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terça-feira, 13 de junho de 2017

Uma meditação sobre o patrimonialismo

1) Eu estava aqui meditando sobre a Teoria Geral dos Descobrimentos Portugueses, do Jaime Cortesão. 

2) Se Jaime Cortesão aponta que a grandeza de Portugal está no sentido de se casar o interesse nacional à causa universal de Cristo, então certamente houve um ponto de contato entre a nacionidade e a nacionalidade. 

3) A partir do momento em que a sabedoria humana começou a influir demais, de modo a afastar a sabedoria divina, a nacionalidade - o interesse em se consolidar a soberania do Estado português a todo e qualquer custo, através da riqueza do príncipe - prevaleceu sobre a nacionidade, esvaziando a força vitalizadora que fazia Portugal se lançar sobre o mar e fincar a civilização nos confins da Terra, o que faria com que Portugal perdesse seu sentido como pátria, já que Cristo nos enviou em missão para isso.

4) Duas foram as causas: a obsessão pelo sigilo, pelo monopólio dos mares e o instinto forte de sobrevivência, já que Portugal era um país pequeno, em face do poderio espanhol. Esse instinto de sobrevivência tornou-se uma obsessão, uma doença do espírito, o que dá causa para se confundir o país tomado como um lar como se fosse uma religião. 

5) A partir do momento que se toma a soberania até as últimas conseqüências, cuja medida se dava através da riqueza do príncipe, tem-se o patrimonialismo na sua modalidade mais pervertida - e é isso que caracteriza os abusos e as tiranias por que passamos. Isso é um vício endêmico de nossa civilização. 

6) Esse vício inerente aperfeiçoou-se na República e por isso temos o que temos. 

7) Examinando do ponto de vista histórico, a monarquia não é o atraso, pois o pecado decorreu da circunstância e tinha aspecto acidental. Com o acúmulo desses pecados com o passar do tempo e com a pregação sistemática da mentira como verdade, coisa essa que se deu no Iluminismo, temos aí a gênese da nossa tragédia. 

8) A República, por causa dessa pregação sistemática que lhe deu origem, é pecado mortal e sistemático - por isso, devemos afastá-la. 

Estas são algumas reflexões que tive, mas ainda não estão maduras. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de junho de 2016 data da postagem original).

Nota: o texto foi originalmente escrito em 2014, mas eu o mantive inédito. Só agora eu decidi publicá-lo.

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