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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Notas sobre um problema epistemológico relativo ao estudo das histórias de cada região do Brasil

1) Eu vejo que muita gente quer estudar a História do Brasil olhando para os vários brasis, que serão tomados como se fossem coisa sem olhar para a outra ponta, fundada em Ourique. O risco inerente desse esforço é ver esses outros brasis tomados como se fossem religião, a ponto de a naturalidade ser convertida em nacionalidade. Isso certamente gerará a cultura do separatismo, como se esses brasis tivessem sua própria verdade, agindo como filhos pródigos no micro da mesma forma que o macro fez no dia 7 de setembro de 1822.

2.1) Não é por questão de purismo - até porque não vejo vaidade em que deseja fazer estudos nessa natureza, mas de inocência própria de quem é caipira, que não percebe esta realidade, bem documentada por Vianna Moog em seu livro Bandeirantes e Pioneiros: muitos dos que são nascidos aqui possuem a tendência de se contentar com o que está disponível.

2.2) Como não há essa preocupação de se rastrear as origens desses vários brasis, que deságuam naquilo que foi edificado em Ourique, isso terminará em conservantismo, o que acaba edificando mentalidade revolucionária e liberdade para o nada.

3) Pela minha experiência, nem é sensato que se tente a convencê-los a também verem esse lado. Serei rotulado de colonialista e centralista, pois muitos debocharão daquilo que não compreendem - e este tipo estupidez é algo bem difundido nesta terra, principalmente nas escolas e nas redes sociais. Por isso que fico na minha e faço o que deve ser feito: ser farol ilhado nestas trevas continentais. Não só sou luz como também sou fermento e sal - e isso é próprio da conformidade com o Todo que vem de Deus. E quem me ouve certamente seguirá os meus passos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 2016

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