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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

O escritor é, em parte, um pitcher de baseball

1) Nos playoffs do baseball, o jogo tende a ser um jogo dos arremessadores, dado que eles definem o ritmo da partida. Para cada arremesso, um padrão da respiração deve ser adotado; para cada rebatedor, uma estratégia diferente, dependendo das circunstâncias do jogo, do catcher que passa as informações e do arsenal disponível. Enfim, isso torna o jogo complexo, do ponto de vista estratégico, dado que são vários os graus de tensão envolvidos naquele microcosmos da realidade, coisa que prepara para a eternidade.

2) O regime republicano está em vias de cair - ele já deu tudo o que tinha dar. Não deu outra coisa senão mentiras, caos e retrocesso. Nós estamos numa era de transição: ou voltamos para a monarquia ou caímos no comunismo de vez. E esta era é tensa, dificílima. Para quem escrever, é um momento de muita pressão, tal como há nos playoffs.

3.1) Na guerra cultural, os escritores - os que edificam a imaginação de toda uma comunidade política de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar, com base na pátria do Céu - tendem a ditar o ritmo da partida, da guerra cultural.

3.2) Ao contrário do arremessador, quanto mais ele escrever, de modo a edificar consciência nas pessoas, melhor. Por isso, o ERA (Earning Runs Average) do arremassador é inverso ao do escritor, embora ambos ditem o ritmo da partida, já que o jogo de baseball é uma guerra ritualizada, embora a guerra cultural seja uma guerra real, que está além do mundo físico. E só quem é capaz de ver o que não se vê é que perceberá a importância do trabalho do escritor, que está a construir pontes, de modo a que as coisas sejam imaginadas - e é só assim que conseguiremos amar e rejeitar as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de setembro de 2016.

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