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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Por que me atirei neste mar virtual nunca dantes navegado?

1) Alguns me dizem que uma pessoa tão inteligente quanto eu não deveria ter relacionamentos virtuais, mas, sim, reais.

2) Se essas pessoas tivessem visto um filme da minha vida entre 1995 a 2008, veriam que não encontrei, nos lugares por onde passei, gente de qualidade com a qual eu pudesse ter uma boa conversa. Muito pelo contrário; fui alvo de bullying- e esse bullying foi fomentado pelos esquerdistas. E foram esses esquerdistas que imbecilizaram pessoas ao meu redor sistematicamente.

3) Desde que migrei pra vida online em 2007, eu consegui o que queria: gente com a qual eu pudesse conversar sobre assuntos importantes. Só não converto relacionamento virtual em relacionamento real por conta de circunstâncias pessoais que me são desfavoráveis (como o fato de não dispor de capital suficiente para fazer viagens e ver meus contatos ou mesmo morar no Rio de Janeiro, na atual circunstância de falência institucional), mas nem por isso desisti das pessoas com as quais converso sobre coisas importantes.

4) Se eu morasse em outro lugar onde as pessoas não são vazias, certamente eu não buscaria a rede social como um remendo para preencher o vazio que há ao meu redor.

5) Como diz o professor Olavo de Carvalho, num ambiente vazio, onde você não encontra os amigos adequados, você será obrigado a se sujeitar a quem quer te destruir, a ponto de converter uma pessoa inteligente em medíocre. Como na minha circunscrição geográfica não encontro gente de qualidade, então eu me lancei neste mar nunca dantes navegado para conseguir gente com a qual pudesse crescer enquanto pessoa. E não me arrependo desta experiência.

6.1) Tem que ser no mínimo muito imbecil para não perceber a estupidez reinante desta terra e ainda zombar de todo aquele que troca o vazio das pessoas reais próximas geograficamente por pessoas reais que estão a milhares de quilômetros de distância e que podem acrescentar em alguma coisa.

6.2) O mundo chama essas pessoas com as quais lido na internet de "pessoas virtuais". Concordo que o termo "virtual" indica potência de uma amizade verdadeira e real, mas essas amizades virtuais são mais reais do que a interação que eu tinha com todos os amigos imaginários que fui capaz de bolar para poder sobreviver à faculdade, na época em que não havia rede social.

6.3) É graças aos meus contatos de internet que posso sobreviver ao vazio cultural do Brasil, à crise pela qual atravessa o meu estado e a muitas outras coisas. Por isso, enquanto esta tábua de salvação for firme, eu vou crescendo e me expandindo, até fazer dessa tábua meu barco, a partir dos pedaços de madeira que encontro pelo caminho, no mar virtual.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de outubro de 2017.

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