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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Memórias do tempo em que fazia crisma

1) Eu lembro do meu catequista dizendo que ir à balada é pecado, uma vez que a beleza das moças que freqüentam tais lugares é voltada para o mal, com fins vazios.

2) Meu catequista está certo, pois este argumento é objetivo. Mas, para que esse ensinamento religioso se converta em lei que se dá na carne, a paróquia tinha que oferecer a um jovem com os hormônios em alta a possibilidade de conhecer moças virtuosas, tão bonitas quanto as republicanas que vão às baladas - e a Igreja, antigamente, promovia quermesses, que já não existem mais. Como a mais bonita das jovens da paróquia é uma baranga perto da republicana de zona sul, o ensinamento do catequista se torna flatus vocis, moralismo religioso vazio, um tiro no próprio pé. Se a beleza exterior não casa com a beleza interior, então a catequese será ruim, pois o conceito de beleza é inexoravelmente ligado ao conceito de verdade, coisa que é conforme o Todo que vem de Deus.

3) Os jovens que estão nessa faixa etária não estão interessados em servir a Cristo em terras distantes, tal como se deu em Ourique, pois esse tipo de coisa pede maturidade. Certamente eles vão querer alguém geograficamente mais perto, dado que a fisiologia fala mais alto do que a razão.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de outubro de 2017 (data da postagem original).

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