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terça-feira, 6 de junho de 2017

Notas sobre uma fala de Duns Scot

1) A maledicência é sinal de infidelidade? Isso depende da maneira como eu sou tratado na relação, pois de minha parte eu sempre trato a todos bem.

2) Por exemplo, minha primeira namorada tinha a péssima mania de opinar sobre sobre coisas sensíveis, que exigem estudo e muita reflexão. Como só falava besteira e conservava o que era conveniente e dissociado da verdade, ela tinha de fato má consciência. E denunciar esta terrível experiência de vida que tive não é uma maledicência, dado que não desejo a ninguém passar pela mesma experiência por que passei.

3.1) Outro exemplo, se minha namorada atual não me dá a atenção de que necessito por conta do trabalho - a ponto de passar mais de 20 dias sem notícias dela -, o fato de estar sondando uma outra pessoa no lugar dela que me dê a atenção devida a tudo o que tenho a dizer não é maledicência ou infidelidade da minha parte.

3.2.1) Em 2004, eu tive um relacionamento com uma modelo de São Paulo, na época do ICQ, que simplesmente sumiu do mapa e nunca mais tive notícias dela.

3.2.2) Como já passei pela experiência do abandono antes, então eu sinto receio de ser abandonado de novo e sem um bom motivo.

4) Enfim, eu nunca fui infiel nos meus relacionamentos. No caso do meu primeiro namoro, a pessoa foi infiel por conta de não amar a verdade de todo o coração. Neste atual namoro, o fato de não ter notícias há mais de 20 dias revela falta de consideração para comigo, um tipo de infidelidade.

5) Se você, minha atual namorada, quer minha lealdade e ser minha esposa, mostre que tenha conteúdo e que esteja disposta a ser parte da minha vida. A vida intelectual que eu tenho é minha vida e não sei ser outra coisa.

6.1) Jamais falarei mal de você, pois não inventarei fatos contra você. Eu só falo fatos que de fato pesam contra você - e isso não é maledicência. Isso é justiça!

6.2) E justiça é dizer a verdade dentro das relações humanas. Se você falha comigo e eu rompo com você, é porque você deu causa pra isso.

6.3) Se você me pedir desculpas por essa falha, eu aceito voltar. Mas uma coisa vai pesar contra você, caso eu aceite voltar a ser seu namorado: por que não temos conversas edificantes, de modo a que possa conhecer melhor você e que possa fazer com que eu me sinta parte da sua história, como um ser que me é tão querido?

6.4) Isso é melhor do que sexo e uma das razões agora para romper é a falta disso, de uma boa conversa. Estou numa fase da vida em que uma boa conversa é melhor do que sexo. Passei muitos anos estudando filosofia e evitando conversas inúteis. Hoje em dia, sinto repulsa de gente vazia, que nada vai me acrescentar. Estou tendendo a pensar que namorar uma pessoa vazia já é um tipo de fornicação, pois isso vai desgraçar a minha alma.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de junho de 2017.

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