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sexta-feira, 15 de abril de 2016

Mais notas sobre o método geométrico

1) Padre Paulo Ricardo ensinava a diferença entre ídolo e ícone:

1.1) Ídolo é toda imagem que leva a um nada. A adoração a um ídolo é puramente sentimental, voltada a coisas de momento, fisiológicas - não está fundada na reta razão e nem na verdade. 

1.2) Exemplo disso são as imagens da deusa do Sol, da Lua e da Chuva - como essa gente não compreendia direito esses fenômenos, adorava-os somente pelo fato de que existiam e porque traziam benefícios que não podiam compreender. 

1.3) No mundo moderno, a adoração a estrelas do rock ou do futebol tem profunda relação com os ídolos de antigamente: eles são adorados por conta da qualidade de suas músicas, por suas atitudes que desafiam as convenções sociais ou porque fazem gols que garantem a vitória do time. A vida por trás deles nem sempre é motivo de santidade ou de dedicação à verdade - e uma vida fora da conformidade com o Todo que vem de Deus não merece ser digna de registro, pois não é relevante para a posteridade.

1.4) Em inglês idol (ídolo) e idle (desocupado, vago) têm a mesma pronúncia. E são parecidas, quanto à forma de se escrever. Por isso, faz todo o sentido dizer que o libertarismo, que edifica uma liberdade fora da liberdade de Cristo, restaura os ídolos, pois isso é cultura apontando para o nada, destituída de sentido verdadeiro.

2.1) Ícone é uma imagem que aponta para o que é verdadeiro, para o que é conforme o Todo que vem de Deus. É a fotografia de algo que é amado, por conta do seu serviço à verdade e à virtude. Eis a imagem dos Santos ou de Jesus na Cruz. São símbolos que fortalecem a fé de comunidades inteiras - símbolos eternos que fazem com que a cosmologia das coisas se perpetue em nossa civilização, por se fundar na verdade, naquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.

2.2) Se a tradição apostólica é um cone, então essa imagem é indelével, por representar a verdade - trata-se um ícone, pois é próprio, inato, desse cone representar a verdade - eis a sua razão de ser, ontologicamente falando. E destruir esse cone, que é o símbolo da Igreja, é promover iconoclastia. É um pecado contra a bondade de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de abril de 2016 (data da postagem original).

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