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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Notas sobre um novo tipo de protestantismo que está infiltrado no seio da fé católica

1) Me incomoda muito o alarmismo conservantista em cima do Papa Francisco. Esse logicismo é uma desgraça.

2)  Em questões espirituais, onde cada tensão da realidade pesa, você tem que lidar com as contradições, principalmente num mundo onde impera o relativismo moral e onde há uma progressiva perda do senso do certo e do errado.  Se fosse fácil escrever certo por linhas tortas, qualquer um escreveria encíclicas. Mas não é isso o que acontece.

3.1) Eis aí porque a leitura da encíclicas, para se compreendê-las, deve se dar numa lógica que admita as contradições, pois as formas, por mais inapropriadas que sejam, devem ser readequadas de modo a que sirvam à verdade, àquilo que é conforme o Todo que vem de Deus. Por isso que essa lógica, a paraconsistente, leva o que é dito, tendo por hermenêutica a continuidade da caridade e da boa vontade, pois ela ama a verdade, coisa que vem de Cristo.

3.2)Se as coisas fossem lidas com base na lógica clássica, que não admite contradição, muitos olhariam para os papas pós-conciliares como se fossem hereges, tal como os tradicionalistas radicais fazem. Essa gente não percebe o terreno espinhoso em que nos encontramos, pois não exergam o próximo como um espelho de seu próprio eu. Eles não vivem essa realidade espiritual de agora - eles estão muito presos à letra do dogma, mas não ao conteúdo, à verdade, enunciada no dogma.

4) Enfim, há um novo tipo de protestantismo, desta vez instalado no seio da Igreja Católica, que se recusa a enxergar a realidade espiritual em que nos encontramos, marcada pelo relativismo moral e pelo marxismo cultural. O mar que temos para navegar é lamacento e traiçoeiro - e é esse mar que deve ser navegado. A cruz deve ser abraçada, pois o martírio da incompreensão é o risco que devemos correr, de modo a servir bem a Cristo, ainda que em terras distantes.

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