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terça-feira, 20 de outubro de 2015

Notas sobre como uma experiência radicalmente nova me afeta

1) Quando eu passo por uma experiência nova, eu fico tão excitado com a experiência a ponto de ficar pensando em todas as possibilidades e implicações que esta nova experiência pode me proporcionar, de modo a que eu possa tomar o país como se fosse um lar de uma maneira melhor. Pois viajar de avião ampliou muito meu senso de território - o que me era distante e impossível agora ficou perto e possível - basta só pegar um vôo.

2) Eu sei que existem outras coisas também, como ter um lugar para ficar e onde eu possa comer - eu sei muito bem de tudo isso e não sou insensato, tal como meus pais e muita gente podem achar que eu sou. As coisas vêm com o tempo - o que era importante para mim era meditar sobre as implicações que isso pode me trazer em termos de experiência. A excitação é temporária - dentro de alguns dias, eu volto pra realidade - eu me conheço muito bem, pois já passei por isso muitas vezes. E é por saber como essas coisas me afetam de que preciso tanto estar sozinho, antes de voltar para o convívio da casa paterna. Pra mim, isso me é muito importante, pois estou agindo como um filósofo - do contrário, isso só trará conflito, pois meus pais vêem as coisas de uma maneira diferente de mim, já que eles não me vêem como um filósofo.

3) Quando eu recapitulo a minha experiência constantemente, neste estado de excitação, não é para encher o saco dos meus pais ou das pessoas que tanto prezo. Meu ouvinte onisciente ouve tudo e me compreende infinitamente e pacientemente, pois ele me ama e eu sei que ele me ouve, quando preciso. Por isso que necessito urgentemente de um lugar onde possa ficar sozinho até que esse estado passe. Só mesmo com muito trabalho e com muita vaquinha eu conseguirei esse lugar - e certamente conseguirei providenciar um lugar para até o momento em que eu volte à serenidade.

4) Meus pais não compreendem as coisas que podem passar na minha cabeça, a ponto de me comportar desse jeito, de maneira agitada. É por conta dessa falta de compreensão que preciso urgentemente de um lugar onde eu possa ficar sozinho até que eu volte a realidade e possa estar com os meus pais, sem grandes conflitos, tal como era antes da viagem.

5) As pessoas não compreendem, mas eu tenho uma enorme necessidade de estar sozinho, quando passo por algo que nunca passei antes. Até eu voltar para a realidade, para a serenidade, isso pode levar alguns dias, dependendo do quão revolucionária seja essa experiência para mim.  A experiência de viajar de avião foi uma experiência muito radical para mim. Isso nunca me aconteceu antes. Quando estou nesse estado, dá um bloqueio em mim e isso só passa até que eu esgote especulativamente todas as possibilidades que podem decorrer disso.

7) Estou mais tranqüilo agora. Mas eu escrevo isso só para vocês terem uma idéia do que acontece comigo, quando passo por algo novo e que nunca me imaginei fazendo ao longo da vida que estou a viver. Por isso que estava menos participativo, desde que voltei pra casa.

8) O que faço online é bem diferente da experiência offline. A vida online pede serenidade - a vida offline é cheia de tensões e tudo pode nos levar à excitação ou à depressão, dependendo da circunstância. Só a solidão e a confissão constante a um ouvinte onisciente é a única terapia que você pode ter, de modo a lidar com as tensões, pois a sabedoria humana dissociada da divina nega isso. Eis aí porque muitos na faculdade achavam que eu era maluco, pois não encontrava um lugar onde pudesse ficar sozinho, quando me era preciso.

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