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terça-feira, 9 de junho de 2015

Do risco político em papéis de longo prazo

Um papel de 100 anos da Petrobras na monarquia:

1) Pode ser resgatado a partir do terceiro ou quarto imperador. Normalmente, um Imperador dura 30 ou 40 anos de reinado - ou 50 anos, se assume jovem. Como o governo passa de pai para filho, a tendência é as coisas se manterem, pois aquilo que é sensato é mantido.

Um papel de 100 anos da Petrobras na república:

1) Se tudo correr bem, o que é pouco provável, você só recebe após o 25º presidente. Isso se não acontecerem ditaduras, golpes, hiperinflações, estatizações, confiscos etc. Como tudo muda a cada 4 anos, é bem provável que nem recebamos o pagamento do valor prometido no papel - ou só um pequeno valor, de modo a nem compensar o valor do dinheiro aplicado. É mais provável que a dívida seja vencida antecipadamente e nem se cumpra a natural líqüidação do título, nos termos da emissão.

Esses são os riscos políticos de um papel dessa natureza - são riscos conhecidos, mas se agravam por conta do conservantismo que há entre os apátridas que moram nesta terra e que são maioria da população. E esses riscos conhecidos influem na economia e na administração da empresa, já que ela é uma estatal - e não existe ainda uma sinalização de que ela vai ser privatizada, dada a forte cultura de se tomar o país como se fosse religião.

Há ainda os riscos tecnológicos, que podem fazer com que a matriz energética seja mudada. Esses riscos são maiores, pois são incertos, uma vez que não sabemos o que vai acontecer.

Enfim, eu não compraria papéis de dívida escriturada da Petrobrás, mesmo que estas possam me dar direito a voto, nas assembléias dos acionistas - a não ser que a república caia e que a monarquia seja restaurada. Pois palavra de soberano é palavra empenhada - se ele deve, ele paga. E isso pede permanência, não mudanças sucessivas.

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