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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Notas sobre o que é ser político por força daquilo que foi edificado em Ourique

1) Quando um escritor como eu estimula um estrangeiro a tomar o Brasil como se fosse um lar e a servir a Cristo nestas terras distantes - as terras em que nasci por força do que foi edificado em Ourique -, a naturalização desse estrangeiro não quer dizer necessariamente renúncia à nacionalidade que esse estrangeiro adquiriu por força de seu nascimento em sua própria terra nativa, mas pedido de licença de modo a ir servir a Cristo nestas terras distantes em que vivo.

2) Precisamos ver o que não se vê. O que se aparenta uma renúncia, é, na verdade, um pedido de licença e uma excelente oportunidade de evangelização e de promoção do bem comum, pois no Brasil o político estrangeiro, que se naturalizou de modo a nos servir, nos introduzirá virtudes que não temos e levará ao seu povo do qual é originário uma experiência política valiosa, uma vez que tenha adquirido a experiência necessária de modo a ir servir a Cristo em terras distantes, pois servir ao bem comum implica que você se universalize e sirva a outros povos que não o seu, o que acaba servindo de escola de modo a que você sirva seu povo melhor. Isto é uma escola de santidade e faz da política ciência da descoberta do outro - e é exatamente isso o que significa ir servir a Cristo em terras distantes, tal como se estabeleceu em Ourique.  

2) Se há um Direito Público Universal, fundado no fato de se tomar o país como se fosse um lar em Cristo, então isso se dá justamente no fato de que não é proibido, por força de Lei Natural, um estrangeiro se naturalizar e ir servir a Cristo nestas terras distantes e promover coisas que decorrem do bem comum, o que faz com que uma planta nativa de outra terra acabe indo se plantar no mar e no além-mar, por força dessa mesma missão, edificada em Ourique. Como a missão de ir servir em terras distantes implica semear consciência no mar e no além-mar, então isso implica ter tanta fé em Deus a tal ponto que até mesmo o impossível será feito, que é continentalizar almas inteiras de modo a formar uma verdadeira pangéia espiritual - afinal, para Deus nada é impossível. Basta que sua fé seja tão minúscula quanto um grão de mostarda e as coisas acontecerão.

3) Por conta deste fundamento, quem se naturaliza de modo a atuar na política brasileira e promover o bem comum não deve perder sua nacionalidade originária, pois está trazendo de sua terra virtudes que muitos dos nascidos nesta terra não têm, por tomarem o país como se fosse religião e fora da conformidade com o Todo que vem de Deus, tal como meu colega Haroldo Monteiro bem apontou. O exemplo disso que falo se dá na Argentina - ainda que o argentino se naturalize, ele não perde sua nacionalidade originária. E este modelo seria perfeito para um país marcado pela missão de ir servir a Cristo em terras distantes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 03 de outubro de 2016 (data da postagem original).

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