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domingo, 1 de outubro de 2017

A questão da liberdade de reunião não pode se dar com fins vazios. Notas sobre o caso do Rio de Janeiro

1) Aqui no Rio de Janeiro, quando se trata de converter relacionamento virtual em relacionamento real (dentro daquilo que o Olavo sempre recomenda), essas coisas sempre terminam em fiasco.

2) Recentemente, me convidaram para um evento onde os membros dos tradutores de direita e os alunos do Olavo que se encontram no Rio de Janeiro iriam se encontrar. Local combinado: subway da Rua do Lavradio, às 18:00.

3) Será que o pessoal não aprende que, nesse horário, as pessoas estão saindo de seus trabalhos e voltando pras suas casas, após uma jornada extenuante de trabalho? E quando ocorre o movimento pendular de volta, a cidade fica repleta de mendigos, inviável para um evento dessa natureza?

4) Será que o pessoal não aprende que qualquer evento realizado num restaurante, numa lanchonete ou afins no Rio de Janeiro sempre vai custar os olhos da cara? Isso sem falar que a comida e a bebida consumidas no evento são sempre da pior qualidade possível?

5.1.1) Quando o pessoal vai aprender a organizar eventos?

5.1.2) Nos anos 50, quando houve o advento da Bossa Nova, as pessoas visitavam a casa de seus amigos e se apresentavam para esses amigos - e as coisas se davam sempre em âmbito de família.

5.1.3) Quando o PT, nos anos 80, começou a se organizar, eles organizavam churrascos e peladas nos fins de semana com os correligionários.

5.2.1) A geografia da cidade do Rio de Janeiro, que é acidentada, favorece esses encontros nas casas uns dos outros, o que faz com que o crime de roubo à residência não seja tão comum como é em São Paulo.

5.2.2) Como a mônada racional da política municipal, e da ciência política como um todo, é sempre nos bairros, seria muito mais sensato organizar esses eventos em casa de família. Se eu morasse sozinho, eu chamava os que amam e rejeitam as mesmas coisas para conversar sobre coisas importantes e comer uma pizza caseira no jantar ou um almoço feito em casa mesmo após as reuniões. Como minha família não quer saber de gente estranha à família dentro de casa, eu não organizo esses eventos.

5.2.3) É essa falta de senso prático - essa falta de senso de realidade acerca dos problemas da cidade - que faz com que eu não queira saber da opinião de muitos, dado que só conservam o que é conveniente e dissociado da verdade, coisa que se dá na conformidade com o Todo que vem de Deus.

5.2.4.1) Lembro-me de uma postagem da minha Sara Rozante que o centro da vida comunitária se dava nas paróquias. E é por conta disso que as reuniões gerais se desdobravam em reuniões particulares, em casas de família.

5.2.4.2) Quem opta por reuniões no Centro do Rio tende a tomar como norte da vida política o centro comercial descristianizado e nele cada um tem a liberdade de fazer o que quiser, ainda que conservando de maneira conveniente e dissociada da verdade esse senso prático que descrevi no item 5.2.3. E isso é edificar liberdade com fins vazios.

6.1) Enquanto não fizerem o que deve ser feito, reuniões no âmbito paroquial para só depois haver reuniões em âmbito familiar, a cidade do Rio de Janeiro jamais será reconquistada espiritualmente.

6.2) Admitindo que o Rio de Janeiro é o coração do meu Brasil, não dá para tomar o país como um lar em Cristo se a paróquia não for centro da vida comunitária do bairro - muito menos se a catedral não for o centro da vida da cidade, seja espiritual ou política. Acredito que a revitalização do Centro de modo que o comércio e o hedonismo da Lapa sejam a base de todas reuniões necessárias ao movimento conservador da cidade é cair no engodo de que a liberdade para o nada, que é ruim, vai produzir algo bom para a cidade. Nada mais do que falso.

6.3) Desde me que converti ao catolicismo, cada reunião paroquial tem me ensinado mais sobre essas pequenas coisas do que essas pretensas reuniões em que o pessoal só fica discutindo bobagem e que nada acrescenta para o bem da cidade como um todo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de outubro de 2017.

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