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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Notas sobre o princípio da igualdade na monarquia e na república

1) Quando trato as pessoas igualmente bem, enquanto consumidoras dos serviços que presto, eu preciso levar em conta também suas diferenças. Tem aspectos em meu serviço que uma pessoa A gosta mais do que B, e em outros aspectos B gosta mais do que A. Por conta disso, meu serviço deve ser sistematizado e flexível, de modo a agradar o maior número de pessoas possível, levando em conta o que é de seu interesse, já que o meu serviço se funda naquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, coisa que no geral A e B amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Por conta disso, acabo me tornando rei dentro do serviço que presto - e tendo a servir melhor a quem busca os meus serviços quando faço uma boa regência do serviço dos meus empregados, de modo a que bem melhor façam o seu serviço, por estarem motivados por conta do meu exemplo, da minha liderança e porque levo em conta o grau de desempenho profissional de cada um a ponto de remunerar a cada um bem, dentro de suas circunstâncias profissionais e pessoais, uma vez que levo em conta todas as circunstâncias que regem a cada um dos meus empregados, em todas as suas classes.

2) O que explico aqui é o que Aristóteles tanto fala: trato os iguais, os que estão sujeitos à Lei Eterna, levando em conta suas circunstâncias, suas desigualdades, seus gostos, seus interesses. E quando faço isso, dou um tratamento mais personalista a quem busca o meu serviço.

3) A impessoalidade, na república, tem muita relação com a indiferença. Todos são iguais perante a lei fundada em sabedoria humana dissociada da divina - neste ponto, todos os humanos regidos pela Carta Constitucional de 1988 são reduzidos a um CPF. Essas pessoas não passam de prestadores de impostos, uma vez que o Estado é tomado como se fosse religião de Estado totalitário - e nele eles só tem deveres e não direitos, pois a Constituição não passa de letra morta, de uma folha de papel que prega uma verdadeira utopia. O republicanismo em que vivemos não passa de uma ordem protestantizada, fundada no amor ao dinheiro ou onde a riqueza é indício de salvação dos poucos eleitos que a possuem - além disso, ninguém crê em fraternidade universal, o que tende a uma descristianização cada vez mais crescente - e isso é um prato cheio para a propagação do islamismo.

4) O igualitarismo, enquanto falácia e utopia, atende a esses dois requisitos: impessoalidade + indiferença - e isso leva à massificação. Os homens são reduzidos a peças de uma engrenagem mecânica e se tornam substituíveis uns pelos outros (pois A, B, C podem ser substituídos pelo mesmo gênero quantidade e qualidade - e isso é irreal, pois a natureza humana, enquanto criatura muito amada por Deus, é muito mais complexa do que isso). Não é à toa que isso edifica ordem totalitária.

5) O regime republicano preza a impessoalidade - eis aí porque o retorno dos impostos é da pior qualidade. Na monarquia, como os cidadãos são tomados como se fossem filhos dessa grande família que é a pátria, tomada como se fosse um lar em Cristo, então todos são levados em conta, dentro de suas circunstâncias - seja o lugar onde se mora, seja a classe profissional em que está lotada a vocação de servir ao próximo, seja por conta da sua necessidade de instrução, de uma boa saúde ou de melhores condições de trabalho.

6) O regime monárquico imita melhor a lei natural do que a república. Cristo é Rei e fez de alguns de seus servos e imitadores mais fiéis reis de modo a servir melhor aos que vivem na conformidade com o Todo que vem de Deus, dentro de suas circunstâncias locais. Enfim, a república cristã é um verdadeiro império - e cada território é uma monarquia, uma república mais evoluída do que a congênere tal como a conhecemos hoje, marcada pela ambição pessoal estúpida, pela falsa filantropia e pela fisiologia carreirística.
 
José Octavio Dettmann
 
Rio de Janeiro, 11 de fevereiro de 2016 (data da postagem original)

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