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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Criticar sola scriptura fazendo tábula rasa na história é hipocrisia

1) Uma das razões pelas quais não fazemos da Bíblia crença de livro é porque Jesus é o juiz de toda a História. Ele conhece o passado, o presente e o futuro, pois é Deus. Logo, o que está exposto na Bíblia é subsídio para algo mais amplo, que abrange toda a História. Dito desta forma, a Bíblia é uma amostra da realidade, coisa que se funda na eternidade e que está distribuída ao longo da História pela graça de Deus, que guia a todos nós na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) É incoerente a pessoa criticar a sola scriptura dos protestantes e, ao mesmo tempo, fazer tábula rasa na interpretação dos documentos históricos, da forma como um positivista faz nas leis. Isso é um desserviço à verdade, pois a pessoa está querendo conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Esse historiador está deixando de ser guardião do passado e virando o dono da verdade, o que é fora da ética profissional e fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.1) A crítica à sola scriptura é verdadeira, no particular, pois não se pode fazer interpretação da Bíblia com fins particulares - e isso é verdadeiro no geral quando a pessoa estuda a história dos povos humanos sem fazer tábula rasa nos conceitos históricos, posto que história não é ciência exata. 

3.2) Exemplo disso é o conceito de liberalismo. Da forma como eu o conceituei, ele é perfeitamente lógico - logo, isso faz atualizar tudo o que se sabia antes, através da readequação das formas da linguagem, por meio da readequação vocabular. Todo aquele texto que apontava críticas ao liberalismo será atualizado, pois isso o conteúdo antes descrito por liberalismo, que é verdadeiro, é, na verdade, libertarismo, pois os revolucionários buscam liberdade fora da liberdade em Cristo. Se a alguém resiste a isso, é porque é insensato e está a conservar o que é conveniente e dissociado da verdade: a vaidade. Como sua sabedoria de homem está dissociada da divina, o historiador tem um quê de gnóstico, pois está interpretando as coisas de maneira hermética, fechada à realidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de maio de 2016 (data da postagem original).

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