcosmo. A ciência moderna apresenta ação parecida para alcançar seus descobrimentos, desenvolvimentos e aperfeiçoamentos: testar, experimentar, acertar, errar, retornar e avançar mantendo sempre as ações anteriores como padrão evolutivo.

3) O Marxismo é uma pseudociência, pois é impossível de ser implantada - e toda tentativa de implementar suas teorias resulta sempre num caos generalizado. O Marxismo é a idéia utópica de construir a humanidade ignorando os milhares de anos de experiências que deram molde a ela.

Marcelo Dantas (https://www.facebook.com/marcelo.dantas.961/posts/898008556990950)

Facebook, 13 de novembro de 2017.

Notas sobre a democracia moderna e o fenômeno da concentração de poder em poucas mãos

1.1) A democracia moderna - ensina-nos José Pedro Galvão de Sousa - falhou porque ela é uma herdeira da revolução, pois ela se inspira na idéia rousseauniana de que a 'vontade geral' é soberana.

1.2.1) Essa vontade é abstrata - por essa razão, não tem como ser representada.

1.2.2) Em um Estado liberal-democrata, a vontade abstrata é constituída do consórcio de muitas vontades individuais que teriam de ser representadas, por força de terem vencido a eleição e por serem consideradas as mais relevantes naquele momento em que houve a eleição, de modo a se promover o bem comum. Ela tende a levar em conta um provável "consenso".

1.2.3) Em um Estado social-democrata, a vontade abstrata é constituída do conjunto inteiro da sociedade que teria de ser representada.

2.1.1) Isso, evidentemente, é utópico.

2.1.2) A única forma de haver legítima representatividade - segundo ele - era por meio do municipalismo (princípio de subsidiaridade). Isso ajudaria a descentralizar o que devia ser descentralizado no Estado e a centralizar o que devia ser centralizado.

2.2) Com o surgimento da internet, na década de 90, essa falha no sistema democrático moderno, da qual falava Galvão de Sousa, parecia estar sendo solucionada com o surgimento dos blogs, os quais foram celebrados como a voz do indivíduo na sociedade, que finalmente seria ouvida.
No entanto, para Matthew Hindman - em seu livro 'O Mito da Democracia Digital' -, essas vozes eram muitas - e só algumas despontavam para o público com um interesse maior. Quando isso acontecia, logo passavam a ser subsidiados pelos clássicos representantes da elite política, fazendo com que a esfera alternativa dos blogs passasse, mais uma vez, a transmitir conteúdos idênticos aos da Big Mídia ou do Mainstream (tal como estamos a ver no caso dos blogs da esgotosfera).

2.3) Essa foi a primeira onda da internet: a idéia de que a internet ia causar o rompirmento do antigo modelo de Estado e de mídia Mainstream não aconteceu. Muito pelo contrário - o Estado continua o mesmo e a mídia Mainstream está mais viva do que nunca. Se a banda The Buggles entrasse na onda, diria na letra da sua música, mais uma vez, que a "internet killed the power and the big mídia stars", e erraria mais uma vez, como errou com o rádio.

 2.4.1) A segunda onda da internet vem com o surgimento de startups não-lucrativas, que prometiam estreitar as relações sociais na base do compartilhamento comunitário (TaskRabbit, eBay, Postmates, Lyft, Uber etc).

2.4.2) A dona Maria precisa de um saco de açúcar e pede à vizinha - ela não cobra nada pelo açúcar ou então pede à dona Maria que lhe dê apenas o valor que ela pagou por ele.

2.4.3) A dona Josefina precisa fazer uma compra mas não tem como ir ao supermercado. Então ela pede ao vizinho, que estava indo com a sua mulher ao mercado, para que aproveitasse a viage para trazer-lhe uma pequena compra, a qual seria paga assim que o casal vizinho voltasse.

2.4.4) O seu José precisa ir ao centro da cidade, mas não tem carro, então ele pede ao vizinho, que para lá estava indo, uma carona, cuja remuneração de custos o vizinho pode rejeitar ou aceitar.

2.4.5) Esse modelo da segunda onda da internet é chamado de 'economia de compartilhamento' - e isso foi celebrado no início como um novo meio de causar a ruptura com o modelo antigo, desta vez não dos velhos barões da política, mas dos velhos barões das grandes corporações monopolistas.

2.4.6.1) À medida que uma ou outra dessas startups ia crescendo em popularidade nas redes sociais, o Big Business - que nunca foi imbecil - começou a se interessar por elas. De 'não lucrativas' que eram passaram a ter uma tremenda lucratividade, a tal ponto que as relações sociais - em vez de serem aproximadas, solidificadas e aprofundadas - foram todas quantificadas e mercantilizadas depois que essas startups passaram a buscar o monopólio para o capital financeiro que as subsidiava.

2.4.6.2) Se havia uma grande chance de você obter um saco de açúcar com sua vizinha e não pagar nada por isso ou mesmo compensar o que ela pagou por ele, agora isso já não é mais possível. Se havia alguma possibilidade de o seu vizinho lhe dar uma carona sem custo, ou mesmo por um valor irrisório por isso, agora não há mais essa possibilidade.

2.4.6.3)Agora todas as relações sociais estão sendo quantificadas economicamente. A internet não só não entregou nada do que prometeu, tanto na política quanto na economia, como agravou a coisa extraordinariamente, concentrando ainda mais o poder dos velhos barões da política e do grande capital
.
3.1) Não se iludam. Como já disse Bertrand de Jouvenel em seu livro "Du pouvoir : Histoire naturelle de sa croissance": O poder só cresce, seus bobinhos.

Roberto Santos (https://www.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10214827445303134)

Facebook, 3 de novembro de 2017. 

Devemos defender as minorias abraâmicas e não toda e qualquer minoria fundada no homem, pelo homem e para o homem

1) A única minoria que deve ser mesmo defendida é a minoria abraâmica. Mesmo que produza descendentes tão numerosos quanto as estrelas do céu, ela nunca vai ser tirana, pois vive em conformidade com o Todo que vem de Deus, uma vez que Este é bom.

2) A s demais minorias se fundam no homem. Por isso mesmo, defendê-las é filantropia - e é neste ponto que a política deixa de ser caridade e organizada de tal maneira a servir ao bem comum, uma vez que essa defesa se voltou para o nada. E é dessa filantropia que essas minorias se desenvolvem e se tornam tirania - como se fundam no homem, pelo homem e para o homem como a medida de todas as coisas, elas guardam de si a marca do pecado original, a tal ponto que fazem da terra uma sucursal do inferno.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2017.